Vaginite Citolítica

admin • dez. 09, 2019
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A vaginite citolítica é um corrimento com sintomas irritativos, semelhante à candidíase, mas que possui algumas diferenças importantes em relação a ela.

As doenças relacionadas ao sistema reprodutivo feminino advém de diferentes causas – e é muito importante saber todo o possível sobre o assunto para que sejam encontradas as melhores soluções ao lidar com elas.

Conhecer mais sobre o seu corpo ajuda você a tomar melhores decisões relacionadas à sua saúde. A consulta com uma Ginecologista que esteja aberta a esclarecer suas dúvidas e fundamental neste processo.

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Informações sobre a vaginite citolítica

A vaginite citolítica também é chamada de vaginite inflamatória descamativa – um tipo de corrimento vaginal volumoso e abundante.

As pacientes tendem a perceber a secreção vaginal aumentada em conjunto com sensações irritativas de dor e ardência, que afetam a sua qualidade de vida.

A doença não é causada por bactérias, fungos ou protozoários, sendo advinda de causas não infecciosas.

Sintomas da vaginite citolítica

Os principais sintomas apresentados são:

  • Corrimento volumoso (de cor amarelada ou acinzentada);
  • Sensações irritativas, como ardência, dor e incômodo durante a relação sexual;
  • Odor, em alguns casos (ainda que pouco típico).

Relação com sintomas não-genitais

A vaginite citolítica não tem relação com outros sintomas não-genitais, logo, se outros sinais e sintomas estiverem associados, deve-se pesquisar outras causas para as queixas.

Diagnóstico

O diagnóstico de vaginite citolítica é considerado de exclusão, ou seja, frente a uma mulher com quadro clínico suspeito, devemos excluir outras causas de vaginites, especialmente aquelas causadas por Infecções Sexualmente Transmissíveis. Apesar de ser uma situação relativamente comum, é menos frequente que os corrimentos causados por microorganismos.

Testes para clamídia, gonorreia, tricomonomas e demais ISTs que cursam com secreção vaginal aumentada devem ser realizados, apenas para que se exclua a possibilidade dos sintomas estarem relacionados a uma infecção.

Candidíase é um dos principais diagnósticos diferenciais, e a pesquisa do fungo Candida, mesmo não sendo considerado sexualmente transmissível, também deve ser realizada.

Testes físicos

Além das pesquisas infecciosas, outros exames podem ajudar a fazer o diagnóstico:

  • Coleta de esfregaço das células vaginais, em que as células parabasais são identificadas em quantidades maiores do que o normal,
  • Avaliação do pH vaginal (que tende a estar acima de 4,5).

Tratamento

O tratamento dessa condição pode ser feito com cremes vaginais, que na grande maioria das vezes, promovem o fim dos sintomas.

Cremes à base de hidrocortisona ou clindamicina são as primeiras opções terapêuticas.

O tempo recomendado de aplicação dos remédios solicitada pelo médico tende a ser prolongado, atingindo, em média, de 4 a 6 semanas.

É esperada a melhora completa das pacientes durante o tratamento, porém, no primeiro ano depois de sua finalização, um terço das mulheres adequadamente tratadas pode vir a apresentar recorrência na vaginite citolítica.

Nesses casos, o tratamento é repetido e, geralmente, usando droga diferente da usada antes, e tende a apresentar excelentes resultados.

Não há evidências na literatura médica que suportem o uso de suplementos alimentares ou quaisquer tipo de probióticos no tratamento de vaginite citolítica.

Pensamentos finais

Vaginite citolítica é uma causa não infecciosa de corrimento genital.

Este diagnóstico deve ser pensado em casos de “candidíase” que não melhora com os tratamentos convencionais.

O tratamento da vaginite citolítica é feita com cremes vaginais específicos e por tempo mais prolongado que o tratamento dos corrimentos infecciosos.

É preciso avaliação da Ginecologista para proceder ao diagnóstico e tratamento.

O post Vaginite Citolítica apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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