Trombose pós parto por cesárea: entenda!

20 de março de 2025
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A trombose pós-parto por cesárea é uma condição que merece atenção, especialmente durante o período de recuperação após o nascimento do bebê.

Embora a cesariana seja um procedimento seguro, mudanças no corpo da mulher, como a redução de movimentos e alterações hormonais, podem aumentar o risco de formação de coágulos sanguíneos.


Portanto, conhecer mais sobre essa condição e como preveni-la é fundamental para garantir uma recuperação tranquila e saudável.

Acompanhe neste artigo!


O que é a trombose?


A trombose é uma condição médica caracterizada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) no interior dos vasos sanguíneos, sem que haja um sangramento prévio.


Esses coágulos podem obstruir parcial ou totalmente o fluxo sanguíneo na região afetada, levando a complicações sérias.


Quando a trombose ocorre nas veias profundas, especialmente das pernas e coxas, é denominada trombose venosa profunda (TVP).


Uma complicação grave da trombose é a embolia pulmonar, que ocorre quando um fragmento do coágulo se desprende e se aloja nos pulmões, podendo causar falta de ar súbita e, em casos extremos, morte súbita.


De acordo com a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, essa complicação é responsável por cerca de 10% dos óbitos maternos durante o puerpério, período que se estende de seis a oito semanas após o parto.


Quais são os fatores de risco para uma trombose pós-parto?


A trombose no pós-parto pode ser influenciada por diversos fatores de risco. Entre os principais, destacamos:



  • Idade avançada da mãe: mulheres com mais de 35 anos apresentam maior risco de desenvolver trombose após o parto;
  • Obesidade: o excesso de peso corporal está associado a um risco aumentado de trombose no período pós-parto;
  • Histórico de trombose venosa: mulheres que já apresentaram episódios de trombose têm maior probabilidade de desenvolvê-la novamente após o parto;
  • Imobilização prolongada: ficar em repouso por longos períodos, especialmente após uma cesárea, pode aumentar o risco de trombose;
  • Tabagismo: o hábito de fumar eleva o risco de trombose no pós-parto;
  • Doenças cardíacas, pulmonares ou reumatológicas: ter essas condições aumenta o risco de trombose no pós-parto;
  • Presença de varizes nas pernas: mulheres com varizes têm maior propensão a desenvolver trombose após o parto.


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No nosso blog, temos um artigo sobre pré-natal de alto risco, acesse para entender melhor!


Existe diferença no risco de trombose entre parto normal e cesárea?


Sim, há uma diferença no risco de trombose entre o parto normal e a cesariana.


Durante a gravidez, o risco de trombose aumenta devido a mudanças hormonais e fisiológicas que predispõem à formação de coágulos.


Isso é importante porque impede que a mulher morra de sangramento na hora do parto.


Porém, no pós-parto, quando é ainda mais importante conter esse risco de hemorragia, estes fatores de coagulação estão ainda mais presentes, aumentando o risco de trombose após o nascimento do bebe, comparativamente ao período da gestação.


Especialmente após uma cesariana, esse risco é ainda maior.


A cesariana é um procedimento cirúrgico que, por sua natureza, envolve maior resposta ao trauma cirúrgico e maior imobilização no período pós-operatório, o que pode contribuir para a formação de trombos.


Pesquisas sugerem que a cesariana apresenta um risco duas a quatro vezes maior de trombose em comparação com o parto normal.



Portanto, sempre que possível e seguro para mãe e bebê, o parto normal é preferível, pois está associado a uma menor incidência de complicações tromboembólicas.


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Trombose pós parto por cesárea: quais são os sinais?


Os sinais de trombose pós-parto por cesárea podem variar dependendo do local onde o coágulo sanguíneo se forma, mas alguns sintomas comuns incluem:


  • Dor e inchaço nas pernas: geralmente, um dos primeiros sinais de trombose venosa profunda (TVP). O inchaço ocorre mais frequentemente em uma das pernas e pode ser acompanhado por dor ou desconforto ao ficar em pé ou caminhar;
  • Alteração na coloração da pele: a área afetada pode ficar avermelhada ou arroxeada e apresentar aumento da temperatura local;
  • Sensação de peso ou dor na panturrilha: a musculatura da panturrilha pode parecer rígida ou sensível ao toque;
  • Falta de ar súbita: caso o coágulo se desloque e atinja os pulmões (embolia pulmonar), a pessoa pode sentir falta de ar, dor no peito que piora ao respirar fundo, aceleração dos batimentos cardíacos ou até desmaios;
  • Febre inexplicável: em alguns casos, pode haver febre baixa persistente sem outras causas aparentes.


Ressaltamos que, se uma mulher no período pós-parto apresentar qualquer um desses sinais, é preciso procurar atendimento médico imediatamente.


O inchaço nas pernas que é comum no período da gestação e pós parto costuma ser igual nos dois membros, não costuma ser doloroso e geralmente não se associa a alteração de coloração dos membros afetados, bem diferente do inchaço associado aos eventos trombóticos.


Como realizamos o diagnóstico e tratamento dessa condição?


Baseamos o diagnóstico de trombose no período pós-parto, especialmente após uma cesariana, na avaliação dos sintomas e na confirmação por exames de imagem.


Como vimos acima, os principais sinais clínicos incluem dor, inchaço, vermelhidão e sensação de calor nas pernas.



Então, ao identificar esses sintomas, geralmente solicitamos uma ultrassonografia com doppler para visualizar o fluxo sanguíneo e detectar a presença de coágulos nas veias profundas.


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Esse exame é considerado padrão para o diagnóstico de trombose venosa profunda durante a gestação e o puerpério.


Já o tratamento da trombose no pós-parto envolve, principalmente, o uso de anticoagulantes para impedir a progressão do coágulo e prevenir novas formações.


A duração e a dosagem do tratamento dependem da gravidade da condição e das características individuais da paciente.


Além da terapia medicamentosa, costumamos recomendar o uso de meias de compressão e a prática de atividade física leve para melhorar a circulação sanguínea.


Reforçamos que é fundamental que o tratamento seja individualizado e monitorado continuamente para garantir a segurança e a eficácia da terapia.


Trombose pós parto por cesárea: saiba como prevenir


Para prevenir a trombose no período pós-parto, especialmente após uma cesariana, aconselhamos que a paciente adote as seguintes medidas:


Manter uma alimentação equilibrada


Uma dieta saudável contribui para a saúde vascular e geral da mãe, evitando o ganho de peso excessivo na gestação.


Hidratação adequada


Ingerir pelo menos dois litros de água por dia ajuda a manter o sangue menos viscoso, facilitando a circulação.


Praticar exercícios físicos leves a moderados



Movimentar-se regularmente estimula o fluxo sanguíneo e previne a formação de coágulos.


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Evitar imobilização prolongada


Evitar ficar sentada ou de pé por longos períodos.


Assim, procure levantar e caminhar periodicamente!


Elevar as pernas diariamente


Deitar-se com as pernas elevadas por 20 a 30 minutos auxilia no retorno venoso.


Uso de meias de compressão


Sob orientação médica, as meias ajudam na circulação e na prevenção de tromboses.


Acompanhamento especializado


Pode ser necessário consultar um angiologista ou cirurgião vascular para orientações personalizadas, incluindo a possível necessidade de medicamentos anticoagulantes.


Além desses cuidados, lembramos que é essencial realizar um
pré-natal completo e manter um acompanhamento regular com a obstetra durante a gestação e o puerpério.


A especialista poderá avaliar fatores de risco individuais e indicará as melhores estratégias de prevenção, garantindo a saúde da mãe e do bebê.



Portanto, agende suas consultas com a obstetra regularmente e siga as orientações médicas para minimizar os riscos de complicações, como a trombose!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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