Vaginose citolítica: o que é e como tratar?

27 de março de 2025
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Quer conhecer os sintomas e opções de tratamento da vaginose citolítica?

A saúde vaginal é fundamental para o bem-estar da mulher, e entender as condições que podem afetá-la é essencial para a manutenção de uma boa qualidade de vida.


Nesse contexto, a vaginose citolítica é uma dessas condições, muitas vezes confundida com outras infecções vaginais, mas que possui características e tratamentos específicos.


Causada pelo desequilíbrio na microbiota vaginal, essa condição pode gerar sintomas desconfortáveis, como corrimento, coceira e ardência.


Neste artigo, vamos explicar o que é a vaginose citolítica, suas causas, sintomas e, o mais importante, como tratá-la adequadamente para garantir uma recuperação rápida e eficaz.


Acompanhe!


O que é a vaginose citolítica? Quais são as causas dessa condição?


A vaginose citolítica é caracterizada pelo desequilíbrio da microbiota vaginal, resultando na superproliferação dos lactobacilos, bactérias que normalmente protegem a região íntima.


Esse aumento excessivo leva à produção elevada de ácido lático e peróxido de hidrogênio, tornando o ambiente vaginal excessivamente ácido.


Esse meio ácido provoca a destruição das células epiteliais da mucosa vaginal, um processo chamado citólise.


Entre os fatores que favorecem o desenvolvimento dessa condição, estão o uso frequente de probióticos vaginais ou duchas íntimas, que alteram a flora vaginal natural.


O uso prolongado de roupas apertadas e sintéticas também pode dificultar a ventilação da região íntima, contribuindo para o desequilíbrio.


Além disso, variações hormonais, como as que ocorrem na fase lútea do ciclo menstrual ou em mulheres que fazem uso de estrogênio, podem ser fatores de risco.


Por fim, hábitos de higiene excessivos e o estresse podem influenciar o equilíbrio da microbiota vaginal, contribuindo para o desenvolvimento da condição.


Para saber como cuidar da sua flora vaginal da forma correta, acesse esse artigo em nosso blog!


Como ela se diferencia de outras infecções vaginais, como a candidíase e a vaginose bacteriana?


A vaginose citolítica se diferencia de outras infecções vaginais, como a candidíase e a vaginose bacteriana, principalmente pelo mecanismo subjacente e pelo ambiente vaginal que promove seus sintomas.


Enquanto a vaginose citolítica ocorre devido ao excesso de lactobacilos e ao aumento excessivo da acidez vaginal, a candidíase é causada pelo crescimento descontrolado do fungo Candida spp, que também prospera em um meio mais ácido.


Já a vaginose bacteriana está associada à redução dos lactobacilos e ao crescimento exagerado de bactérias anaeróbicas, levando a um corrimento fino, acinzentado ou amarelado, com odor desagradável semelhante ao peixe.


Outra diferença importante está no pH vaginal: na vaginose citolítica, ele tende a ser mais ácido (abaixo de 4,5), enquanto na vaginose bacteriana é mais alcalino (acima de 4,5), e na candidíase geralmente permanece normal.


No nosso blog, temos artigos que explicam em detalhes a vaginose bacteriana e a candidíase, acesse e saiba mais!


Quais são os sintomas dessa condição?


Os sintomas da vaginose citolítica podem ser semelhantes aos de outras infecções vaginais, mas têm características específicas devido ao excesso de acidez vaginal.


Assim, entre os principais sinais, destacamos:



  • Corrimento vaginal esbranquiçado ou leitoso, que pode ser mais intenso em determinados períodos do ciclo menstrual;
  • Coceira e irritação vaginal, resultantes da destruição das células epiteliais da mucosa vaginal;
  • Sensação de queimação ou ardência, principalmente ao urinar ou durante a relação sexual;


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  • Desconforto vaginal, podendo ser acompanhado de sensação de ressecamento;
  • Ausência de odor fétido, diferenciando-se da vaginose bacteriana, que costuma causar um cheiro forte e desagradável;
  • Sintomas que pioram na fase lútea do ciclo menstrual, período antes da menstruação, quando a acidez vaginal tende a aumentar naturalmente.


Como realizamos o diagnóstico dessa condição?


Inicialmente, realizamos uma anamnese detalhada para compreender os sintomas apresentados pela paciente e identificar possíveis fatores de risco.



Durante o exame ginecológico, coletamos uma amostra do corrimento vaginal para análise microscópica.


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Nesta análise, observamos a presença de células epiteliais desintegradas, abundância de lactobacilos e ausência de fungos ou bactérias patogênicas, características típicas da vaginose citolítica.


Além disso, a medição do pH vaginal é fundamental.


Como vimos, na vaginose citolítica, o pH tende a ser mais ácido, enquanto em outras condições, como a vaginose bacteriana, o pH é mais elevado.


É importante também diferenciar a vaginose citolítica de outras infecções vaginais, como a candidíase, que apresenta sintomas semelhantes.


A candidíase, por exemplo, é causada pelo crescimento excessivo de fungos do gênero Candida e, na análise microscópica, observamos hifas ou esporos característicos.


Quais são as opções de tratamento para a vaginose citolítica?


O tratamento da vaginose citolítica visa restaurar o equilíbrio da flora vaginal e aliviar os sintomas associados ao excesso de acidez.


Uma abordagem comum é a alcalinização do ambiente vaginal, que podemos realizar através de duchas vaginais com bicarbonato de sódio.


Assim, costumamos indicar que a paciente dissolva bicarbonato de sódio em água morna e aplicar a solução duas a três vezes por semana, até que os sintomas diminuam.


Além disso, podemos sugerir o uso de cremes vaginais por um período de 10 dias, seguido de aplicações duas vezes por semana durante dois meses, para aliviar os sintomas e normalizar o pH vaginal.


Lembramos que o diagnóstico preciso é fundamental, pois a vaginose citolítica pode ser confundida com outras infecções vaginais, como a candidíase.



Nesse sentido, o uso inadequado de antifúngicos, ou mesmo de bicarbonato, sem a confirmação diagnóstica, pode não apenas ser ineficaz, mas também potencialmente prejudicial.


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É possível prevenir a vaginose citolítica?


Para prevenir a vaginose citolítica, é importante que a mulher adote hábitos que mantenham o equilíbrio da flora vaginal.


Nesse sentido, recomendamos as seguintes medidas:


Evite o uso excessivo de duchas vaginais e produtos de higiene íntima


O uso frequente desses produtos pode alterar o pH vaginal e desequilibrar a microbiota natural.


Prefira roupas íntimas de algodão e evite vestimentas apertadas ou sintéticas


Essas escolhas ajudam a manter a ventilação adequada da região íntima, prevenindo um ambiente propício ao desequilíbrio bacteriano.


Mantenha uma higiene íntima adequada, sem excessos


Lave a região genital externamente com água e, se necessário, utilize sabonetes neutros, evitando a limpeza interna que pode remover bactérias benéficas.


Gerencie o estresse e mantenha um estilo de vida saudável


O estresse pode influenciar o equilíbrio da flora vaginal.


Dessa forma, práticas de relaxamento e uma dieta equilibrada contribuem para a saúde geral.



Quer saber como controlar o estresse traz benefícios para a sua saúde? Acesse esse artigo em nosso site e descubra!


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Além disso, lembre-se de manter visitas periódicas à ginecologista.


Isso não apenas ajuda a identificar e tratar precocemente qualquer desequilíbrio na flora vaginal, como também é essencial para a manutenção da saúde ginecológica de forma geral.


A ginecologista é a profissional mais indicada para orientar sobre os cuidados preventivos, diagnosticar condições como a vaginose citolítica e garantir o melhor tratamento.



Agende sua consulta e cuide da sua saúde íntima com responsabilidade e atenção!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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