Remoção das trompas uterinas - Salpingectomia: como é a cirurgia e sua recuperação?

20 de fevereiro de 2025
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A salpingectomia é um procedimento cirúrgico realizado para remover uma ou ambas as trompas de falópio.

Embora a cirurgia possa ser necessária por diversas razões, como o tratamento de gravidez ectópica, infecções graves, entre outras, ela traz consigo dúvidas sobre a fertilidade e a recuperação pós-operatória.


Portanto, entender como a salpingectomia é realizada e os cuidados necessários durante a recuperação é essencial para que as mulheres possam tomar decisões informadas.


Acompanhe neste artigo!


O que são as trompas de falópio?


As trompas de falópio, também chamadas de tubas uterinas, são estruturas essenciais no sistema reprodutor feminino. 


Elas conectam os ovários ao útero e desempenham um papel essencial no processo de fertilização. 


Quando um óvulo é liberado pelo ovário durante a ovulação, ele viaja pelas trompas de falópio em direção ao útero. 


É nesse caminho que, geralmente, ocorre o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, resultando na fecundação.


Além de permitir a passagem do óvulo, as trompas possuem cílios e movimentos musculares que facilitam o transporte tanto do óvulo quanto do embrião, caso ocorra a fecundação. 


A saúde das trompas de falópio é fundamental para a fertilidade e condições, como obstruções ou inflamações, podem dificultar a concepção. 


O que é a salpingectomia?


A salpingectomia é uma intervenção cirúrgica que consiste na remoção de uma ou ambas as trompas de falópio.


As principais variações desse procedimento são a salpingectomia total e a parcial, que se distinguem pela extensão da remoção das trompas.


Na salpingectomia total bilateral, ambas as trompas de falópio são completamente removidas.


Por outro lado, a salpingectomia parcial envolve a remoção de apenas um segmento ou de apenas uma das trompas de falópio, deixando a outra intacta.


Essa abordagem é geralmente realizada quando há problemas específicos em apenas uma das trompas, como gravidez ectópica ou cistos volumosos que não podem ser tratados de outras maneiras.


É importante citar que a remoção parcial permite que a outra trompa continue funcionando normalmente, preservando a fertilidade da paciente.


Quando indicamos esse procedimento?


Podemos indicar a salpingectomia em diversas situações, como por exemplo:


Gravidez ectópica



Essa condição ocorre quando o óvulo fertilizado se implanta fora do útero, frequentemente nas trompas de falópio, o que pode levar a complicações graves, como ruptura e sangramento interno.


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Infecções nas trompas (salpingite)


A salpingite é uma inflamação causada por infecções bacterianas, frequentemente relacionadas a infecções sexualmente transmissíveis, como clamídia ou gonorreia.


Se a infecção não for tratada, pode danificar permanentemente as trompas, levando a obstruções ou cicatrizes.


Assim, quando a infecção é grave e não responde ao tratamento com antibióticos, a remoção da trompa pode ser necessária.


Tumores nas trompas de falópio


A presença de tumores nas trompas, sejam benignos ou malignos, pode afetar a saúde reprodutiva e geral da mulher.


Quando o tumor é de difícil remoção ou apresenta risco de se espalhar para outras partes do corpo, indicamos a salpingectomia.


Obstruções tubárias


Obstruções nas trompas de falópio podem ocorrer devido a infecções anteriores, endometriose ou outras condições, como fibrose ou aderências.


Essas obstruções podem impedir que o óvulo e o espermatozoide se encontrem, dificultando a concepção.


Quando os tratamentos para desobstruir as trompas não têm sucesso, a salpingectomia pode ser uma solução.


Hidrossalpinge


A hidrossalpinge caracteriza-se pela dilatação das trompas devido ao acúmulo de líquido.


Além de comprometer a fertilidade, a presença de hidrossalpinge pode aumentar o risco de complicações durante tratamentos de fertilização in vitro (FIV).


Nesse contexto, a remoção da trompa afetada pode melhorar as chances de sucesso nos tratamentos de fertilidade ou prevenir danos maiores.


Câncer de ovário ou nas trompas de falópio


Em casos de câncer de ovário ou nas trompas de falópio, pode-se indicar a salpingectomia como parte do tratamento cirúrgico.


Quando o câncer se localiza nas trompas, a remoção completa dessas estruturas (e, em alguns casos, dos ovários) pode ser necessária para evitar a disseminação da doença.


Método contraceptivo definitivo


A salpingectomia pode ser indicada como uma forma de esterilização feminina definitiva, especialmente para mulheres que não desejam mais ter filhos.


Esse procedimento oferece uma alternativa à ligadura das trompas (laqueadura), sendo uma solução eficaz para evitar a gravidez permanentemente e reduzir o risco de câncer de ovário.


Qual a diferença entre salpingectomia e laqueadura tubária?


A salpingectomia consiste na remoção total de uma ou ambas as trompas de falópio.


Já a laqueadura é uma técnica contraceptiva que visa interromper o trajeto das trompas de falópio, impedindo a passagem dos óvulos para o útero.



Isso geralmente é realizado por meio de corte, amarração ou aplicação de aneis nas trompas.


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A laqueadura é considerada um método contraceptivo permanente, embora, em casos raros, possa ocorrer recanalização espontânea das trompas, resultando em gravidez.


Se você quer saber um pouco mais sobre a reversão da laqueadura, acesse este artigo em nosso blog!


Como a salpingectomia pode impactar a fertilidade futura de uma mulher?


Quando realizada bilateralmente, ou seja, removendo ambas as trompas, a salpingectomia resulta em infertilidade permanente, pois impede a captura do óvulo liberado pelos ovários e sua condução até o útero.


Geralmente, escolhemos essa opção como método contraceptivo definitivo ou em casos de risco elevado de câncer de ovário.


Por outro lado, a salpingectomia unilateral, que envolve a remoção de apenas uma trompa, permite que a outra trompa continue funcionando normalmente, preservando a fertilidade da mulher.


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Como será a recuperação desse procedimento?


Geralmente, o período inicial pós-operatório requer repouso adequado, evitando atividades físicas intensas e levantamento de peso.


É comum que a paciente permaneça no hospital por até um ou dois dias após o procedimento.


Nesse período, oferecemos orientações sobre cuidados com as incisões e administração de medicamentos prescritos.


A maioria dos pacientes pode retomar atividades leves em casa dentro de 7 a 15 dias.


Então, durante a recuperação, é importante manter uma dieta equilibrada e nutritiva para apoiar o processo de cura, além de manter-se hidratada e evitar o consumo excessivo de cafeína e álcool.


Também é importante manter as incisões limpas e secas para prevenir infecções.


Já o retorno ao trabalho e às atividades diárias deve ser gradual, respeitando os limites do corpo e as recomendações médicas.


Em relação à atividade sexual, é importante consultar a ginecologista sobre quando é seguro retomá-la.


Assim, procure comparecer a todas as consultas de acompanhamento agendadas com a especialista para monitorar o progresso da recuperação.


Existem riscos e efeitos colaterais associados a esse procedimento?


Sim, como qualquer intervenção cirúrgica, esse procedimento apresenta certos riscos.


No entanto, todos eles são reduzidos quando o procedimento é realizado com profissional capacitada e experiente e em ambiente adequado. Além disso, podem ser controlados com medicamentos e acompanhamento adequado. 


Entre eles, estão:


  • Infecção: existe o risco de infecção no local da cirurgia ou em órgãos adjacentes;
  • Sangramento: pode ocorrer sangramento durante ou após o procedimento;
  • Lesões: há a possibilidade de danos a órgãos próximos, como intestinos ou bexiga;
  • Reações à anestesia: reações inesperadas à anestesia utilizada durante a cirurgia;
  • Formação de aderências: tecidos cicatriciais podem se formar, levando a aderências que podem causar dor ou obstrução no futuro.


Como saber se esse procedimento é indicado para o meu caso?


Decidir se a salpingectomia é indicada para o seu caso exige uma avaliação cuidadosa das suas condições de saúde e dos seus objetivos, especialmente em relação à fertilidade.


Como esse procedimento pode ser recomendado para tratar questões como gravidez ectópica, infecções graves, endometriose ou até mesmo como método contraceptivo permanente, é fundamental contar com a orientação da ginecologista.


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Somente essa profissional poderá analisar seu histórico médico, realizar exames adequados e oferecer uma recomendação personalizada que leve em consideração todos os aspectos da sua saúde.



Então, se você recebeu indicação para essa cirurgia e tem dúvidas sobre a necessidade, marque uma consulta com a Dra. Juliana Ribeiro para discutir suas opções e garantir a melhor decisão para sua saúde e bem-estar!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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