Mama densa: o que isso significa?

13 de março de 2025
FALAR VIA WHATSAPP

A mama densa é uma condição que se refere à maior quantidade de tecido fibroglandular em comparação com o tecido adiposo nas mamas de algumas mulheres.

Embora não seja uma doença, é importante entender que a densidade mamária pode ser um fator de risco para o câncer de mama.


Isso significa que, além da mamografia, outras formas de rastreamento e acompanhamento podem ser necessárias.


Assim, pacientes com mamas densas devem manter um acompanhamento regular com a ginecologista e estar bem informadas sobre as melhores práticas de monitoramento e prevenção.


O que é a mama densa?


A mama densa é uma condição em que o tecido mamário apresenta uma maior proporção de componentes glandulares e fibrosos em relação ao tecido adiposo (gordura).


A densidade mamária é determinada pela proporção desses tecidos.


Em mamas densas, há uma maior quantidade de tecido glandular e fibroso em comparação ao tecido adiposo.


Essa densidade pode ser observada em mulheres de diferentes idades, embora seja mais comum em mulheres jovens, especialmente antes da menopausa e em mulheres que nunca amamentaram.


Com o envelhecimento, ocorre um processo natural de substituição do tecido glandular por gordura, resultando em mamas menos densas.


Como avaliamos a densidade mamária?


A avaliação da densidade mamária é realizada principalmente por meio da mamografia, um exame de imagem que utiliza radiação para obter imagens detalhadas das mamas.



Durante a mamografia, a mama é comprimida para permitir a obtenção de radiografias de alta qualidade.


mama-densa-mamografia-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


A partir dessas imagens, analisamos a composição do tecido mamário e classificamos a densidade em categorias específicas.


Uma classificação comum é a do Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS), que categoriza a densidade mamária em quatro tipos:


  • Tipo A (predominantemente gorduroso): a maior parte do tecido mamário é composta por gordura;
  • Tipo B (mistura de tecido fibroglandular e gordura): a mama contém uma combinação de tecido fibroglandular e gordura;
  • Tipo C (predominantemente fibroglandular): o tecido fibroglandular é mais abundante do que a gordura;
  • Tipo D (muito densa): a mama tem uma alta concentração de tecido fibroglandular, o que pode dificultar a visualização de anomalias na mamografia.


Quais são as causas da mama densa?


Diversos fatores podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição, confira abaixo:



  • Idade: mulheres mais jovens tendem a ter mamas mais densas devido à maior quantidade de tecido glandular e fibroso;
  • Fatores hormonais: alterações hormonais podem aumentar a densidade mamária. O uso de contraceptivos orais também está associado à mamas mais densas;
  • Histórico reprodutivo: mulheres que nunca tiveram filhos ou que tiveram filhos em idade mais avançada podem apresentar mamas mais densas;
  • Índice de massa corporal (IMC): mulheres com IMC mais baixo tendem a ter mamas mais densas, pois possuem menor quantidade de tecido adiposo;
  • Fatores genéticos: a predisposição genética pode influenciar a densidade mamária. Assim, se houver histórico de mamas densas na família, há maiores chances de desenvolvimento dessa condição;
  • Uso de medicamentos: certos medicamentos, como anticoncepcionais orais e terapia de reposição hormonal, podem aumentar a densidade mamária.


mama-densa-fatores-risco-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


A mama densa está associada a algum risco aumentado de câncer de mama?


Estudos indicam que mulheres com mamas densas apresentam um risco até cinco vezes maior de desenvolver o câncer de mama em comparação àquelas com mamas menos densas.


Embora a razão exata para esse aumento de risco não seja completamente compreendida, acredita-se que a maior quantidade de tecido glandular possa favorecer o surgimento de células cancerígenas.


Além disso, a densidade mamária elevada pode dificultar a detecção precoce de tumores em exames de mamografia, uma vez que tanto o tecido denso quanto os tumores malignos aparecem em tonalidades semelhantes nas imagens.


Mulheres com mamas densas devem ter acompanhamento médico mais rigoroso?


Mulheres com mamas densas devem, de fato, ter acompanhamento médico mais rigoroso devido ao risco aumentado de câncer de mama associado a essa condição.


mama-densa-acompanhamento-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


Como vimos, a densidade mamária alta caracteriza-se por uma maior quantidade de tecido fibroglandular e menor quantidade de gordura na mama, o que pode dificultar a detecção de anomalias em exames de mamografia.


Isso porque tanto o tecido denso quanto os tumores aparecem com tonalidades semelhantes nas imagens.


Dessa forma, a sensibilidade da mamografia fica reduzida em mulheres com mamas densas, o que pode aumentar o risco de diagnósticos tardios.


Por isso, é fundamental que mulheres com mamas densas recebam orientações específicas e sejam encaminhadas para a realização de exames adicionais.


Além da mamografia, podemos recomendar a ultrassonografia ou a ressonância magnética, para uma avaliação mais detalhada.


Esses exames são capazes de identificar anomalias que podem não ser visíveis na mamografia, oferecendo uma análise mais precisa.


Além disso, precisamos individualizar o acompanhamento médico, levando em consideração outros fatores de risco, como histórico familiar de câncer de mama, fatores hormonais e idade.


Existem tratamentos disponíveis para a mama densa?


Atualmente, não há tratamentos específicos comprovados para reduzir a densidade mamária.


Entretanto, podemos adotar algumas estratégias para ajudar a gerenciar os riscos associados à densidade mamária, como, por exemplo:


Mudanças no estilo de vida


Mantenha um peso saudável, já que o excesso de gordura corporal pode influenciar os níveis hormonais.


Além disso, procure limitar o consumo de álcool, que está associado a um maior risco de câncer de mama.


Também pratique atividade física regularmente, pois isso pode ajudar a equilibrar os hormônios e reduzir riscos.


mama-densa-tratamento-dra-juliana-ribeiro-ginecologista-sao-paulo


Acompanhamento médico


Em casos específicos, como mulheres com alto risco de câncer de mama, podemos recomendar medicamentos como moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERMs) ou inibidores de aromatase.


Esses medicamentos podem reduzir o risco de câncer, mas não alteram diretamente a densidade mamária.


Exames complementares


Como mencionamos, para mulheres com mamas densas, podemos sugerir exames adicionais, como ultrassonografia mamária ou ressonância magnética, para melhorar a detecção de possíveis anormalidades que possam ser mascaradas pela densidade.


É importante reforçar que a densidade mamária em si não é uma doença, mas pode aumentar a dificuldade de detectar lesões na mamografia e está associada a um risco ligeiramente maior de câncer de mama.


Portanto, o acompanhamento regular com a ginecologista é essencial para monitorar a saúde mamária e discutir as melhores estratégias de prevenção e detecção precoce.



Marque uma consulta agora mesmo com a especialista para avaliar sua densidade mamária, entender seus riscos individuais e receber orientações personalizadas sobre como cuidar da sua saúde mamária.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

Compartilhe este conteúdo

Vaginose citolítica: o que é e como tratar?
27 de março de 2025
Quer saber como identificar e tratar a Vaginose Citolítica? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica
Trombose pós parto por cesárea: entenda!
20 de março de 2025
Quer saber os riscos de uma Trombose Pós Parto Por Cesárea? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica
Fisioterapia pélvica: quando é indicada?
6 de março de 2025
Quer saber como funciona e os benefícios da Fisioterapia Pélvica? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Coceira genital: saiba o que fazer!
27 de fevereiro de 2025
Está com Coceira Genital e quer saber quais são as opções de tratamento? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica
Remoção das trompas uterinas - Salpingectomia: como é a cirurgia e sua recuperação?
20 de fevereiro de 2025
Quer saber quando a Salpingectomia é indicada e como será a recuperação? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Por que escolher o DIU como método contraceptivo?
13 de fevereiro de 2025
Por que escolher o DIU como Método Contraceptivo? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Videolaparoscopia diagnóstica: entenda o procedimento
6 de fevereiro de 2025
Quer saber o que é para que serve a Videolaparoscopia Diagnóstica? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Ginecologista na adolescência: qual a importância?
30 de janeiro de 2025
Você conhece a importância da Ginecologista na Adolescência? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Corrimento acinzentado: o que pode ser?
23 de janeiro de 2025
Quer saber quais as causas do Corrimento Acinzentado? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e explica!
Corrimento branco grumoso: como proceder?
16 de janeiro de 2025
Quer saber o que fazer em caso de Corrimento Branco Grumoso? Dra. Juliana Ribeiro é Ginecologista em São Paulo e fala sobre o tema!
Mais Posts
Share by: