Então, caso a paciente tenha feridas na região genital que não desaparecem ao longo do tempo e/ou possuem outros sintomas associados, por exemplo, dor, coceira, corrimento ou sangramento, é fundamental consultar a ginecologista.
Diversas são as doenças que podem causar este problema e abordaremos as principais: cancro mole, linfogranuloma e donovanose.
Há causas não sexualmente de feridas vulvares, como aquelas relacionadas a doenças auto imunes ou doença inflamatória intestinal, mas abordaremos elas em outro post.
Também chamado de cancro venéreo, úlcera mole venérea e cancro venéreo simples, o cancro mole é causado pela bactéria Haemophilus ducrey.
Essa bactéria pode ser adquirida por meio do contato sexual sem preservativo e é uma causa comum de lesões genitais na população de grande parte dos países em desenvolvimento, sendo mais rara em países desenvolvidos.
O cancro mole costuma causar sintomas entre 3 a 7 dias depois da infecção.
Normalmente, causa pequenas bolhas dolorosas na região genital ou ao redor do ânus. Então, elas podem se romper e formar úlceras superficiais que, muitas vezes, se aprofundam e danificam outros tecidos.
Além disso, a paciente pode ter uma série de outros sintomas:
Para fazer o diagnóstico, observamos as lesões típicas da doença em consultório e buscamos compreender o histórico sexual da paciente.
Além disso, poderemos coletar uma amostra de pus ou líquido das lesões para fazer um teste de cultura.
Todavia, é difícil cultivar e identificar essa bactéria, então, poderemos testar outras possíveis causas e fazer o diagnóstico por exclusão.
O tratamento é feito com antibióticos e medicamentos para controlar a dor. Além disso, caso seja necessário, poderemos drenar as feridas para proporcionar alívio à paciente.
O linfogranuloma venéreo, popularmente conhecida como “mula”, é uma infecção causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os órgãos genitais e os gânglios da virilha.
Sua transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada.
Esta infecção pode causar feridas na vagina, colo do útero, ânus e boca que, muitas vezes, desaparecem sem tratamento, sendo este o primeiro estágio da doença.
Então, o segundo estágio ocorre dentro de cerca de seis semanas após a ferida inicial, quando surge um inchaço doloroso (caroço ou íngua) na virilha que, se não for tratado, pode romper e liberar pus.
Além disso, a paciente pode ter sintomas por todo o corpo, por exemplo, dores nas articulações, febre e mal-estar.
Fica um sinal de alerta que, se não tratada adequadamente, esta infecção pode agravar-se e caminhar para o seu terceiro estágio, causando a elefantíase, ou seja, o acúmulo de linfa na região genital.
Além da observação das lesões em consultório, podemos coletar uma amostra do material da ferida ou solicitar um exame de sangue para paciente.
Então, o tratamento ocorrerá com antibióticos e medicamentos para controlar a dor, que podem ser administrados por via oral ou pomadas locais.
Ressaltamos a necessidade de tratar também todas as parcerias sexuais, de modo a evitar a continuidade da doença.
Esta é uma infecção crônica progressiva causada pela bactéria Klebsiella granulomatis.
Causa feridas que destroem a pele infectada e acometem, principalmente, a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus.
Sua transmissão ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Dessa forma, o uso do preservativo é a melhor forma de prevenção.
Quando a paciente é infectada, terá uma lesão que se transforma em ferida ou caroço vermelho que não dói e não gera íngua.
No entanto, esta ferida sangra fácil e pode comprometer a pele ao redor, o que acaba facilitando a infecção por outras bactérias.
Para o diagnóstico, observamos as lesões em consultório, buscamos compreender o histórico da paciente e podemos fazer uma coleta de material da ferida para análise.
No entanto, a Klebsiella granulomatis é difícil de cultivar e, assim, será importante avaliar outras possíveis causas das feridas para fazer um diagnóstico por exclusão.
O tratamento desta doença também se dá por antibióticos, geralmente, por via oral. Pode ser necessário também um tratamento mais longo para curar as feridas existentes.
Além disso, é fundamental evitar contato sexual até que os sintomas desapareçam e o tratamento seja finalizado.
Uma vez diagnosticada uma infecção sexualmente transmissível (IST) devemos avaliar a possibilidade de outras IST associadas.
HIV, hepatite B, hepatite C e HTLV podem ser rastreados por exames de sangue. São vírus que podem ficar silenciosos por bastante tempo.
Clamídia, gonorréia, micoplasma e ureaplasma podem ser rastreados por coletas de conteúdo cervical ou amostra de urina. São bactérias que podem também não trazer sintomas, mas causam inflamação crônica no trato reprodutivo, podendo levar a quadros de infertilidade se não tratadas.
O uso de preservativo vaginal ou peniano, interno ou externo, respectivamente, é a única forma de prevenção de transmissão destas infecções, e deve ser indicado em todos os tipos de prática sexual.
Para a população de risco para aquisição de IST, como por exemplo profissionais do sexo ou pessoas com múltiplas parcerias sexuais, o uso de PreEP, ou medicação pré exposição é recomendado para prevenção da transmissão do HIV.
Durante o tratamento de uma IST recomenda-se a abstinência sexual e, dependendo do tipo de IST, devemos comunicar todas as parcerias sexuais dos últimos 3 a 12 meses, para que sejam avaliados e tratados, interrompendo a cadeia de transmissão.
Contrair uma IST durante a gestação (ou engravidar enquanto está com uma infecção) traz uma série de riscos para a mãe e o neném.
Isso porque, a presença de uma infecção pode causar complicações, como abortamento ou natimortalidade, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido.
Então, devemos nos atentar para a transmissão vertical, ou seja, a contaminação do feto durante a gestação, parto ou amamentação, e para os riscos que as doenças podem trazer para o parto.
Dessa maneira, é fundamental testar a gestante e suas parcerias sexuais durante o pré-natal e no momento do parto para adotar os devidos tratamentos, caso seja necessário.
Além disso, a prevenção não só na gestação, mas em todos os momentos da vida sexual, é fundamental para evitar maiores complicações. Para tal, o uso de preservativo externo ou interno é a forma mais eficaz!
Ressaltamos que, ao observar uma ferida na vulva que não cicatriza, é fundamental interromper as relações sexuais e procurar uma Ginecologista imediatamente.
Somente assim, poderemos identificar o problema e tratá-lo, de modo a evitar complicações na saúde da mulher e de sua parceria, bem como devolver sua qualidade de vida e bem-estar.
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
"Faço o meu trabalho com a visão de poder estimular minhas pacientes a fazer escolhas de saúde conscientes e que caibam no seu estilo de vida."
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