Com a chegada da adolescência e o início da puberdade, a sexualidade passa a ser uma questão na vida dos jovens e também de seus pais.
Este é um momento no qual a adolescente passa por um intenso desenvolvimento físico, psicológico e emocional.
É nesta fase que a menina busca sua nova identidade adulta e passa por uma série de descobertas.
Dessa maneira, é essencial que ela tenha apoio e acesso às informações, de modo a passar por esta etapa da forma mais saudável possível.
O processo de desenvolvimento da sexualidade gera uma série de descobertas para a adolescente.
O desenvolvimento do novo corpo faz com que a menina passe a percebê-lo e valorizá-lo.
Crescimento das mamas, surgimento dos pêlos, alterações na vulva, mudanças hormonais e descoberta do prazer são alguns dos fatos marcantes desta etapa da vida.
Além das alterações biológicas no aparelho genital, nesta fase a adolescente passa pelo desenvolvimento de áreas cerebrais relacionadas ao comportamento sexual e pela ação dos esteróides sexuais.
Então, essa é a fase na qual ela passa a buscar pelo amor, pelo contato e pela intimidade e vive a época da experimentação.
Inclusive, neste período a menina passa a perceber sua orientação sexual e é importante ter um ambiente saudável e sem padrões pré estabelecidos para que ela possa sentir-se segura.
Caso a adolescente encontre um ambiente hostil e não tenha as devidas orientações neste momento, poderá sofrer danos à saúde mental, o que aumenta o risco para ansiedade, depressão, distorção da autoimagem e baixa autoestima.
Além disso, a adolescente poderá passar a ter comportamentos de risco para a saúde, como por exemplo, consumo de álcool, drogas e iniciação sexual precoce com relações sexuais desprotegidas, podendo resultar em aquisição de infecções sexualmente transmissíveis ou gestação indesejada.
É essencial destacar que não necessariamente a maturidade física será acompanhada da psicológica.
Além disso, a decisão de iniciar a vida sexual tem influência de muitos fatores, como por exemplo, a educação, a cultura, os costumes, a religião e também pelos comportamentos do grupo que a adolescente convive.
Dessa maneira, as informações e orientações que a jovem receber podem ser determinantes para que ela não se coloque em situações de risco físicos e emocionais.
Sabemos que falar sobre sexo é um tabu para muitos pais. Além disso, ainda hoje há muita resistência em inserir a educação sexual na grade escolar de muitas instituições.
Todavia, devemos lembrar que abordar as relações sexuais, seja em casa ou na escola, não vai estimular a adolescente a praticá-las mais cedo.
Pelo contrário, pode evitar o início precoce das relações sexuais que costuma gerar outros problemas, por exemplo:
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a iniciação sexual (pênis-vagina) é precoce quando ela ocorre antes dos 15 anos.
O estudo PeNSE mostra que, atualmente, um terço dos adolescentes inicia as relações sexuais com menos de 15 anos, sendo grande parte sem proteção ou método anticoncepcional.
Devemos lembrar que esta prática precoce traz uma série de riscos para a saúde da menina:
Vale ressaltar que ter relações sexuais é diferente da masturbação, quando a menina entra sozinha em contato com seu próprio corpo e passa a se conhecer melhor.
Neste ponto, é válido destacar a importância da Ginecologista no processo de orientação sobre o próprio corpo e sexualidade saudável.
A Ginecologista tem um papel fundamental na promoção da saúde sexual da menina ao fornecer informações relevantes e tratar dúvidas individuais.
Normalmente, será ideal procurar uma Ginecologista no início da adolescência ou seja, a partir da primeira menstruação, geralmente, entre os 10 e 12 anos.
Temos um artigo completo sobre a primeira consulta com a ginecologista e você poderá ler mais sobre isso clicando aqui.
Será necessário que a médica tenha um olhar sobre a sexualidade da adolescente e forneça as informações necessárias para esta etapa. Uma conversa aberta, sem julgamentos e sem o viés de vergonha que pode acontecer ao conversar com um dos pais pode ser tudo que a menina precisa.
Vale lembrar que o Ministério da Saúde possibilita que a médica atenda a adolescente sem a presença dos pais, se ela assim preferir. É um direito da adolescente, previsto também no Estatuto da Criança e do Adolescente.
Então, respeitaremos a privacidade e o sigilo da jovem a não ser que identifiquemos comportamentos que coloquem sua vida em risco ou indícios de violência sexual. E isso será orientado no início da consulta
Inclusive, não necessariamente na primeira consulta examinaremos a jovem. Isso acontecerá somente em caso de necessidade (caso ela apresente alguma queixa de dor ou incômodo) e se ela se sentir confortável para tal.
Além disso, esse será um momento importante para os pais também esclarecerem suas dúvidas e receberem orientações sobre como proceder nesta fase da vida da menina.
Então, diante da grande importância da adolescente ter acesso às informações de qualidade e suporte emocional neste momento de sua vida, fica evidente a necessidade de olhar para esta questão com mais atenção.
Assim, se você é cuidador ou está passando por esta fase, saiba que este assunto não é um tabu.
Caso não saiba como reagir nesta etapa da vida e /ou tenha dúvidas, procure ajuda de profissionais e não deixe de consultar uma Ginecologista.
O post Adolescência e Sexualidade apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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