Puberdade precoce: entenda quais são os sinais e como proceder

19 de outubro de 2023
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A puberdade precoce é uma condição que pode ocorrer com algumas meninas e costuma gerar muitas dúvidas para estas pacientes e seus responsáveis.

Esta é uma fase de transição muito especial na vida das meninas. Para muitas, esse período de transformação e descobertas é uma jornada interessante rumo à maturidade.


Porém, quando a puberdade começa mais cedo, surgem questões e desafios que merecem atenção.


Ao vivenciarem a puberdade antes do esperado, as meninas podem se deparar com uma série de experiências que impactam não apenas seus corpos em desenvolvimento, mas também suas vidas sociais e emocionais, com perda de anos importantes no final da infância.


Assim, num momento tão delicado, é importante oferecer suporte, orientação e o tratamento adequado, evitando efeitos negativos no crescimento e na vida dessa jovem.


O que é a puberdade?


A puberdade é um período que marca a transição da infância para a fase adulta, sendo essa passagem caracterizada por alterações marcantes no corpo.


Durante esse período, ocorrem alterações hormonais que desencadeiam o desenvolvimento de características sexuais secundárias, como o crescimento de pelos e seios, além do alargamento dos quadris nas meninas.


A idade de início da puberdade pode variar, mas geralmente ocorre durante a adolescência, entre os 8 e 13 anos.


O primeiro sinal de puberdade é a telarca, que corresponde ao surgimento do broto mamário. Sua ocorrência antecede a menarca, a primeira menstruação, em aproximadamente 2 anos.



Isso não quer dizer que as meninas da mesma faixa etária experimentarão necessariamente as mesmas etapas desse processo ao mesmo tempo.


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Então, algumas jovens podem manifestar um desenvolvimento corporal mais avançado do que outras, mesmo compartilhando a mesma idade cronológica.


Essas diferenças podem ser atribuídas a uma combinação complexa de fatores genéticos, ambientais e de saúde que influenciam o ritmo e a extensão das mudanças físicas associadas à puberdade.


O que é a puberdade precoce e quais são as principais causas?


Como vimos, a puberdade inicia-se para as meninas entre os 8 e 13 anos.


Porém, quando esse processo se desencadeia antes dos 8 anos, caracterizamos como puberdade precoce.


Embora a puberdade precoce possa ocorrer em ambos os sexos, é mais frequentemente observada em pacientes do sexo feminino.


De acordo com pesquisas na área da endocrinologia pediátrica, estima-se que a puberdade precoce ocorra de 10 a 23 vezes mais no grupo feminino.


Esse fenômeno decorre do aumento prematuro dos hormônios sexuais, cujas origens podem ser diversas.


As causas dessa condição são variadas e incluem:


  • Fatores genéticos;
  • Doenças do sistema endócrino;
  • Tumores;
  • Exposição a medicamentos ou substâncias químicas tóxicas;
  • Condições médicas subjacentes.



Os impactos da puberdade precoce não afetam apenas o crescimento físico, mas também o desenvolvimento emocional e social das meninas.


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Assim, é imprescindível que os responsáveis estejam atentos à necessidade de avaliação e tratamento médico adequado.


Quais são os sintomas da puberdade precoce?


Os sintomas da puberdade precoce incluem o desenvolvimento de características sexuais secundárias antes do esperado para a faixa etária.


Aqui estão alguns dos sintomas associados à puberdade precoce em meninas:


  • Desenvolvimento mamário precoce (antes de 8 anos de idade);
  • Crescimento de pelos pubianos e axilares antes do tempo normal;
  • Crescimento rápido;
  • Primeira menstruação (menarca) mais cedo que o habitual.


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A identificação antecipada desses sinais é fundamental para tomar as devidas providências e evitar complicações. 


A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional de São Paulo ressalta que a demora no diagnóstico, associada ao avanço da idade óssea da criança, pode resultar, por exemplo, na perda de estatura, entre outros impactos.


Como diagnosticar essa condição?


O diagnóstico e tratamento da puberdade precoce demandam uma abordagem abrangente. Cada caso é singular, requerendo uma tratativa personalizada. 


Ademais, a colaboração estreita com pais ou responsáveis é importante para garantir uma resposta satisfatória.


No processo diagnóstico, um exame físico minucioso é conduzido para observar o desenvolvimento sexual e características físicas, enquanto exames laboratoriais, incluindo testes hormonais, podem ser realizados para avaliar os níveis de hormônios essenciais.


Além disso, podemos solicitar imagens como ressonância magnética ou tomografia computadorizada para visualizar a região hipotalâmica e hipofisária.


Como tratar a puberdade precoce?


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O tratamento da puberdade precoce envolve uma avaliação médica para identificar a causa e determinar o estágio de desenvolvimento da paciente.


Em muitos casos de puberdade precoce central (atividade hormonal prematura no hipotálamo e na glândula pituitária), a terapia hormonal é usada para retardar o desenvolvimento sexual.


O acompanhamento regular é essencial para monitorar o progresso do tratamento, ajustar dosagens de medicamentos e lidar com efeitos colaterais.


Entretanto, se uma condição médica for identificada, como um tumor ou uma anomalia no sistema endócrino, o tratamento pode incluir cirurgia, medicamentos ou outros tipos de intervenções.


Além disso, um acompanhamento psicológico pode ser necessário para ajudar a menina a lidar com as transformações precoces em seu corpo. 


É fundamental ressaltar que, caso a puberdade precoce não seja tratada corretamente, pode ter várias consequências para as meninas, tanto no curto quanto no longo prazo, como:


  • Problemas no crescimento (menor estatura final);
  • Dificuldades emocionais;
  • Impactos na saúde óssea;
  • Problemas no sistema reprodutivo.



Assim, ao identificar sinais de puberdade precoce em uma menina sob sua responsabilidade, agende uma consulta com a especialista em saúde da mulher imediatamente!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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