Quando se fala em testosterona alta, a maioria das pessoas imediatamente associa esse hormônio aos sexo masculino.
Mas é preciso saber que as mulheres também possuem a testosterona em seus corpos, embora em quantidades muito menores em comparação com os homens.
Este hormônio é importante para a plena função do organismo e bem-estar feminino, e é normal que seus níveis variem ao longo da vida de uma mulher.
Porém, em algumas circunstâncias, como no uso de suplementos ou problemas de saúde, esta substância pode elevar-se mais que o normal.
Assim, entenda neste artigo o que fazer para manter o equilíbrio hormonal e evitar sintomas indesejados, como o aparecimento de pelos faciais, ausência de menstruação ou mudanças na voz.
O que é a testosterona e como ela age no corpo da mulher?
A testosterona é um hormônio esteroide produzido principalmente nos testículos dos homens e, em menor quantidade, nos ovários das mulheres e nas glândulas adrenais.
Nas mulheres, a substância desempenha várias funções, como por exemplo:
- Desenvolvimento sexual: a testosterona, juntamente com o estrogênio, é responsável pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias durante a puberdade;
- Saúde reprodutiva: a testosterona é fundamental para a saúde reprodutiva das mulheres, ajudando a manter a libido e contribuindo para a regulação do ciclo menstrual;
- Saúde óssea: o hormônio auxilia na manutenção da densidade óssea, ajudando a prevenir a osteoporose;
- Saúde muscular: também influencia a massa muscular e a força muscular nas mulheres;

- Energia e bem-estar: a testosterona tem um impacto sobre o bem-estar emocional e a energia das mulheres. Baixos níveis estão associados a sintomas de fadiga, depressão e falta de motivação.
Se você quiser saber mais sobre a testosterona feminina, acesse esse artigo em nosso blog!
Quais são as causas da testosterona alta em mulheres?
O aumento dos níveis de hormônio masculino em mulheres, conhecido como hiperandrogenismo, pode ser causado por várias razões, incluindo:
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
Esta é uma das causas mais comuns de hiperandrogenismo em mulheres.
Na SOP, os ovários produzem excesso de hormônios masculinos, incluindo a testosterona.
Se você quiser saber mais a respeito da Síndrome dos Ovários Policísticos, confira este artigo no nosso blog!
Tumores Ovarianos ou Adrenais
Tumores nos ovários ou nas glândulas adrenais podem causar a produção excessiva de hormônios, incluindo a testosterona.
Hiperplasia Adrenal Congênita
Esta é uma condição genética rara que afeta as glândulas adrenais e pode levar ao aumento da produção de hormônios, incluindo a testosterona.
Uso de Medicamentos
Alguns medicamentos, como esteroides anabolizantes, podem elevar os níveis de hormônios masculinos em mulheres.


Durante a transição para a menopausa, os níveis de estrogênio diminuem, e isso pode resultar em um desequilíbrio relativo entre estrogênio e testosterona, levando a sintomas de hiperandrogenismo temporariamente.
Quais são os sintomas desse desequilíbrio?
O aumento dos níveis de testosterona nas mulheres pode levar ao surgimento de uma série de sintomas e efeitos colaterais, por exemplo:
- Aumento de pelos corporais em áreas hormônio dependentes;
- Acne;
- Calvície (alopecia androgenética);
- Menstruação irregular;
- Mudanças na voz;
- Aumento da libido;
- Mudanças de humor;
- Aumento do tamanho do clitoris;
- Problemas de fertilidade.

Além disso, níveis de testosterona aumentados estão associados a um maior risco cardiovascular, piora do perfil lipídico e possivelmente aumento do risco de neoplasias.
É importante lembrar que esses sintomas podem variar em gravidade de uma mulher para outra, e nem todas as mulheres experimentarão todos os sintomas relacionados.
Outra coisa que é importante mencionar é que alguns destes sintomas, como os efeitos sobre a voz e anatomia genital são irreversíveis após instalados.
Como confirmar o diagnóstico e tratar a testosterona alta?
Os níveis de testosterona podem variar significativamente com a idade e de acordo com o laboratório que realiza a análise.
A padronização existente para este tipo de dosagem é mais específica para valores altos, de modo que quando os níveis deste hormônio estão elevados podemos confiar no resultado. Entretanto, quando os valores estão baixos, não conseguimos ter certeza se de fato a testosterona está baixa ou se o resultado se deve a uma limitação da metodologia.
Geralmente, considera-se normal uma faixa de valores que varia entre 17,55 e 59,46 ng/dL para os níveis de testosterona total em mulheres.
Entretanto, é importante destacar que os níveis de testosterona livre também podem flutuar de acordo com a idade e a fase do ciclo menstrual.
Portanto, é fundamental que qualquer resultado fora da faixa considerada normal seja interpretado pela ginecologista e, eventualmente, repetido.
A especialista poderá analisar os resultados, considerar o histórico médico da paciente e realizar exames adicionais, se necessário, para confirmar o diagnóstico de testosterona alta.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento dependerá da causa subjacente.


Em casos de síndrome dos ovários policísticos (SOP), por exemplo, o tratamento pode envolver o uso de medicamentos para regular os hormônios e restaurar o equilíbrio hormonal.
Para tumores ovarianos ou adrenais, pode ser necessário cirurgia ou outros procedimentos médicos específicos.
Se os resultados alterados forem em consequência do uso de medicamentos, deve-se avaliar a necessidade de manutenção do mesmo.
Além disso, questões como a manutenção de um peso saudável, a redução do estresse e a prática de atividade física também podem fazer parte do tratamento.
Reforçamos que o equilíbrio hormonal é fundamental para a saúde das mulheres, e a mudança nos níveis dessas substâncias deve ser tratada com cuidado para evitar complicações futuras.
Em caso de suspeita de testosterona alta, agende uma consulta com a ginecologista imediatamente!
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