Este procedimento cirúrgico, conhecido como histerectomia, pode ser indicado por diversas razões médicas, desde miomas e endometriose até cânceres ginecológicos.
Um levantamento feito na plataforma do DATASUS mostra que, no Brasil, foram realizadas 4.315 histerectomias por via vaginal e 324 laparoscópicas (em 2020) e 2.120 e 195 respectivamente (em 2021).
Portanto, compreender as implicações físicas, emocionais e hormonais da retirada do útero é essencial para que as mulheres possam se preparar adequadamente para essa nova fase de suas vidas.
O útero é um órgão reprodutivo feminino vital que possui várias funções importantes.
Primeiramente, ele abriga o embrião após a fertilização do óvulo, fornecendo um ambiente seguro e nutritivo para sua implantação e desenvolvimento.
Durante a gravidez, o útero expande-se para acomodar o crescimento do feto e conecta-se a ele através da placenta, facilitando a transferência de nutrientes essenciais.
Além disso, o útero é responsável pelas contrações durante o parto, ajudando a empurrar o bebê através do canal de parto.
Em mulheres não grávidas, o útero também é importante para o ciclo menstrual, preparando seu revestimento, o endométrio, para uma potencial gravidez e descartando-o através da menstruação quando a gravidez não ocorre.
Em resumo, o útero serve para procriação e perpetuação da espécie.
A retirada do útero é um procedimento cirúrgico que pode ser recomendado por vários motivos.
Aqui estão algumas das circunstâncias mais comuns:
Existem três tipos principais de histerectomia, confira abaixo:
Histerectomia subtotal
Neste tipo de histerectomia, apenas o corpo do útero é removido, enquanto o colo do útero é deixado no lugar.
Podemos considerar esta opção quando a condição médica não afeta o colo do útero.
Nesse caso, a preservação do colo do útero pode ajudar a reduzir o risco de alguns problemas pós-operatórios, como o prolapso da cúpula vaginal.
Histerectomia total
Esta cirurgia envolve a remoção de todo o útero, incluindo o corpo do útero e o colo do útero.
É o tipo mais comum de histerectomia e é frequentemente recomendado para mulheres que têm condições que afetam tanto o corpo do útero quanto o colo do útero.
Histerectomia radical
A histerectomia radical é geralmente reservada para casos de cânceres ginecológicos invasivos, como câncer no colo do útero ou câncer de endométrio avançado.
Esta cirurgia é mais extensa e inclui a remoção do útero, do colo do útero, das partes superiores da vagina, dos ligamentos que sustentam o útero, das tubas uterinas, dos ovários e dos gânglios linfáticos pélvicos.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre a realização da histerectomia, acesse e saiba mais!
A retirada do útero é uma cirurgia que pode ter algumas consequências para a saúde e o bem-estar da mulher.
Então, confira abaixo algumas das principais mudanças que podem ocorrer após esse procedimento:
Fim da menstruação
Uma das mudanças mais imediatas é que a mulher deixa de menstruar, o que também significa que ela não pode mais engravidar.
Porém, a ausência da menstruação pode trazer alívio para aquelas que sofrem com menstruações dolorosas ou abundantes.
É importante saber que, se não removermos os ovários, eles continuarão a produzir hormônios e a mulher não entrará na menopausa imediatamente.
Alterações hormonais
Se os ovários também forem removidos durante a histerectomia, a mulher entra na menopausa imediatamente, independentemente de sua idade.
Isso ocorre porque os ovários são os responsáveis pela produção dos hormônios estrogênio e progesterona.
A ausência desses hormônios pode levar a sintomas de menopausa, como ondas de calor, suores noturnos, mudanças de humor e secura vaginal.
Se você quer conhecer dicas para se adaptar à menopausa, acesse este artigo em nosso site!
Impactos emocionais e psicológicos
A perda do útero pode ter impactos emocionais para a paciente.
Algumas mulheres podem sentir alívio se a cirurgia foi realizada para tratar condições dolorosas ou debilitantes.
Entretanto, outras podem experimentar sentimentos de perda ou tristeza, especialmente se ainda tinham desejo de ter filhos.
Mudanças na função sexual
As mudanças na função sexual após uma histerectomia variam.
Algumas mulheres relatam diminuição no desejo e na satisfação sexual, enquanto outras não observam mudança ou até relatam melhora, especialmente se a cirurgia aliviou sintomas dolorosos.
Realização do Papanicolau
Após a retirada do útero, por doenças benignas, quando os exames de rastreamento cervical forem normais antes da cirurgia, se o colo do útero for removido também, a mulher geralmente não precisará mais realizar o exame de Papanicolau, a menos que a cirurgia tenha sido realizada devido a um câncer ou se houver histórico de lesões pré-cancerosas no colo do útero.
Porém, se mantivermos o colo do útero, a mulher ainda precisará continuar com os exames de Papanicolau regulares para monitorar a saúde da região.
Riscos de problemas de saúde a longo prazo
A histerectomia pode estar associada a um risco aumentado de certos problemas de saúde a longo prazo, como incontinência urinária, prolapso genital e possíveis riscos cardiovasculares, especialmente se os ovários forem removidos antes da menopausa natural.
O primeiro passo é uma avaliação médica detalhada, na qual faremos um exame físico e poderemos solicitar exames adicionais, como ultrassonografias, biópsias ou histeroscopias, para entender melhor sua condição.
Nesse momento, iremos analisar se você já tentou outros tratamentos menos invasivos, como medicamentos, terapias hormonais ou procedimentos como ablação endometrial, que às vezes podem controlar os sintomas sem a necessidade de cirurgia.
Avaliar como sua condição está afetando sua qualidade de vida também é essencial.
Se você estiver sofrendo com dor intensa, sangramento anormal ou outros sintomas debilitantes que interferem em suas atividades diárias e bem-estar, a histerectomia pode ser uma opção a considerar.
Porém, se você deseja ter filhos no futuro, podemos discutir alternativas à histerectomia, pois em alguns casos, procedimentos menos radicais podem ser viáveis para preservar a sua fertilidade.
Por fim, é preciso compreender as possíveis complicações e os efeitos da cirurgia, como citamos acima.
Assim sendo, esta é uma indicação que deve ser avaliada com muito critério.
É fundamental que a mulher entenda todas as suas opções de tratamento e as consequências de cada uma delas para, com base em informações, tomar a melhor decisão.
Caso você deseje saber se o procedimento de retirar o útero é indicado para o seu caso, agende uma consulta com a ginecologista para receber uma avaliação responsável e individualizada!
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