A laqueadura é um procedimento de esterilização considerado permanente, no qual as trompas de Falópio são bloqueadas ou cortadas para evitar a gravidez.
Entretanto, algumas mulheres podem querer reconsiderar sua decisão por diversos motivos.
Isso traz à tona a questão da reversão de laqueadura, uma cirurgia que procura restaurar a capacidade reprodutiva da paciente ao reconectar as trompas de Falópio.
Embora tecnicamente possível, a reversão de laqueadura é complexa e envolve diversos fatores que podem influenciar tanto a viabilidade quanto o sucesso do procedimento.
Entenda melhor neste artigo!
A laqueadura, também conhecida como ligadura de trompas, é um procedimento cirúrgico de esterilização permanente para mulheres.
Costumamos indicar esse método para pacientes que decidem não ter mais filhos.
A cirurgia envolve o bloqueio ou corte das trompas de Falópio, que são os canais por onde os óvulos viajam do ovário para o útero.
Ao bloquear esses canais, a laqueadura previne a fertilização dos óvulos pelos espermatozoides, resultando em uma forma eficaz de controle de natalidade.
As principais vantagens da laqueadura são:
Apesar desses benefícios, lembramos que a laqueadura é considerada uma opção permanente e sua reversão, embora possível, não é garantida e pode ser cara e tecnicamente desafiadora.
Portanto, é fundamental que as mulheres considerem cuidadosamente o procedimento, discutindo todas as suas opções com a ginecologista.
A laqueadura é uma cirurgia de esterilização permanente realizada em ambiente hospitalar e que dura aproximadamente de 40 minutos a 1 hora.
Podemos conduzir esse procedimento através de duas técnicas principais, confira abaixo:
Laparotomia
Na laparotomia, a cirurgia é realizada por meio de um corte aberto na barriga, muito semelhante ao utilizado em cesarianas.
Este método permite o acesso direto às trompas de Falópio, onde as tubas uterinas são então amarradas, cortadas, ou até mesmo cauterizadas para evitar a passagem dos óvulos.
Laparoscopia
Atualmente, a laparoscopia é a técnica preferida devido à sua natureza menos invasiva.
Realizamos esse procedimento fazendo três pequenas incisões no abdômen da paciente.
Em seguida, inserimos uma câmera através de uma dessas incisões, geralmente pelo umbigo, o que nos permite visualizar o interior do abdômen em um monitor.
Então, acessamos e manipulamos as trompas com instrumentos especiais.
Dessa forma, elas podem ser amarradas, cortadas ou cauterizadas, semelhante ao procedimento de laparotomia.
A reversão da laqueadura, ou recanalização tubária, é uma possibilidade, mas é um procedimento complexo com resultados incertos.
Esta cirurgia envolve reconectar as trompas de Falópio que foram cortadas ou obstruídas durante a laqueadura.
A complexidade da cirurgia exige expertise cirúrgica e os resultados dependem de vários fatores, como a idade da mulher, a técnica usada na laqueadura original, o tempo desde a laqueadura e a condição das trompas restantes.
Um estudo realizado para avaliar as chances de sucesso da reversão mostrou que o índice de gestação foi de 67,6%, sendo 5,6%, ectópicas.
Comparando as faixas etárias, não houve influência significativa da idade no sucesso terapêutico entre 25 e 39 anos.
Também precisamos considerar que a recuperação pode ser mais longa que a da laqueadura original e pode exigir um período maior de repouso e limitações nas atividades diárias.
Assim, para mulheres que pensam que podem querer engravidar no futuro, outras opções de contracepção reversíveis podem ser bem mais adequadas.
Escolher a opção mais adequada entre tantos métodos contraceptivos envolve considerar uma série de fatores.
Aqui estão algumas etapas que você pode seguir para ajudar a tomar essa decisão:
Avalie suas necessidades de saúde e estilo de vida
Pense em sua saúde geral, frequência de atividade sexual, número de parceiros, conveniência e conforto com o uso de certos métodos.
Por exemplo, se você tem dificuldade em lembrar de tomar pílulas diariamente, um método de longa duração, como o DIU, pode ser mais apropriado.
Considere a eficácia de cada método
Alguns métodos, como os contraceptivos intrauterinos (DIUs) e os implantes, são mais eficazes na prevenção da gravidez do que os métodos de barreira, como preservativos e diafragmas.
Pense a longo prazo
Se você deseja uma solução de longa duração ou permanente para o controle de natalidade, métodos como o DIU ou a esterilização podem ser apropriados.
Porém, se você planeja ter filhos no futuro, considere métodos facilmente reversíveis.
Reflita sobre os efeitos colaterais
Alguns contraceptivos podem ter efeitos colaterais.
Por exemplo, pílulas anticoncepcionais podem causar mudanças de peso ou humor, enquanto o DIU de cobre pode aumentar o fluxo menstrual e a cólica menstrual nos primeiros meses de uso.
Discuta com seu parceiro
O controle de natalidade pode ser uma questão compartilhada em um relacionamento.
Então, discuta suas opções e preocupações com seu parceiro para encontrar um método que funcione bem para ambos.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre planejamento familiar, acesse e saiba mais!
Avalie o custo e a acessibilidade
Alguns métodos podem ser mais caros ou não estar cobertos pelo seu plano de saúde.
Assim, é preciso verificar a disponibilidade e o custo de diferentes métodos.
Além dessas considerações, para uma decisão mais acertada, reforçamos que é indispensável agendar uma consulta com a ginecologista.
Esta especialista poderá avaliar sua saúde geral e reprodutiva, discutir seu histórico médico e responder a quaisquer preocupações ou dúvidas que você possa ter.
Ademais, a especialista em saúde da mulher pode solicitar exames que ajudarão a determinar quais métodos são mais seguros e eficazes para você.
Então, não deixe a sua saúde e bem-estar de lado, entre em contato com a ginecologista e agende uma consulta o quanto antes!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
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