Pré-menopausa: o que esperar desse período?

11 de julho de 2024
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A pré-menopausa é uma etapa significativa na vida de toda mulher, marcando o início da transição para a menopausa.

Este período, que geralmente ocorre por volta dos 40 anos, pode ser acompanhado de uma série de mudanças tanto físicas quanto emocionais.


É importante lembrar que a pré-menopausa é um processo natural e não uma doença.


Portanto, o foco do diagnóstico está mais no manejo dos sintomas e na preparação para a transição completa para a menopausa.


Com recomendações personalizadas baseadas no quadro de saúde da paciente, seus sintomas e preferências pessoais, ela poderá navegar por essas mudanças com maior conforto e entendimento.


Com o aumento da expectativa de vida brasileira espera-se que as mulheres passem cerca de ⅓ a ½ das suas vidas após a transição menopausal e menopausa propriamente dita e é muito importante garantir que esses anos sejam proveitosos e com saúde.


O que é a pré-menopausa e por que ela ocorre?


A pré-menopausa, também conhecida como climatério, é a fase que antecede a menopausa, marcando a transição gradual para o fim da vida reprodutiva da mulher.


Durante a pré-menopausa, os ovários gradualmente produzem menos estrogênio, o que leva a alterações nos ciclos menstruais que podem se tornar mais irregulares e variar em frequência e intensidade.


Este período pode começar vários anos antes da menopausa, que é oficialmente reconhecida quando uma mulher não teve um período menstrual por 12 meses consecutivos.


Assim, geralmente, o climatério ocorre em mulheres entre os 40 e 48 anos.


Quais são os sintomas comuns desse período?


Os sintomas mais comuns da pré-menopausa incluem:



  • Uma redução inicial na duração do ciclo menstrual, que pode encurtar de 28 para 26 dias, por exemplo;
  • Posteriormente, a mulher pode ter um aumento na duração do ciclo, ou seja, maior intervalo entre as menstruações;
  • Ocorrência ocasional de menstruações abundantes;
  • Insônia;


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Estes sintomas são comuns,  mas nem todas as mulheres os experimentam da mesma forma ou simultaneamente.


A mulher pode engravidar durante a pré-menopausa?


A pré-menopausa é um período de flutuações hormonais, e os ciclos menstruais podem se tornar irregulares, mas isso não elimina completamente a possibilidade de ovulação.


Assim, embora a fertilidade comece a diminuir à medida que uma mulher se aproxima da menopausa, ela ainda pode ovular e, consequentemente, conceber até que a menopausa seja completamente estabelecida.


Entretanto, é importante frisar que a capacidade de engravidar naturalmente diminui com a idade, especialmente após os 35 anos, devido à redução na quantidade e qualidade dos óvulos.


Além disso, as taxas de complicações na gravidez e de condições genéticas, como a síndrome de Down, aumentam com a idade materna.


Se você quer conhecer os cuidados necessários para uma gravidez depois dos 35 anos, acesse esse artigo em nosso blog!


Portanto, para aquelas que desejam engravidar, aconselhamos consultar a ginecologista para discutir as opções e os riscos associados à gravidez nessa fase da vida.


Além da questão reprodutiva, como a pré-menopausa afeta a vida sexual e o bem-estar da mulher?


A pré-menopausa pode afetar a vida sexual e o bem-estar da mulher de diversas maneiras, devido às flutuações hormonais e às mudanças físicas e emocionais que ocorrem nesta fase.


Aqui estão alguns dos impactos mais importantes:


Vida sexual


  • Diminuição da libido: a redução nos níveis de estrogênio e testosterona pode levar a uma menor interesse sexual;
  • Desconforto durante o sexo: a menor produção de estrogênio pode causar atrofia vaginal, resultando em secura vaginal e dor durante a relação sexual;
  • Alterações emocionais: mudanças de humor, irritabilidade e depressão, comuns nesta fase, podem afetar negativamente o desejo sexual.


Saúde física


  • Osteoporose: a diminuição do estrogênio pode acelerar a perda de massa óssea, aumentando o risco de osteoporose;
  • Doenças cardiovasculares: as mudanças hormonais podem influenciar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, uma vez que o estrogênio tem um papel protetor para o coração;
  • Alterações no peso: flutuações hormonais podem afetar o metabolismo, podendo levar a ganho de peso.


Saúde emocional e bem-estar


  • Instabilidade emocional: as flutuações hormonais podem contribuir para a instabilidade emocional, incluindo irritabilidade e alterações de humor;
  • Problemas de sono: insônia e interrupções no sono podem ser frequentes, afetando a qualidade de vida e a capacidade de lidar com o estresse;



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  • Relacionamentos sociais e íntimos: as mudanças emocionais e físicas podem afetar as relações íntimas e sociais, exigindo adaptações e compreensão tanto da mulher quanto de seus parceiros e amigos.


Como confirmar se a mulher entrou oficialmente no climatério?


O diagnóstico da pré-menopausa, geralmente, se baseia em uma combinação de avaliações clínicas e, em alguns casos, exames laboratoriais.


Inicialmente, durante a consulta, avaliamos os sintomas relatados pela paciente.


Também é preciso analisar o histórico médico e familiar da paciente, incluindo a idade em que familiares próximos entraram na menopausa.


Na sequência, realizamos um exame físico para identificar mudanças típicas do climatério, como alterações na distribuição de gordura e na saúde da pele e tecidos mamários.



Embora não exista um exame de sangue único que confirme a pré-menopausa, certos testes são úteis para avaliar os níveis de hormônios reprodutivos.


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O teste mais frequente mede os níveis de hormônio folículo-estimulante (FSH), que tendem a aumentar conforme os ovários reduzem sua atividade e a produção de estrogênio diminui.


Exames adicionais podem incluir a medição dos níveis de estrogênio, bem como testes de função tireoidiana, que podem influenciar os ciclos menstruais.


Quais tratamentos estão disponíveis para aliviar os sintomas do climatério?


Os tratamentos para a menopausa focam em aliviar os sintomas e prevenir problemas de saúde a longo prazo decorrentes da queda nos níveis hormonais.


Uma das principais abordagens é a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que repõe estrogênio para mitigar sintomas relacionados a esse período. Nas mulheres que possuem útero, a reposição de progesterona também é necessária, para contrabalançar os efeitos do estrogênio sobre o endométrio.


Porém, é importante considerar que o uso desses hormônios envolve riscos, bem como indicações e contra indicações específicas.


Assim, além dos tratamentos hormonais, existem alternativas não hormonais disponíveis, incluindo antidepressivos, fitoestrogênios (como os encontrados na soja) e inibidores de serotonina.


Ademais, lubrificantes e hidratantes vaginais podem aliviar a secura vaginal, enquanto recomendamos suplementos de cálcio e vitamina D para fortalecer os ossos.


Reforçamos também que adotar um estilo de vida saudável é muito importante.



Uma dieta balanceada, exercícios regulares, evitar tabaco e álcool, e manter um peso saudável são essenciais para gerenciar os sintomas e prevenir doenças cardíacas e osteoporose.


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Por fim, o aconselhamento psicológico pode ser uma ferramenta valiosa para lidar com as mudanças de humor e os desafios emocionais associados ao climatério e à menopausa.


Uma mentalidade positiva com relação a esta nova fase da vida, considerando os seus benefícios mais que os seus desconfortos, é fundamental para passar por mais esta transição da melhor forma possível.


No nosso blog, temos um artigo completo com dicas para se adaptar à menopausa, acesse e saiba mais!


Diante dessas opções, é fundamental que a paciente converse com a ginecologista para encontrar a abordagem mais adequada, segura e personalizada para suas necessidades.



Então, caso você já esteja na pré-menopausa ou deseje se preparar melhor para esse período, agende uma consulta com a especialista o quanto antes!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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