Se você acabou de descobrir que está grávida, provavelmente estará curiosa para saber mais sobre todas as transformações que seu corpo passará. Neste artigo te explico o que acontece durante a gravidez!
Durante a gravidez, o corpo da mulher vai passar por uma grande transformação. Todo o nosso corpo se adapta para proporcionar o desenvolvimento da gestação.
Além disso, todo o corpo irá se adaptar para fornecer à mãe e ao feto tudo que eles precisam para passar por este momento.
Em uma gestação normal, serão cerca de 40 semanas de mudanças muito intensas para a mulher sendo que algumas serão prazerosas, mas outras irão gerar alguns incômodos.
Muitos desconfortos serão normais e ocorrerão devido os ajustes do organismo para gerar um ambiente propício ao desenvolvimento do neném.
Você já deve ter notado que, apesar de ser normal falarmos sobre o tempo de duração da gestação em meses, os médicos tratam esse período em semanas.
Escrevi um artigo que explica sobre o porquê desse cálculo e você poderá ler mais clicando aqui.
Em linhas gerais, uma gestação normal irá durar 40 semanas. Porém, cada gravidez será única e esse valor não deve ser tomado como regra.
Algumas variações serão consideradas normais enquanto outras poderão demandar mais atenção.
Por exemplo, será considerado normal que um parto ocorra no período de 37 a 42 semanas de gestação.
Porém, caso ele ocorra antes das 37 semanas, será considerado um parto prematuro, que demandará uma série de cuidados especiais com a mãe, mas principalmente para o bebê.
A melhor época para o nascimento é ao redor de 39 a 40 semanas. É neste período que temos os menores riscos perinatais.
Entre 40 e 42 semanas chamamos de pós datismo, mas ainda podemos aguardar o nascimento, desde que não haja nenhuma complicação à gestação e possamos avaliar o bem estar do bebê em intervalos curtos e frequentes.
Já nos casos nos quais o parto ocorre após 42 semanas, teremos o que chamamos de parto pós termo e esta condição também exigirá atenção, pois poderá trazer alguns perigos para a mãe e o neném.
Para saber mais sobre esses limites de idade gestacional em que o parto pode acontecer, dá uma olhada neste vídeo: https://www.instagram.com/tv/CDWviNIHefO/?utm_source=ig_web_copy_link
Neste artigo, vamos falar sobre o que acontece durante a gravidez no corpo da mulher, considerando uma gestação saudável e um parto dentro do período previsto.
Inúmeras serão as adaptações que o corpo da gestante irá passar. Algumas poderão ser percebidas fisicamente, como o crescimento dos seios e da barriga. Porém, existem uma série de outras alterações que ocorrerão internamente e que serão sentidas somente pela gestante.
Diversas serão as alterações no sistema cardiocirculatório ao longo da gestação, que ocorrerão progressivamente fazendo com que as mulheres consigam se adaptar bem.
Nesta fase, o útero sofrerá um aumento progressivo, o que irá demandar um aumento da vascularização na região. Além disso, a placenta exigirá um aumento do fluxo sanguíneo conforme ocorre a evolução da gestação.
Durante a gravidez, ocorrerá uma elevação do volume sanguíneo total em cerca de 40 a 50%. Isso se dá devido aumento do volume do plasma e da massa total de glóbulos vermelhos (eritrócitos) e glóbulos brancos (leucócitos).
Todavia, na execução de exames de sangue será observado que alguns indicadores, como contagem de células vermelhas, níveis de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht) se reduzem consideravelmente a partir do segundo trimestre da gestação.
Isso porque, a evolução do volume do plasma e dos demais componentes do sangue não é proporcional, sendo controlada por diferentes mecanismos.
No que se refere à coagulação, durante a gravidez haverá alteração dos fatores coagulantes e anticoagulantes. A partir da décima semana – mesmo período que ocorre a elevação do estrogênio e da progesterona – as alterações do organismo podem ser favoráveis à coagulação do sangue, resultando num aumento do risco do desenvolvimento de tromboses.
Apesar deste aumento do risco, a maioria das gestantes não irá desenvolver esse tipo de complicações. Essa alteração se mantém durante toda a gestação e pós parto, e evolutivamente foi favorável, pois permite que as mulheres não morram de hemorragia logo após o nascimento do bebê.
Já em relação à quantidade de plaquetas, haverá uma leve diminuição com o progredir da gestação, principalmente a partir do terceiro trimestre.
Uma vez que a quantidade de sangue sobe consideravelmente na gravidez e que o útero e a placenta demandarão grande parte deste fluxo de sangue, a frequência cardíaca também sofrerá alterações, tendo um aumento de dez a quinze batimentos por minuto.
Já a pressão arterial poderá cair inicialmente, depois retomar seus valores habituais e no fim da gestação tende a ser pouco menor que fora da gravidez.
Inúmeras serão as alterações no sistema cardiovascular, principalmente no início da gestação. Além disso, a requisição deste sistema crescerá significativamente no momento do parto e no pós-parto imediato.
Por conta disso tudo a mulher pode ter tonturas ou mal estar, podendo até mesmo ter desmaios, principalmente em ambientes muito quentes ou muito cheios, associados à quedas transitórias da pressão arterial. Sintomas como cansaço e palpitações também podem aparecer.
É importante evitar aglomerações e banhos muito quentes, e ter sempre um pouco de comida e água em sua bolsa!
Sua Obstetra será a pessoa mais indicada para acompanhar seu quadro de saúde neste momento, sabendo identificar quando as alterações são normais ou quando podem indicar algum problema que necessite maiores avaliações.
No início da gravidez, os rins terão um aumento de tamanho e funcionamento. Normalmente, irão crescer de 1 a 1,5 cm para dar conta de filtrar a maior quantidade de sangue que a mulher tem no organismo neste período.
Assim, além do maior tamanho, o funcionamento dos rins também será mais intenso, sendo que o fluxo de sangue nestes órgãos aumentará de 50 a 85%.
Como consequência, teremos a elevação da produção de urina, o que levará a um aumento da capacidade da bexiga.
Somado a isso tudo, durante a gestação o aumento de progesterona tende a gerar um relaxamento dos músculos de todas as estruturas do sistema urinário.
Estes fatores farão com que ocorra um aumento significativo na quantidade de vezes que a gestante irá urinar, podendo ultrapassar 7 idas ao banheiro durante o dia e uma média de 2 idas durante a noite.
E, apesar do aumento de capacidade, com o crescimento do bebê aumenta a pressão que o útero faz na bexiga. Isso leva a redução na capacidade de armazenamento da bexiga, ainda mais idas ao banheiro e pode levar a perdas de urina não desejadas.
Além disso, estas alterações ocasionarão uma maior probabilidade da gestante ter infecções urinárias.
Manter ingesta de água frequente (1,5 a 2 litros por dia), não segurar o xixi e manter bons hábitos de higiene íntima podem ajudar a reduzir a chance de infecções acontecerem.
Sintomas como febre com calafrios, dor nas costas de um só lado, ardor ao urinar e dores no baixo ventre são sinais de alerta e a mulher deverá procurar sua Obstetra para fazer o diagnóstico e tratamento adequados.
A grande maioria das gestantes costumam sentir certa dificuldade para respirar com o desenvolvimento da gravidez.
Isso ocorre, pois o aumento do útero acaba por comprimir todos os órgãos no interior da mulher, inclusive o diafragma.
Entretanto, o movimento do diafragma durante a respiração da gestante será maior, e o volume de ar inspirado e expirado por minuto sofre um aumento de cerca de 25%.
A atuação dos hormônios na gravidez, principalmente a progesterona, também será responsável por gerar mudanças nas vias aéreas, como a dilatação dos capilares ao longo da árvore respiratória.
Isso poderá favorecer a ocorrência de obstrução nasal, sangramento pelo nariz, além de incômodos na garganta e mudanças na voz.
Além disso, a gestante terá uma hiperventilação, de modo a garantir que o bebê receba níveis satisfatórios de oxigênio, prevenindo sua exposição a níveis elevados de dióxido de carbono.
Essas mudanças respiratórias e cardíacas são responsáveis pela menor tolerância aos exercícios físicos durante a gravidez, devendo a mulher ser sempre acompanhada em suas realizações e o educador físico fazer adaptações nos treinos à medida que a gestação progride.
O sistema gastrointestinal é um dos que sofrem as maiores alterações durante a gravidez, causando uma série de sintomas incômodos para a gestante.
A progesterona será responsável por diminuir os movimentos peristálticos desse sistema, o que causará maior lentidão no esvaziamento gástrico e no trânsito intestinal.
Como consequência, surgem as famosas queixas de enjoos, vômitos, prisão de ventre, azia, refluxo e distensão abdominal.
A boa notícia é que alguns destes sintomas, como os enjoos, tendem a melhorar em torno da 12 a semana.
Outras alterações que tendem a ocorrer:
Apesar de causar muitos sintomas incômodos para a mulher, estas alterações ocorrem para suprir as necessidades nutricionais da mãe e do feto que estarão aumentadas.
Apesar de serem alterações fisiológicas, não significa que você deve se sentir mal a gravidez toda. Converse com sua Obstetra para adotar as medidas possíveis para minimizar os sintomas, de modo a ter uma evolução mais tranquila e agradável.
Durante a gravidez, também o sistema musculoesquelético sofre uma série de alterações.
Uma das mudanças mais significativas é o aumento na flexibilidade e extensão das articulações da bacia, que ocorre devido a ação dos hormônios para que a dilatação desta região possa acontecer de modo a possibilitar a passagem do neném durante o parto.
Somado a isso, o crescimento da barriga altera o centro de gravidade do corpo e a postura da mulher.
Normalmente, esses fatores podem gerar dores lombares com certa frequência e intensidade, além de um menor equilíbrio.
Essas alterações aumentam a chance de quedas e torções articulares. Por isso é importante ter cuidado com caminhadas e corridas, bem como com o uso de sapatos com saltos.
Assim como outras regiões do corpo da mulher, os órgãos genitais também sofrerão alterações.
Devido a ação dos hormônios, será natural que a região íntima sofra uma série de mudanças, por exemplo:
Será importante encarar essas mudanças de forma positiva, pois são sinais da preparação do organismo para o parto.
Nosso sistema imunológico fica um pouco “menos reativo”, a fim de permitir o crescimento de um ser que não é geneticamente igual você. Isso deixa a grávida numa situação de queda relativa da imunidade, sendo mais suscetível a infecções.
Por isso é importante manter as vacinas em dia (desde a consulta pré concepcional), e manter um estilo de vida saudável ao longo da gestação, para reforçar as suas defesas.
O ciclo de crescimento capilar fica estagnado, então é comum que as mulheres notem que os cabelos fiquem mais volumosos, brilhantes e com crescimento algo mais acelerado, com menos queda dos fios.
Isso se deve às alterações hormonais gravídicas, e infelizmente retorna às condições iniciais após o parto, fazendo com que no puerpério a mulher apresente o eflúvio telógeno, ou seja, uma maior queda e rarefação dos fios. (Mas não precisa ficar triste, depois de alguns meses o cabelo volta pro eixo e tende a retomar o padrão de antes da gestação!).
Ainda sob o ponto de vista dermatológico, a pele tende à hiperpigmentação, com chance de manchinhas prévias ficarem mais escuras, assim como cicatrizes, mamilos e região genital.
Por isso não se recomenda o uso de depilação ou tratamentos a laser, que podem causar manchas permanentes na pele.
Durante a gestação, além de passar por todas as transformações físicas que vimos, a mulheres terão ainda uma série de mudanças psicológicas.
No geral, estas mudanças têm origem hormonal. Isso porque, neste período o estrogênio e a progesterona aumentam significativamente, causando uma série de alterações, como:
Além disso, as mudanças na rotina e o mal-estar que a mulher pode passar enquanto seu corpo se adapta à gestação podem potencializar esta situação.
No primeiro trimestre, essas oscilações de humor tendem a ser intensas já que, além de todas as transformações hormonais, a mulher passa a ter insegurança, ansiedade e medo em relação a nova etapa da vida.
Já no segundo trimestre, a futura mãe tende a estar mais adaptada à nova realidade e conseguirá aproveitar mais a gestação. Além disso, os desconfortos iniciais provavelmente estarão muito mais amenos, o que contribuirá para a melhora do quadro emocional.
Com a aproximação do parto e o estágio final da gestação, a mulher poderá ter uma série de desconfortos devido tamanho da barriga, além de novos medos sobre este momento tão esperado.
Assim, pode ocorrer de no terceiro trimestre as alterações emocionais retornarem com mais intensidade.
Claro que cada mulher é única e experimentará sentimentos diferentes durante a gravidez. O mais importante será ter acompanhamento médico e dividir com a parceria todas as dúvidas e receios sobre o que acontece durante a gravidez.
A gestação é uma etapa muito importante na vida de uma mulher e, assim que ela faz essa descoberta, passa a querer entender o que acontece durante a gravidez.
Diversas serão as transformações que o organismo vai passar neste momento e conhecê-las é muito positivo para se tranquilizar e conseguir aproveitar esta linda etapa da vida.
Se informe bem e faça o Pré Natal, assim você assegura os melhores cuidados para a sua saúde do bebê.
O post Estou grávida, e agora? O que acontece durante a gravidez? apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
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