Infecções vaginais: conheça as principais

mai. 02, 2022
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As infecções vaginais são uma das principais razões das mulheres procurarem a ginecologista.


Podem ocorrer por dois motivos principais:


  • Queda da imunidade e desequilíbrio da flora vaginal, possibilitando a proliferação dos microrganismos de forma desenfreada;
  • Infecção durante as relações sexuais.


Temos um artigo que aborda as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e você pode ler sobre o assunto clicando aqui


Neste texto, vamos abordar aquelas infecções vaginais que ocorrem devido à queda da imunidade e desequilíbrio da flora vaginal.


O que é a flora vaginal


Inicialmente, precisamos entender que a vagina tem seus próprios habitantes, capazes de defender o meio vaginal.


A vagina é a parte intermediária do sistema reprodutor feminino, conectando a vulva (genital externo) ao útero (genital interno).


Possui diversos microrganismos, principalmente os lactobacillus, que compõem a flora vaginal principal, mas outras espécies podem fazer parte deste ecossistema.



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Em condições normais, a flora vaginal possui um equilíbrio importante e protege a região íntima contra infecções, além de regular seu pH e umidade.


No entanto, caso a região sofra uma diminuição dos lactobacillus protetores e um crescimento de outras bactérias ou fungos, a mulher poderá desenvolver as infecções.


Quais as principais infecções vaginais


Existem uma ampla gama de infecções que a mulher pode desenvolver na vagina. Como dissemos, algumas são sexualmente transmissíveis e não são nosso foco neste texto.


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Aqui, vamos trazer as principais infecções que ocorrem devido à queda da imunidade da mulher e desequilíbrio da flora vaginal, são elas:


Candidíase


A candidíase é uma infecção que ocorre devido a proliferação de fungos, principalmente da espécie Candida albicans, que está normalmente presente na flora intestinal e vaginal e, quando o corpo está em equilíbrio, não gera nenhum problema.


No entanto, em algumas situações há o favorecimento do crescimento do fungo (ex. queda da imunidade), que se multiplica exageradamente, causando inflamação e os sintomas de candidíase.


A vagina, por ser naturalmente quente e úmida, é um ambiente perfeito para isso acontecer.


Esta infecção traz diversos desconfortos para as mulheres e é a segunda maior causa de corrimentos vaginais, perdendo apenas para a vaginose bacteriana.


Os principais sintomas são coceira, ardor, corrimento esbranquiçado, vermelhidão e dor nas relações sexuais. Além disso, podem aparecer lesões na vulva, causadas pelo ato de coçar frequentemente.


Temos um artigo que fala mais sobre a candidíase e você pode se informar clicando aqui.


Vaginose Bacteriana


A vaginose bacteriana é uma infecção que ocorre devido a uma alteração da flora vaginal com supercrescimento de bactérias anaeróbias, como as espécies Gardnerella vaginalis, Mobiluncus spp, Prevotella spp, Mycoplasma hominis e Peptostreptococcus sp.


É a principal causa de corrimento genital, que se apresenta acinzentado ou amarelado, fino e com odor de peixe podre, o que pode gerar danos na autoestima e bem-estar da mulher.


Mas, pelo fato desta infecção não apresentar sintomas inflamatórios, como dor, coceira ou ardência, a paciente pode demorar a identificar este problema.


Além disso, este desequilíbrio pode favorecer o surgimento de problemas mais sérios, como endometrites e inflamação nas trompas. Isso ocorre porque facilita a subida de outras bactérias sexualmente transmissíveis pelo colo do útero.


Outro ponto de atenção são as mulheres grávidas, já que esta doença pode estimular o trabalho de parto prematuro, por exemplo.


Caso você queira saber mais sobre a vaginose bacteriana, poderá ler nosso artigo clicando aqui. 


Vaginose citolítica


Esta inflamação não é tão comum e ocorre devido a proliferação exacerbada dos próprios Lactobacillus presentes na flora vaginal normal.


Como estas bactérias são responsáveis por manter o pH da vagina mais baixo, quando em excesso, deixam a região mais ácida que o normal. Então, esta acidez exacerbada gera irritação na vagina e sintomas, como ardência e coceira.


Normalmente, pacientes com esta disfunção já tentaram diversos tratamentos para vulvovaginites e candidíase, mas não apresentaram melhora.


Herpes Genital


Apesar de ser uma infecção sexualmente transmissível, o herpes é um vírus que, uma vez contraído, fica latente após a primeira infecção.


Ou seja, fica escondido no corpo e pode ou não voltar a se manifestar quando ocorre uma queda na imunidade.


O herpes genital provoca lesões em forma de vesículas (pequenas bolhas) agrupadas na pele ou mucosa. Com o tempo, essas bolhas se rompem e formam feridas rasas com crostas que depois cicatrizam. As lesões são dolorosas e causam grande incômodo à paciente.


Então, essas feridas podem aparecer na vulva, dentro da vagina, no colo do útero ou ao redor do ânus.


Além disso, o quadro inicial de herpes genital pode durar de duas a três semanas. Já os quadros das recorrências são menos intensos e costumam ser antecedidos por sintomas como coceira, sensação de queimação, dores musculares e “fisgadas” nas regiões afetadas.


Inclusive, a recorrência costuma ocorrer na mesma localização da lesão inicial e os surtos tendem a acontecer com menos intensidade e frequência com o passar do tempo.


Leia mais sobre o herpes genital aqui.


Como é o tratamento?


O tratamento da infecção vaginal vai depender de qual o agente causador.


Assim, poderemos utilizar medicamentos orais ou em forma de cremes, óvulos e pomadas a serem aplicados diretamente na região genital.


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Além disso, avaliaremos possíveis medidas para aliviar os sintomas enquanto a infecção não é controlada, como as compressas com chá de camomila gelado, por exemplo.


No entanto, devemos destacar que o tratamento vai resolver o desequilíbrio da proliferação dos microrganismos naquele momento, mas não os elimina totalmente do organismo, uma vez que eles podem fazer parte da nossa microbiota normal.


Dessa maneira, precisaremos atentar à presença de fatores causais para corrigi-los e evitar a ocorrência de novos episódios.


Como prevenir as infecções vaginais?


O desequilíbrio da flora vaginal e a queda da nossa imunidade estão relacionadas com nossos hábitos diários.


Por isso, é essencial cuidar do estilo de vida, por exemplo, adequando a alimentação, praticando atividades físicas, cuidando da qualidade do sono e nível de estresse.


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Se você quiser se informar sobre como fortalecer o sistema imunológico, temos um artigo sobre este assunto.


Além disso, existem algumas medidas que podem ajudar na prevenção das infecções vaginais, por exemplo:


  • Evitar duchas vaginais;
  • Evitar roupas justas e de material sintético;
  • Usar calcinhas de algodão e mais soltinhas, que permitam que a região respire;
  • Não higienizar a região genital em excesso;
  • Não utilizar perfumes ou outras substâncias químicas sem recomendação médica na vulva.


Ademais, alguns estudos sobre o uso de probióticos, vitaminas e outros suplementos como terapia complementar começam a ocorrer e podem trazer bons resultados.

 

Como vimos, as infecções vaginais ocorrem graças à proliferação de microrganismos que já estão presentes no nosso organismo e isso ocorre quando apresentamos uma queda na nossa imunidade e alterações da flora vaginal.


Os sintomas podem ser muito incômodos e afetar significativamente a qualidade de vida, sendo essencial procurar uma Ginecologista para fazer o diagnóstico e iniciar um tratamento adequado.


A prevenção é também fundamental para evitar infecções recorrentes! Para isso, será essencial cuidar do seu estilo de vida e adotar hábitos de vida saudáveis.


Você não precisa sofrer com desconfortos na região íntima. Procure ajuda médica, cuide da sua saúde e bem-estar!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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