Normalmente, quando falamos sobre isso logo pensamos em dormir 8 horas por dia.

Claro que a quantidade de horas de descanso é importante. No entanto, tão importante quanto é ter um sono que realmente seja reparador, ou seja, dormir e ao acordar se sinta descansada e disposta.  

Então, não podemos passar uma fórmula exata da quantidade ideal de horas para dormir, já que isso pode variar conforme cada paciente, e também em cada pessoa, com a idade.

Dormir bem traz muitos benefícios para nossa saúde. A combinação entre o tempo ideal e a qualidade do sono são essenciais para o nosso bem-estar e para o bom funcionamento do organismo.

Qual a importância da qualidade do sono na saúde da mulher?

Ter um sono de qualidade é fundamental, pois é enquanto dormimos que nosso corpo trabalha para manter diversas funções importantes, como o equilíbrio dos sistemas endócrino, imunológico e neurológico.

Assim, podemos citar os principais benefícios de noites bem dormidas:

• Disposição para praticar atividades físicas;
• Maior controle do apetite e combate à obesidade;
• Redução da chance da ocorrência de doenças, como diabetes e hipertensão;
• Controle dos nossos hormônios;
• Diminuição das chances de problemas, como estresse, ansiedade e depressão;
• Melhora do humor;
• Melhora da nossa cognição;
• Ajuda na consolidação dos aprendizados;
• Melhora no nosso desempenho no trabalho.



Qualidade do sono e a produção de hormônios

Enquanto dormimos, diversos hormônios são liberados na corrente sanguínea.

Por exemplo, é nesse momento que liberamos o GH, conhecido como hormônio do crescimento. O GH é essencial para o reparo tecidual, ganho e manutenção da massa muscular, redução da gordura corporal e preservação dos ossos.

Além disso, é durante o sono que há o equilíbrio entre a grelina (estimula o apetite) e a leptina (responsável pela sensação de saciedade).

Assim, quando não dormimos o suficiente temos mais fome e vontade de comer carboidratos e esse é um dos motivos pelos quais pessoas que dormem menos têm maiores chances de se tornarem obesas.

Outro hormônio que sofre influência do sono é o cortisol, também conhecido como hormônio do estresse. Níveis elevados de cortisol trazem malefícios, como dificuldade de concentração, queda de cabelo, menstruação irregular, baixa libido e até maior dificuldade para engravidar.



Durante as noites de sono também a serotonina é equilibrada. Conhecida como hormônio do prazer, quando em baixa concentração pode provocar mau humor, dificuldade para dormir, baixa libido, ansiedade ou depressão.

A falta de sono pode afetar a libido

É durante o sono que nos recuperamos do cansaço do dia que passou e preparamos o corpo e a mente para o dia seguinte.

Apesar de muita gente não se atentar a este aspecto, o sono de qualidade está totalmente relacionado com a disposição e vontade para a atividade sexual.

Assim, quando estamos cansadas sofremos uma queda do desejo, lubrificação, satisfação e excitação.

Muitas mulheres estão felizes com seus relacionamentos e sentem atração pelas parcerias, mas estão sempre muito cansadas para conseguir iniciar o sexo, vide as pessoas com filhos pequenos.

Além disso, o desbalanço hormonal que a falta de sono causa pode influenciar também no apetite sexual.



Temos um artigo que fala mais sobre a libido feminina e você poderá ler clicando aqui.

Como ter um sono de qualidade?

O nosso cérebro adora previsibilidade, pois assim consegue economizar energia. Quanto mais você seguir uma rotina semelhante, especialmente a partir do final da tarde, mais o seu corpo vai aprender que se aproxima a hora de dormir.

Existem alguns hábitos que podem auxiliar a ter uma boa noite de sono, por exemplo:

• Finalize seu dia cerca de 2 a 3 horas antes de ir dormir e procure relaxar nesse período;
• Nas horas que antecedem o sono, diminua sua exposição à luz, principalmente aquela de aparelhos eletrônicos. Se não puder parar de usar o celular, procure deixá-lo no modo noturno;
• Crie um ambiente favorável ao sono, ou seja, deixe o quarto escuro e silencioso, com temperatura agradável;
• Tenha uma rotina antes de dormir, assim seu corpo entende quando chega esse momento;
• Evite alimentos estimulantes a partir das 18hs, como o café, canela e pimentas;
• Evite atividades estimulantes perto do horário de dormir, como exercícios intensos, jogos ou filmes e séries. Que tal ler um livro, conversar ou meditar?
• No período próximo a hora de dormir, consuma alimentos ricos em magnésio e triptofano, como ovos, peixes, leguminosas e castanhas. Eles proporcionam maior relaxamento.
• Consuma chás calmantes, como camomila, valeriana, erva-cidreira.

Uma dica importante é não cair na tentação de tomar medicamentos sem antes consultar um médico especialista. Vários desses remédios alteram a fisiologia do sono de modo que você pode ficar dependente deles para dormir, outros aumentam o risco de queda e déficits cognitivos.

Apesar de ser uma tendência e facilmente encontrada, a melatonina não é um simples suplemento e sim um hormônio importante produzido pelo nosso organismo para auxiliar o processo de relaxamento do sono. A melatonina produzida pela nossa glândula pineal é a mestra dos nossos processos de sono e vigília.

No entanto, o uso de melatonina exógena não funciona da mesma forma. É um excelente "ajustador" de fase do sono, quando precisamos antecipar ou atrasar o sono por conta do fuso horário em viagens por exemplo. Mas não funciona como tratamento de insônia.

Algumas doenças e medicamentos também podem interferir com sua capacidade de dormir bem.

Como vimos, o sono de qualidade é tão importante para nossa saúde como uma alimentação equilibrada e a prática de atividades físicas.

Caso você não se atente e valorize esse momento, que tal olhar para isso com mais atenção?

Mas, se você já tentou de tudo, já acertou toda sua rotina de sono e ainda assim está com dificuldades para dormir, procure o quanto antes um especialista para te auxiliar.

Dormir é essencial para nossa qualidade de vida e bem-estar!