As varizes pélvicas são veias dilatadas e tortuosas que surgem ao redor do útero, trompas e ovários e podem causar dor pélvica crônica na paciente ou não apresentar sintoma algum. Parecido com aquelas das pernas.
No geral, elas não costumam ser perigosas, mas além da dor, há um pequeno risco de formação de coágulos nas veias (trombose) que podem ser levados até o pulmão e causar uma embolia pulmonar.
Chamamos de síndrome da congestão pélvica (SCP) a condição na qual a paciente tem dor pélvica crônica associada às varizes pélvicas.
A dor pélvica crônica costuma ser bastante debilitante. É uma condição com pelo menos 6 meses de duração e de acordo com a Febrasgo, cerca de 2 a 10% das pacientes que comparecem rotineiramente ao ginecologista referem esta queixa. Em aproximadamente 15 a 20% das vezes, a causa dessa dor não é aparente, o que nos permite suspeitar da presença de varizes pélvicas.
Temos um artigo sobre a dor pélvica crônica e você poderá ler clicando aqui.
Em linhas gerais, o diagnóstico e tratamento das varizes pélvicas demandam uma abordagem multidisciplinar. Isso porque, esta é uma condição com certa dificuldade diagnóstica e, na maioria das vezes, o diagnóstico é feito pela exclusão de outras doenças.
Não há um padrão bem estabelecido na literatura, nem de exame diagnóstico e nem de classificação da doença.
As varizes pélvicas ocorrem, principalmente, devido a hereditariedade e/ou a gravidez.
Durante a gestação, as veias pélvicas se alargam para levar mais sangue à região e permitir o desenvolvimento do feto e pode ocorrer delas não voltarem ao tamanho original.
Um outro aspecto a se considerar é que os hormônios produzidos neste período também contribuem para a dilatação das veias.
Um ponto de atenção é quando a mulher já tem predisposição genética e engravida. Nesses casos, o cuidado deve ser maior.
Além disso, mulheres dos 30 aos 50 anos que já engravidaram mais de uma vez, que possuem ciclos menstruais irregulares e sofrem com problemas hormonais têm maior chance de desenvolver as varizes pélvicas.
Na imensa maioria das vezes, as varizes pélvicas são assintomáticas. São achados de exame sem nenhuma consequência para a saúde.
Quando os sintomas ocorrem, podem variar muito para cada paciente.
No geral, existem aqueles sintomas mais comuns para esta doença, são eles:
Eventualmente, os sintomas podem ser melhores quando a mulher senta ou deita, já que assim o sangue tem maior facilidade de voltar ao coração.
Uma dúvida comum das pacientes é se a mulher com varizes pélvicas pode engravidar.
Esta condição não causa infertilidade nem riscos maiores durante a gestação.
Todavia, os sintomas podem ficar mais acentuados, já que na gravidez as veias naturalmente recebem um fluxo maior de sangue e se dilatam ainda mais por conta das alterações hormonais.
O diagnóstico das varizes pélvicas não é fácil de ser feito e, normalmente, o realizamos a partir da caracterização da dor e exclusão de outras doenças.
A dor deve estar presente por um período mínimo de seis meses, variando em relação à intensidade e duração. Além disso, normalmente ela está associada a outros sintomas, como a dor durante o ato sexual e a urgência miccional.
Quando a paciente chega no consultório relatando a dor pélvica, devemos fazer um exame físico completo e avaliar abdômen, a região lombo-sacra e a genitália interna e externa.
Além disso, para diagnosticar as varizes pélvicas é válido observar também os membros inferiores para avaliar se não existem outras varizes associadas.
Os exames de imagem são importantes e aqueles que mais utilizamos são a venografia, a ultrassonografia com efeito Doppler (US Doppler), angioressonância magnética (angio RM), angiotomografia computadorizada (angio TC) e a laparoscopia.
Neste caso, a venografia é o estudo que nos traz informações mais precisas, pois permite avaliar a dilatação e tortuosidade das veias ovarianas e uterinas. Além disso, este exame possibilita avaliar a presença de incompetência valvular ou a ausência de válvulas nas veias.
O achado clínico sugestivo associado à presença de varizes pélvicas nos exames de imagem e excluindo outras causas para a dor fecha o diagnóstico.
O tratamento das varizes pélvicas é individualizado e depende do grau de evolução da doença. Não há um tratamento padrão ouro, por falta de estudos específicos.
Para casos iniciais e mais simples, podemos adotar um tratamento clínico com o uso de remédios para controlar a dor e hormônios para reduzir a dilatação das veias e amenizar os sintomas.
Normalmente, o tratamento clínico apresenta resultados satisfatórios em casos iniciais. Porém, devemos lembrar que ele não é definitivo, ou seja, os sintomas retornam caso a paciente pare de tomar os remédios.
Além disso, podemos realizar o tratamento cirúrgico que pode ser tradicional ou pela laparoscopia.
Na cirurgia tradicional, em mulheres que não desejam mais filhos, fazemos a histerectomia (retirada do útero) e ooforectomia (retirada do ovário) bilateral ou somente a ligadura das veias ovarianas, a depender de cada caso.
No entanto, atualmente, a cirurgia por laparoscopia é mais utilizada e consiste na ligadura das varizes sem necessidade de retirada do útero ou ovário.
Uma forma de tratamento que apresenta resultados muito satisfatórios é a embolização, um tratamento endovascular que consiste em colocar uma substância obliterante dentro das veias para bloquear o fluxo de sangue por aquelas varizes.
Normalmente, nos casos de cirurgias para tratar as varizes pélvicas contamos com o auxílio de um cirurgião vascular ou um angiologista.
Cerca de 70% das pacientes que recebem um tratamento adequado das varizes pélvicas costumam ter a resolução dos sintomas, como urgência miccional, dismenorreia, e dor pélvica crônica.
Assim, fica evidente a importância de ter um diagnóstico e tratamento precisos para recuperar a qualidade de vida e bem-estar.
Caso você sofra com dores e outros incômodos na região pélvica, não deixe de procurar uma Ginecologista para lhe auxiliar!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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