A cólica menstrual é um tipo comum de dor abdominal que afeta muitas pacientes durante a idade fértil e, embora seja comum perceber algum desconforto durante este período, cólicas intensas podem ser debilitantes e indicar que algo não vai bem.
Além disso, algumas mulheres podem sentir dores pélvicas não associadas à menstruação, até mesmo de forma crônica, o que também requer atenção.
Assim, se você sente cólicas constantes e fortes a ponto de afetarem sua qualidade de vida e atividades cotidianas, se questione se realmente está tudo bem com a sua saúde e procure ajuda médica!
A cólica menstrual, também conhecida como dismenorréia, é uma dor pélvica que ocorre durante a menstruação.
Costuma ocorrer em salvas, ou ondas, com períodos de piora e melhora ao longo de algum tempo, e pode se localizar na parte baixa do abdome em sua região central ou ser mais lateralizada.
Essa dor ocorre pela liberação de prostaglandinas, substâncias que provocam contrações para eliminar o endométrio, a camada interna do útero que cresce para nutrir um possível embrião, quando não houve gestação.
Essas contrações são responsáveis pela expulsão do tecido não utilizado e variam em intensidade e localização, sendo normalmente sentidas na região abdominal inferior, costas ou coxas.
Além da cólica, outros sintomas costumam acompanhar esse movimento corporal, como dor de cabeça, náusea, vômito e até mesmo tontura.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Clínica Médica, a dor da cólica menstrual ocorre em 70% a 90% das mulheres em idade reprodutiva, podendo ser de intensidade branda, moderada ou severa.
Assim, apesar do seu aparecimento ainda não estar muito claro, sabe-se que alguns fatores contribuem para a cólica menstrual, como por exemplo:
Em relação aos tipos de cólica, podemos dividi-las entre as seguintes categorias:
Primária
É uma dor bastante comum durante o período menstrual e não está associada a doenças ou anomalias.
Ela pode ocorrer horas antes ou no início da menstruação e perdurar pelos primeiros dias do período do sangramento.
À medida que a mulher envelhece, a frequência dessa cólica tende a diminuir.
Secundária
É identificada por dores agudas e duradouras ao longo de todo o ciclo menstrual, acompanhadas de outros sintomas como desconforto durante o ato sexual e com ou sem sangramento prolongado durante a menstruação.
Não deve ser considerada como algo normal, já que pode ser ocasionada por enfermidades como endometriose, pólipos, varizes pélvicas, adenomiose, doença inflamatória pélvica ou outras condições.
Em alguns casos, a paciente pode relatar que sente uma cólica não somente no período menstrual, mas de forma constante ao longo do ciclo.
Nessas situações, podemos estar diante da dor pélvica crônica, uma condição que pode ser muito debilitante e gerar impactos significativos na qualidade de vida da mulher.
No geral, a paciente pode sentir dor intensa na região da pelve por mais de 6 meses, a ponto de afetar as atividades do dia a dia.
A dor pélvica crônica pode ter diversas causas, ginecológicas ou não, como por exemplo:
Então, seu diagnóstico não é tão simples e pode demandar algum tempo e uma abordagem por equipe multidisciplinar.
Temos um artigo que aborda a dor pélvica crônica com mais detalhes no nosso Blog!
A cólica por si só não é uma doença, ela é um sintoma, um sinal de que alguma coisa pode estar errada. Primeiramente, para garantir um tratamento adequado, é muito importante identificar a real causa da cólica da paciente.
De maneira geral, a dismenorreia não provoca outros sintomas graves associados ou mesmo alterações nos exames físicos ginecológicos.
No entanto, mulheres que sofrem com cólicas muito intensas e constantes ou que chegam acompanhadas de sangramento anormal, corrimento com cheiro ruim, dor durante a relação sexual ou durante a evacuação e micção ou dificuldade para engravidar, precisam ser investigadas de perto.
Assim, o primeiro passo será fazer uma análise completa de sua história e quadro clínico.
Buscaremos compreender quando os sintomas começaram, quanto tempo se passou desde o início do quadro, fatores de melhora e piora da dor e recorrência da dor.
Além disso, é necessário entender as características da dor (cólica, contínua, pontadas ou facadas, difusa ou localizada), migração ou não para outros locais, intensidade da dor, sua relação com o ciclo menstrual ou com as relações sexuais.
Também será fundamental realizar um exame físico detalhado, com realização de toque vaginal e/ou toque retal.
Ademais, faremos uma análise da presença de pontos gatilho para dor, achados sugestivos de endometriose e alterações da musculatura do assoalho pélvico.
Assim, dependendo da suspeita inicial, poderemos solicitar que a paciente realize uma série de exames, como ultrassonografia, exame de urina, exames de sangue ou exames de fezes.
Eventualmente, solicitaremos também a ressonância magnética e/ou tomografia computadorizada.
Se nenhum desses exames for suficiente para chegarmos em um diagnóstico, podemos também solicitar uma laparoscopia diagnóstica.
Diversas alternativas podem ser consideradas para aliviar a dor e permitir que a paciente retome suas atividades cotidianas sem grandes desconfortos.
Por exemplo, no caso de cólica menstrual, algumas medidas como exercícios aeróbicos, aplicação de calor no local e manter uma dieta rica em fibras podem ser boas alternativas.
Além disso, técnicas de relaxamento e de medicina integrativa, tais como acupuntura e acupressão, costumam ser bastante úteis.
No entanto, quando estas medidas não trazem resultados positivos, será imprescindível contar com o acompanhamento da ginecologista, já que a cólica poderá estar associada a outros problemas de saúde.
Assim, o diagnóstico detalhado será fundamental, de modo a traçar uma abordagem terapêutica individualizada e baseada no quadro clínico da paciente.
Poderemos lançar mão de uma ampla gama de terapias, que vão desde o uso de medicamentos, terapia miofascial pélvica, terapia com psicólogos ou psiquiatras, alterações do estilo de vida, ou até mesmo a cirurgia.
Por isso, se você sente cólicas que afetam sua qualidade de vida, marque uma consulta com a ginecologista para tirar as suas dúvidas e entender o que pode ser feito no seu caso para aliviar o desconforto!
Dor relacionada ou não à menstruação que causa impacto no seu dia a dia e diminui sua qualidade de vida nunca será normal.
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
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