A flacidez vaginal realmente pode ocorrer?

27 de julho de 2023
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A flacidez vaginal é uma condição comum em mulheres acima dos 40 ou 50 anos, principalmente entre aquelas que tiveram filhos e já entraram na menopausa.

Afinal, assim como os demais músculos e pele do corpo, aqueles presentes na região íntima também são afetados pela queda na produção de colágeno e estrogênio.


Consequentemente, há uma mudança anatômica na região, provocando nas mulheres sintomas físicos e impactos psicológicos. Continue lendo e entenda melhor a flacidez vaginal!


O que é flacidez vaginal?


A flacidez vaginal é uma condição caracterizada pela perda da elasticidade e tônus  dos músculos que circundam a vagina, provocando, principalmente, modificações estéticas e muitas vezes funcionais na região íntima da mulher.


Apesar desta condição não provocar nenhum risco à saúde da mulher, pode trazer alguns prejuízos para a qualidade de vida.

Por exemplo, costuma afetar a autoestima e, assim, reduzir o desejo sexual da paciente. 


Por que ocorre a flacidez vaginal?


Assim como ocorre em outras partes do corpo, os músculos da região íntima feminina também são afetados pela redução na produção de colágeno e perda da elasticidade causados pelo avanço da idade. Isso se associa principalmente à redução da produção de estrogênio pelos ovários após a menopausa.


Dessa forma, mulheres com mais de 40 anos estão suscetíveis a apresentar flacidez vaginal, e isso se acentua após os 50 anos.


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Contudo, o envelhecimento não é a única causa para essa condição, que também pode surgir devido:


  • Parto normal;
  • Múltiplas gravidezes;
  • Perder grande quantidade de peso (principalmente quando isso ocorre muito rápido);
  • Artrite reumatoide e lúpus;
  • Miopatia;
  • Cirurgias na região íntima;
  • Sedentarismo;
  • Tabagismo;
  • Menopausa;
  • Uso de anabolizantes.


Quais são as consequências para a mulher? 


A flacidez vaginal pode causar consequências físicas para a mulher, como também psicológicas. Afinal, essa mudança acaba afetando o bem-estar e autoestima da maioria.


Conheça abaixo os principais sintomas físicos e emocionais dessa condição e descubra seus principais sinais:


Sintomas físicos da flacidez vaginal


  • Ressecamento vaginal;
  • Incontinência urinária;
  • Sensação de exteriorização dos órgãos como bexiga, útero e intestino através da vagina;
  • Sensação de vagina larga;
  • Flatos vaginais durante a relação sexual;
  • Redução da libido.


Consequências psicológicas da flacidez vaginal


Além dos sintomas físicos apresentados acima, a mulher com flacidez vaginal também pode ter o emocional abalado, devido às modificações estéticas em sua região íntima.


Consequentemente, é comum que pessoas com essa condição tenham menos prazer e interesse em atividades sexuais, principalmente por não se sentirem confortáveis e confiantes.


Além disso, outro sintoma bastante presente é a dificuldade em chegar ao orgasmo, devido ao desconforto estético.


Como é feito o diagnóstico dessa condição?


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Após conhecer os sintomas e sinais da flacidez vaginal, a mulher pode ter a suspeita de ter este quadro.


Contudo, para chegar em um diagnóstico mais assertivo, o ideal é agendar uma consulta com a ginecologista de confiança, que irá avaliar o histórico de saúde da paciente, realizar um exame físico e, se necessário, solicitar outros exames ginecológicos para descartar a existência de algum problema de saúde.


Além disso, através desse acompanhamento poderemos definir o melhor tratamento para cada situação.


Quais são as opções de tratamento para a flacidez vaginal?


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Os sintomas e aparência da flacidez vaginal podem ser amenizados através de diferentes tratamentos.


A abordagem para cada caso vai depender do tipo de estrutura que apresenta a flacidez (músculos ou tecido subcutâneo e conjuntivo) e do tipo de queixa que a paciente apresenta.


Algumas possibilidades:


1. Laser


O laser de CO2 é o mais utilizado no tratamento da flacidez vaginal, pois favorece a produção de novas fibras de colágeno, ajudando a melhorar a espessura do epitélio vaginal.


Além disso, outra vantagem é que esse é um tratamento minimamente invasivo, que pode ser realizado no consultório médico e em poucos minutos, apenas com aplicação de anestesia local.


A paciente também não precisa de repouso ou afastamento, podendo retornar às suas atividades logo após a consulta.


Considerando essas praticidades e vantagens, o tratamento a laser CO2 é bastante eficiente e vem ajudando várias mulheres a recuperarem sua qualidade de vida.


Este tratamento é mais indicado quando o acometimento é apenas superficial, na pele da vulva e mucosa da vagina.


2. Fisioterapia e exercícios


Diferente do tratamento a laser, a fisioterapia e a prática de exercícios exigem mais tempo e paciência da mulher, mas demonstram excelentes resultados na diminuição dos sintomas da flacidez vaginal.


Isso acontece, pois essa prática ajuda a recuperar a musculatura e firmeza dessa região, através do estímulo dos músculos vaginais.


Nesse caso, um dos métodos disponíveis são os chamados exercícios de Kiegel e possuem apenas como contraindicações a existência de infecção urinária ou durante o período menstrual.


Quando a estrutura acometida é a musculatura do assoalho pélvico este é o tratamento recomendado, pois estruturas mais profundas precisam ser trabalhadas para se ter um resultado satisfatório.


3. Preenchimento


O ácido hialurônico também pode ser utilizado para estimular a produção de colágeno e reduzir a flacidez da região íntima feminina.


Assim, este é um dos tratamentos da flacidez vaginal realizado de forma um pouco mais invasiva que o laser, mas que também pode ser feito em consultório e sem necessidade de intervenções cirúrgicas.


Geralmente, as mulheres precisam ficar em recuperação por, no máximo, duas semanas. 


É uma opção para ajudar na flacidez da pele da vulva, principalmente.


Dito isso, é preciso alertar que todos os dias somos bombardeados com diferentes novas tecnologias (inclusive diferentes tipos de lasers, cadeiras e outros aparelhos) para tratamento deste tipo de sintoma, sempre voltados para o público feminino.


Diferentes tipos de laser e substâncias para volumização da região genital estão disponíveis e têm o apelo de sessões únicas com retoques anuais, ou seja, de “simples” uso, quase sempre se aproveitando da necessidade feminina de aprovação estética. 


Nem todas essas tecnologias e materiais divulgados têm evidência científica comprovada para este fim e é preciso ter cuidado com o uso indevido por profissionais não habilitados para manejar possíveis intercorrências advindas deste uso.


Sempre se certifique - verifique certificados de treinamentos, casos previamente tratados e resultados,  formação técnica do profissional e liberação de órgãos sanitários para funcionamento das clínicas e consultórios -  de estar fazendo um procedimento com equipe devidamente habilitada para sua realização.


Uma outra coisa a se considerar é se você realmente tem um problema que precisa ser tratado ou se está sendo impelida a realizar algum procedimento por pressão externa. 


Mudar após ter um filho ou entrar na menopausa é normal e todas as fases da vida tem sua beleza.


Como prevenir a flacidez vaginal?


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Ainda que a flacidez vaginal seja um fenômeno comum em razão do avanço da idade, as mulheres também podem adotar alguns hábitos capazes de prevenir ou atrasar/atenuar o surgimento da condição.


Dentre eles, há a prática de exercícios pélvicos, que ajudam a aumentar a elasticidade da região íntima e manter sua firmeza por mais alguns anos.


Além disso, é importante que as mulheres evitem os fatores de risco dessa condição, como tabagismo, sedentarismo, obesidade, constipação intestinal e uso de anabolizantes.


Então, mantenha hábitos saudáveis ao longo da sua vida, cuidando de todas as partes do seu corpo de modo a evitar uma série de problemas com o avançar da idade, incluindo a flacidez vaginal.



Não esqueça de procurar uma Ginecologista de confiança caso identifique algum dos sinais apresentados anteriormente!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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