O termo “ejaculação feminina” refere-se à liberação de uma quantidade maior de fluidos pela vulva durante a relação sexual, sendo que este evento pode ou não estar associado ao orgasmo.
As glândulas de Skene, que ficam localizadas em volta da uretra, são as responsáveis por liberar esta substância.
Este ainda é um tema bastante estudado, mas o que sabemos é que somente uma pequena parcela das mulheres, cerca de 10%, experimenta esse evento.
Então, vamos explicar um pouco mais sobre o assunto neste texto!
Inicialmente, precisamos lembrar que a vulva possui as glândulas de Bartholin e as de Skene, ambas responsáveis pela lubrificação que prepara a mulher para a atividade sexual.
As glândulas de Bartholin ficam localizadas perto da abertura da vagina em ambos os lados da vulva. Já as glândulas de Skene ficam próximas à abertura da uretra.
Você pode ler mais sobre a lubrificação feminina em um artigo do nosso Blog!
Então, são as glândulas de Skene que, em algumas mulheres, liberam involuntariamente uma maior quantidade de fluidos em um momento da relação sexual.
A quantia liberada pode variar, em média, de 0,3 ml a 5 ml, sendo que esse líquido não tem cor nem cheiro e não dá pra confundir com a urina (que pode ocorrer na prática chamada de golden shower - chuva de urina- que é quando um parceiro urina propositadamente durante o sexo ou devido a perda urinária por incontinência, quando a urina sai involuntariamente, geralmente durante esforço).
Os poucos estudos existentes apontam que o fluido liberado contém creatinina, ureia, frutose e glicose.
É preciso deixar muito claro que este evento nada tem a ver com o orgasmo! Inclusive, ele pode ocorrer antes, durante, depois ou mesmo sem que o orgasmo ocorra.
Ou seja, a maioria das mulheres pode ter orgasmos muito intensos sem liberar nenhum líquido a mais da vulva.
Inclusive, a Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) não apoia o uso do termo “ejaculação feminina”, defendendo que a mulher possui sim a lubrificação vaginal, que pode ser em maior ou menor quantidade.
De acordo com esta organização, a ejaculação é apenas masculina e trata-se da liberação do sêmen no momento em que o homem tem o orgasmo.
No que se refere à mulher, já está bem estabelecido na literatura que é o clitóris o órgão responsável pelo prazer e orgasmo feminino, independente da lubrificação natural.
Os principais sinais do orgasmo na mulher não envolvem necessariamente a liberação de nenhum líquido, mas sim:
Além disso, vale lembrar que o clitóris é bem maior que a glande visível, localizada na parte superior da vulva, acima de onde os lábios internos se encontram.
Certo que a glande é uma estrutura extremamente sensível, pois possui cerca de 8 mil terminações nervosas.
No entanto, o clitóris possui ramos e um corpo, que de certo modo, abraçam a vagina internamente. Essas regiões são altamente vascularizadas e também eréteis, semelhante aos corpos cavernosos do pênis.
Como citamos, somente cerca de 10% das mulheres passam pela experiência da “ejaculação”.
Isso ocorre, pois nem todas possuem as glândulas de Skene funcionais, apesar delas sempre estarem presentes na vulva. Pode ocorrer também destas glândulas liberarem sim certa lubrificação, mas não em grande quantidade.
Cada mulher é única e o fato da maioria não vivenciar esta experiência não quer dizer que lhes faltam estímulos ou que não podem ter orgasmos.
Neste ponto, cabe uma reflexão sobre a sexualidade feminina! Precisamos cada vez mais nos libertar de tabus, vergonhas ou da sensação de obrigação de colocar o prazer da parceria antes do nosso.
Por exemplo, pelo fato da liberação de maior quantidade de fluidos durante a relação sexual ser algo mais raro, muitas mulheres se envergonham quando passam por esta situação, o que não é absolutamente necessário, pois esta é uma resposta natural do corpo ao prazer!
Por outro lado, existem aquelas que buscam esta experiência, seja por vontade própria ou da parceria, e podem se frustrar por não conseguirem alcançá-la.
Seja pelo motivo que for, precisamos compreender que somos únicas, tanto na anatomia dos nossos corpos quanto no que nos proporciona prazer!
Por isso, se conhecer é fundamental para ter uma vida sexual satisfatória.
Caso você tenha dúvidas sobre este ou qualquer outro assunto relacionado à sua sexualidade, procure uma Ginecologista para te ajudar!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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