Condiloma acuminado: entenda esta infecção

17 de outubro de 2024
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O condiloma acuminado, também conhecido como verruga genital, é uma infecção sexualmente transmissível.


Causada pelo papilomavírus humano (HPV), essa condição pode gerar desconforto e preocupação, especialmente devido às suas manifestações na região genital, anal e até mesmo oral.


Entender o que é o condiloma acuminado, como ele se manifesta e quais são as opções de prevenção e tratamento é essencial para todas as mulheres.


Isso permite proteger sua saúde e tomar decisões informadas sobre sua vida sexual e bem-estar.


O que é o condiloma acuminado e quais são as causas dessa condição?


O condiloma acuminado é uma infecção sexualmente transmissível causada pelo HPV (papilomavírus humano), que afeta a pele e as mucosas, resultando na formação de verrugas em áreas como os órgãos genitais, ânus e região oral.


De acordo com estimativas do Ministério da Saúde aproximadamente 17 mil mulheres recebem o diagnóstico de HPV no Brasil anualmente.


Nesse sentido, existem mais de 200 tipos diferentes de HPV, sendo que os subtipos 6 e 11, são responsáveis por cerca de 90% dos casos de verrugas genitais.


Na maioria dos casos, o sistema imunológico consegue eliminar o vírus, e muitas pessoas nem sequer percebem que foram infectadas.


Entretanto, as manifestações clínicas (lesões visíveis) ou subclínicas (detectáveis apenas por exames laboratoriais) tendem a surgir quando o sistema imunológico está enfraquecido.


Como ocorre a transmissão do condiloma acuminado?


A transmissão do condiloma acuminado ocorre principalmente por meio do contato direto com a pele ou mucosa infectada pelo HPV durante a relação sexual.


Isso inclui relações vaginais, anais e orais.


É importante saber que a infecção pode ser transmitida mesmo que não haja sintomas visíveis, como verrugas, o que torna o HPV altamente contagioso.


Assim, além do contato sexual, a transmissão também pode ocorrer por meio de contato íntimo com áreas genitais, mesmo sem penetração, e, em casos mais raros, através do compartilhamento de objetos pessoais.


Ainda menos comum, a infecção também pode ser transmitida de mãe para filho durante o parto.



Embora as verrugas genitais sejam geralmente benignas, o risco de infecção por tipos de HPV de alto risco, que podem levar a condições mais sérias, como o câncer no colo do útero, não deve ser subestimado.


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Quais são os sintomas do condiloma acuminado?


Os sintomas do condiloma acuminado incluem o aparecimento de verrugas na região genital, anal e, em alguns casos, na área oral.


Confira abaixo as principais características dessa condição:


  • Verrugas ou lesões na pele: pequenas verrugas ou protuberâncias na área genital ou anal, que podem ser únicas ou múltiplas. Elas podem ter aparência de couve-flor e variam em tamanho;
  • Coceira ou desconforto: pode ocorrer coceira, desconforto ou sensação de queimação na área afetada;
  • Sangramento: as verrugas podem sangrar, especialmente após o contato sexual;
  • Alterações na coloração da pele: podem aparecer manchas ou alterações na coloração da pele ao redor das verrugas.
  • Secreção ou odor: em alguns casos, pode haver uma secreção com odor desagradável, especialmente se houver associação com outras IST ou infecção bacteriana secundária de uma lesão condilomatosa prévia.


Como realizamos o diagnóstico?


Inicialmente, realizamos um exame físico, identificando visualmente as verrugas genitais, anais ou orais. Essas lesões são muito típicas e praticamente não há necessidade de exames confirmatórios.



Em casos de suspeita de lesões internas, podemos conduzir uma colposcopia.


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Esse exame utiliza um colposcópio para visualizar de forma ampliada o colo do útero, vagina e vulva.


Também podemos utilizar o teste de Papanicolau para detectar alterações celulares, ou seja, que ainda não têm lesão visível a olho nu,  no colo do útero causadas pelo HPV, incluindo aquelas que podem evoluir para câncer.


Embora o Papanicolau não diagnostique diretamente as verrugas genitais, ele é fundamental para identificar infecções por HPV e alterações pré-cancerosas.


Além disso, em casos em que as lesões não são claramente identificáveis ou quando há suspeita de uma condição mais grave, podemos encaminhar a paciente para a realização de uma biópsia.


Dessa forma, uma pequena amostra de tecido da lesão ou verruga é removida para exame microscópico, a fim de confirmar o diagnóstico e excluir outras condições.


Como a mulher pode prevenir essa condição?


A mulher pode adotar várias medidas para prevenir o condiloma acuminado e a infecção pelo HPV:


Vacinação contra o HPV


A vacina contra o HPV é a forma mais eficaz de prevenir as doenças induzidas por este vírus.


O SUS disponibiliza gratuitamente a vacina com os tipos mais comuns que causam verrugas genitais e cânceres, incluindo os subtipos 6, 11, 16 e 18.


Em clínicas privadas de imunização temos a opção de usar a vacina nonavalente, que além dos tipos anteriores protege também contra os subtipos 31, 33, 45, 52 e 58, também considerados de alto risco.


Recomenda-se a vacina para crianças de ambos os sexos de 9 a 14 anos e também homens e mulheres até os 45 anos, idealmente antes do início da vida sexual, mas também pode ser administrada após este evento.


No nosso blog, temos um artigo completo sobre a vacina do HPV, acesse e saiba mais!


Uso de preservativos


O uso correto e consistente de preservativos, como a camisinha feminina, durante as relações sexuais pode reduzir consideravelmente o risco de infecção pelo HPV.


Porém, como o HPV pode infectar áreas não cobertas pelo preservativo, essa proteção não é absoluta.


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Limitar o número de parceiros sexuais


Manter um relacionamento monogâmico ou reduzir o número de parceiros sexuais pode diminuir o risco de exposição ao HPV.


Evitar o compartilhamento de itens


Evitar compartilhar objetos como toalhas, roupas íntimas ou outros itens que possam estar em contato com a pele ou mucosa infectada pode ajudar a prevenir a transmissão do vírus.


Exames ginecológicos regulares


Realizar exames ginecológicos de rotina, como o Papanicolau e a colposcopia, pode ajudar a identificar alterações precoces nas células cervicais causadas pelo HPV, permitindo o tratamento precoce e prevenindo complicações.


Como realizamos o tratamento dessa condição?


O tratamento do condiloma acuminado pode ser realizado de várias maneiras, dependendo da localização, do número e do tamanho das lesões, bem como das preferências do paciente.


Uma opção é o uso de medicamentos tópicos que são aplicados diretamente nas verrugas, destruindo assim as células infectadas.


Se os medicamentos tópicos não forem suficientes, podemos indicar procedimentos como a crioterapia, que congela as verrugas com nitrogênio líquido.


Já a eletrocauterização envolve a queima das verrugas com uma corrente elétrica. Essa é uma opção bastante eficaz, mas pode deixar cicatrizes.


Em casos onde as lesões são muitas, difíceis de tratar ou quando outros métodos falham, os tratamentos baseados em laser de CO2 também são uma opção, com menor risco de cicatrizes inestéticas.


Entretanto, para lesões maiores, a intervenção cirúrgica pode ser necessária.


Lembramos que mesmo após o tratamento, o HPV pode permanecer no organismo, o que significa que as verrugas podem reaparecer.



Por isso, é essencial manter um estilo de vida saudável, estimulando a imunidade local com consumo regular de frutas, verduras e legumes, ter sono adequado, praticar atividades físicas e controlar o estresse de modo adequado e realizar acompanhamento regular com a ginecologista para monitorar e tratar novas lesões, se necessário.


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Além disso, se você notar qualquer indício de condiloma acuminado, marque uma consulta com a especialista em saúde da mulher imediatamente para um tratamento personalizado.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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