O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma condição psicológica e física que afeta uma parcela considerável de mulheres em idade reprodutiva.
Mais severo que a conhecida tensão pré-menstrual, esse transtorno não apenas agrava os sintomas comuns, como irritabilidade e desconforto físico, mas também envolve desafios emocionais e psicológicos profundos.
Estes sintomas podem surgir repetidamente no ciclo menstrual e tendem a desaparecer com o início da menstruação.
A complexidade do TDPM reside na sua natureza imprevisível e no impacto que pode ter sobre a vida pessoal, profissional e social das mulheres.
De acordo com a Febrasgo, Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, estima-se que no Brasil o Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) afete entre 3% a 8% das mulheres em idade reprodutiva.
Porém, a condição pode estar subdiagnosticada e, portanto, ser potencialmente mais prevalente.
Então, acompanhe este artigo para entender as causas dessa condição, assim como as opções de tratamento disponíveis.
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é uma condição severa e mais grave do que a tensão pré-menstrual comum.
Os sintomas típicos do TDPM são mais intensos e podem ser debilitantes, surgindo, geralmente, na semana antes da menstruação e diminuindo logo após o início do período menstrual.
Por serem sintomas similares aos de outras condições, como ansiedade e depressão, o TDPM pode ser confundido com esses transtornos.
Entretanto, a principal diferença está na periodicidade dos sintomas do TDPM.
Eles são cíclicos e restritos ao período pré-menstrual, ao contrário dos sintomas contínuos observados em transtornos depressivos.
Assim, é fundamental para as mulheres que suspeitam ter TDPM buscar por uma avaliação personalizada da ginecologista.
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual envolve sintomas emocionais e físicos intensos, confira abaixo:
Sintomas emocionais
Sintomas físicos
O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) é influenciado por uma combinação de fatores.
A sensibilidade anormal às flutuações normais dos hormônios sexuais durante o ciclo menstrual, principalmente o estrogênio e a progesterona, é frequentemente considerada como uma causa fundamental.
Além disso, mudanças nos níveis de serotonina, um neurotransmissor que regula o humor, o apetite e o sono, também pode influenciar no desenvolvimento do transtorno.
O fator genético é outro ponto relevante.
Alterações em certos genes podem tornar algumas mulheres mais sensíveis às mudanças hormonais que ocorrem durante o ciclo menstrual.
Por fim, lembramos que fatores de risco ambientais e comportamentais, como o estresse, podem exacerbar os sintomas do TDPM.
No nosso blog, temos um artigo que fala sobre a relação entre estresse e menstruação, acesse para saber mais!
Iniciamos o diagnóstico do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) coletando o histórico médico da paciente, focando especialmente nos sintomas relatados e sua relação com o ciclo menstrual.
Geralmente, recomendamos que a paciente mantenha um diário de sintomas por pelo menos dois ciclos menstruais para documentar a natureza, a intensidade e o impacto dos sintomas nas atividades diárias.
Além disso, precisamos descartar outras condições médicas ou psiquiátricas que possam estar causando os sintomas.
Finalmente, consideramos o quanto os sintomas interferem nas atividades diárias da paciente, como trabalho, escola, relações sociais e vida familiar.
Esse diagnóstico é essencial para assegurar um tratamento adequado.
O tratamento do Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) envolve uma série de abordagens que combinam intervenções médicas e mudanças no estilo de vida.
Medicamentos da classe dos antidepressivos/ansiolíticos para aliviar sintomas de depressão e irritabilidade são a primeira linha de tratamento.
Eles podem ser administrados diariamente ou apenas durante a segunda metade do ciclo menstrual, conforme a necessidade individual.
Já os contraceptivos hormonais que contêm estrogênio e progesterona são utilizados para regular as flutuações hormonais, podendo ser tomados de forma contínua para evitar oscilações durante a menstruação, e podem ser usados em associação ou não ao primeiro grupo.
Além disso, recomendamos que mulheres com TDPM adotem uma dieta rica em carboidratos complexos (integrais), proteínas e fibras, e que reduzam a ingestão de cafeína e álcool.
Ainda dentro dessa questão nutricional, podemos prescrever suplementos, incluindo vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio e zinco, para mitigar os sintomas físicos e emocionais.
Também incentivamos a prática regular de exercícios físicos e técnicas de relaxamento como yoga e meditação.
Por fim, a paciente pode aderir à psicoterapia para aprender a lidar com pensamentos e comportamentos negativos, melhorando a gestão do estresse e a regulação emocional.
Reforçamos que é fundamental que o tratamento seja acompanhado por consultas regulares com a especialista em saúde da mulher para monitorar a evolução dos sintomas e ajustar o tratamento conforme necessário.
Isso garantirá que o tratamento permaneça seguro e eficaz para o seu caso.
Se os sintomas em vez de cíclicos forem contínuos ao longo do mês, é possível que estejamos diante de transtornos psiquiátricos com piora do quadro no período pré menstrual, e uma avaliação combinada entre psiquiatra e ginecologista deve ser realizada.
Portanto, saiba que você não precisa sofrer e perder o controle da sua vida toda vez que for menstruar.
Caso experimente os sintomas relacionados ao Transtorno Disfórico Pré-Menstrual, agende uma consulta com a ginecologista o quanto antes e recupere o seu bem-estar!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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