O Relatório Epidemiológico sobre HIV/Aids, publicado pelo Ministério da Saúde em 2022, revelou que o Brasil registrou 43.403 novos casos de infecção pelo HIV naquele ano.
Esse número apresentou um crescimento de 17,2% em relação aos dados de 2020.
Nesse contexto, a PrEP, ou Profilaxia Pré-Exposição, oferece uma oportunidade de prevenção eficaz contra o HIV.
Esta abordagem envolve o uso de medicamentos antirretrovirais que, se tomados consistentemente, podem reduzir bastante o risco de infecção pelo HIV.
Então, acompanhe esse artigo para entender como a PrEP funciona, seus benefícios e como pode ser integrada à sua rotina de cuidados com a saúde.
A PrEP, ou Profilaxia Pré-Exposição, é uma estratégia para prevenir infecção pelo vírus HIV que envolve o uso diário de medicamentos antirretrovirais por pessoas que não têm o vírus, mas que estão em alto risco de infecção.
Esse método é altamente eficaz em reduzir o risco de contrair HIV quando tomado de maneira consistente e correta.
Indica-se a PrEP para pessoas que estão em situações de maior risco de exposição ao HIV, isso inclui:
No nosso site, temos um artigo completo sobre o HIV, acesse e saiba mais!
A PrEP opera através da combinação de dois antirretrovirais (tenofovir e emtricitabina), que impedem certas vias usadas pelo HIV para infectar células no corpo.
Assim, há duas formas recomendadas de uso da PrEP: contínua e intermitente.
PrEP contínua
Envolve a ingestão regular dos medicamentos todos os dias, recomendada para indivíduos em maior risco de exposição ao HIV.
PrEP intermitente
Esta modalidade é utilizada apenas em momentos de potencial exposição ao HIV.
A PrEP intermitente é apropriada para pessoas que têm relações sexuais menos de duas vezes por semana e que conseguem prever a ocorrência dessas relações.
Há estudos sobre outras formas de uso da PrEP, na forma de medicação injetável de longa duração ou anel vaginal, mas ainda não estão disponíveis no Brasil.
A eficácia da PrEP pode variar dependendo de como é utilizada:
Sim, o tratamento com PrEP pode ter efeitos colaterais, embora a maioria das pessoas não apresente reações adversas graves.
Geralmente, os efeitos colaterais mais comuns são leves e tendem a diminuir após as primeiras semanas de uso, sendo os principais:
Portanto, é importante que as mulheres em PrEP realizem acompanhamento regular com a ginecologista/ infectologista para monitorar qualquer efeito colateral e ajustar o tratamento, conforme necessário.
É importante deixar claro que o uso de PrEP ainda não foi suficientemente estudado em mulheres cis heterossexuais, de modo que não temos dados concretos de eficácia do seu uso nesta população.
Além disso, antes de iniciar a PrEP, é importante realizar exames para garantir que não há contraindicações ao uso dos medicamentos.
Existem várias outras estratégias de prevenção da Aids, entre elas, destacamos:
Uso de preservativos
O uso consistente e correto de preservativos durante relações sexuais é uma das maneiras mais eficazes de prevenir a transmissão do HIV, bem como de outras infecções sexualmente transmissíveis.
PEP (Profilaxia Pós-Exposição)
A PEP envolve tomar medicamentos antirretrovirais logo após uma possível exposição ao HIV, como um contato sexual desprotegido ou um acidente com agulha.
Nesse caso, é necessário iniciar a medicação dentro de até 72 horas após a exposição e continuar o uso da mesma por 28 dias para ser eficaz.
Testagem e aconselhamento
Fazer testes regulares de HIV e receber aconselhamento da ginecologista são essenciais para a prevenção.
Isso permite que as mulheres conheçam seu status e tomem decisões informadas sobre sua saúde sexual.
A frequência da testagem deve ser maior naquelas pessoas com comportamento sexual de risco para transmissão de infecções sexualmente transmissíveis.
Limitação do número de parceiros sexuais
Reduzir o número de parceiros sexuais pode diminuir o risco de exposição ao HIV.
Prevenção no uso de drogas injetáveis
O compartilhamento de seringas entre usuários de drogas injetáveis é uma das vias para a transmissão do HIV.
Para diminuir esse risco, é preciso que as usuárias de drogas injetáveis adotem medidas de prevenção, como utilizar materiais descartáveis próprios e evitar o compartilhamento de agulhas e seringas com outros.
Buscar tratamento e se livrar do uso deste tipo de substâncias é a melhor opção.
Prevenção na utilização de materiais perfurocortantes
Adotar práticas seguras no manuseio de materiais perfurocortantes, especialmente em ambientes médicos e de saúde, é essencial para evitar a transmissão do HIV.
Dessa forma, é necessário o uso de equipamentos de proteção individual e a correta disposição de objetos cortantes.
Prevenção em transfusões de sangue
Assegurar que todas as transfusões de sangue sejam realizadas com sangue devidamente testado para o HIV é vital para prevenir a transmissão durante procedimentos médicos.
Primeiramente, você deve agendar uma consulta com a ginecologista ou infectologista para avaliar seu risco de exposição ao vírus e discutir se a PrEP é uma opção adequada para você.
Durante essa consulta inicial, solicitamos exames para confirmar que você não está infectada pelo HIV e para avaliar sua função renal e hepática, além de testar para outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Se for determinado que a PrEP é apropriada para sua situação, prescreveremos os medicamentos necessários.
Após o início do tratamento, é importante manter consultas regulares, normalmente a cada três meses.
Essas consultas são fundamentais para realizarmos testes contínuos de HIV e outras ISTs, monitorar a função renal, e discutir os efeitos colaterais.
Existem também Centros de Aconselhamento e Testagem geridos pelo SUS, onde esse tipo de atendimento pode ser realizado.
Portanto, caso você tenha dúvidas se a Profilaxia Pré-Exposição é indicada para o seu caso, agende uma consulta com a especialista em saúde da mulher agora mesmo!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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