Embora qualquer um possa ser infectado em algum momento de sua vida sem apresentar sintomas, a situação muda quando se trata de uma gestante.
Nesse caso, a infecção pode atravessar a barreira placentária, levando a complicações sérias para o desenvolvimento do feto.
Dessa forma, é essencial que as gestantes estejam cientes dos riscos associados à toxoplasmose e das medidas preventivas que podem adotar para proteger tanto a si mesmas quanto a seus bebês.
Entenda melhor neste artigo!
Toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii, encontrado nas fezes de gatos e capaz de infectar outros animais e humanos.
Esta doença é uma das zoonoses mais prevalentes mundialmente, ou seja, doenças transmitidas pelo contato com animais.
Embora a fase aguda da toxoplasmose seja tratável, o parasita pode permanecer no organismo indefinidamente, podendo reativar e provocar sintomas em diferentes momentos da vida.
Os casos crônicos são menos frequentes em crianças menores de cinco anos, mas a incidência aumenta após os 20 anos de idade.
A toxoplasmose é transmitida pelas seguintes vias:
Para a maioria das pessoas saudáveis, a toxoplasmose aguda pode ser assintomática ou causar sintomas leves e inespecíficos que se assemelham aos de uma gripe, incluindo:
A toxoplasmose na gestação apresenta riscos para a mãe e o feto, especialmente se a infecção ocorrer pela primeira vez durante a gravidez.
O parasita Toxoplasma gondii pode atravessar a placenta e infectar o feto, com a probabilidade de transmissão aumentando à medida que a gravidez avança.
Apesar disso, os efeitos da infecção são mais graves se ocorrerem no início da gravidez.
Nesse sentido, infecções congênitas podem resultar em uma série de complicações sérias, como por exemplo:
Além disso, algumas crianças infectadas no útero podem parecer saudáveis ao nascer, mas desenvolver problemas de visão, audição, aprendizado ou dificuldades psicomotoras anos depois.
O diagnóstico da toxoplasmose durante a gravidez é um processo essencial para proteger tanto a gestante quanto o bebê de complicações.
Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que todas as gestantes realizem exames de triagem sorológica como parte do acompanhamento pré-natal.
Esses exames detectam a presença de anticorpos contra o parasita Toxoplasma gondii.
Os anticorpos tipo IgM indicam uma infecção recente, enquanto os anticorpos IgG sugerem uma infecção passada e geralmente conferem imunidade.
Em suspeitas de infecção recente, podemos realizar procedimentos como a amniocentese para detectar a presença do parasita no líquido amniótico.
Também podemos utilizar a ultrassonografia para verificar a existência de sinais de infecção no feto, como calcificações intracranianas ou hidrocefalia.
Em casos confirmados de infecção, iniciamos o tratamento para reduzir os riscos de transmissão ao feto e minimizar possíveis complicações.
Nos casos suspeitos de infecção materna aguda na gestação usamos antibióticos para tentar prevenir a infecção do feto.
Para tratar os casos confirmados de toxoplasmose na gravidez, utilizamos principalmente antibióticos capazes de atravessar a barreira placentária, para permitir o tratamento fetal.
O uso do medicamento correto pelo tempo adequado reduz o risco de complicações neurológicas graves nos bebês infectados.
Durante todo o tratamento, é essencial o monitoramento contínuo da saúde da gestante e do desenvolvimento fetal.
Assim, solicitamos ultrassonografias regulares e testes laboratoriais para avaliar possíveis toxicidades relacionadas aos medicamentos e a resposta ao tratamento.
A duração do tratamento pode variar, dependendo do momento da infecção e dos resultados dos exames de acompanhamento.
Após o nascimento, também é importante continuar o monitoramento dos bebês nascidos de mães que tiveram toxoplasmose durante a gravidez para detectar quaisquer sinais de toxoplasmose congênita que possam surgir.
Para prevenir a toxoplasmose durante a gestação, as gestantes podem tomar várias ações que ajudam a reduzir o risco de infecção pelo parasita Toxoplasma gondii.
Então, confira abaixo algumas recomendações importantes:
Beber água potável
Consuma água que seja tratada ou filtrada.
Evitar carnes cruas ou mal passadas
O parasita pode estar presente em carnes não cozidas ou mal cozidas.
Portanto, a gestante deve consumir apenas carnes bem cozidas.
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Lavar frutas e vegetais
As frutas e vegetais podem estar contaminados com terra que contém o parasita.
Assim, é importante lavá-los cuidadosamente antes de consumir. Recomenda-se, inclusive, deixar esses alimentos de molho em desinfetantes específicos para alimentos.
Evitar contato com fezes de gato
Como vimos, os gatos são hospedeiros comuns do Toxoplasma gondii, e o parasita pode ser excretado em suas fezes.
Por isso, as gestantes devem evitar limpar caixas de areia de gato ou, se necessário, usar luvas e lavar as mãos imediatamente após.
Usar luvas ao jardinar
Como o solo pode estar contaminado, usar luvas ao trabalhar no jardim pode ajudar a prevenir a exposição ao parasita.
Higiene das mãos
Lavar as mãos com água e sabão antes de se alimentar, após manusear carne crua, após o contato com terra ou qualquer exposição a fezes de gato é essencial para evitar a contaminação.
Estas medidas não apenas ajudam a prevenir a toxoplasmose, mas também são práticas saudáveis que beneficiam a gestação de uma forma geral.
Além dessas medidas preventivas, reforçamos que é imprescindível que a gestante tenha um acompanhamento regular com a obstetra durante todo o período pré-natal.
Este acompanhamento permite que a gestante receba as orientações corretas e específicas para sua condição de saúde e estágio da gravidez.
A obstetra também poderá solicitar os exames necessários e identificar precocemente qualquer risco potencial para a saúde da mãe e do bebê.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre a consulta pré-natal, acesse e saiba mais!
Assim sendo, caso você deseje engravidar ou se já está gestando, agende uma consulta com a obstetra agora mesmo, e garanta uma gravidez segura e saudável.
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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