Câncer de mama: como diagnosticar e tratar

Dra Juliana Teixeira Ribeiro • 22 de junho de 2023
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O câncer de mama é uma doença que afeta as células da região, podendo se desenvolver tanto em mulheres quanto em homens, embora nos pacientes do sexo masculino seja muito raro, representando apenas 1% dos casos da doença. 

Assim, o câncer de mama ocorre quando as células mamárias começam a crescer e se multiplicar de forma anormal, formando um tumor.


Apesar da causa exata do câncer de mama ainda não estar totalmente esclarecida, existem alguns fatores que podem aumentar a possibilidade de desenvolver a doença, como idade e histórico familiar.


Entenda melhor neste artigo como diagnosticar, tratar e diminuir as chances de desenvolver essa condição!


O que é o câncer de mama e quais são as causas para essa condição?


O câncer de mama é o principal tipo de câncer que afeta as mulheres, desconsiderando o câncer de pele não-melanoma, e sua incidência é de cerca de 62,9 novos casos por cada 100.000 habitantes.


Ocorre quando as células dessas glândulas começam a se multiplicar de maneira desordenada, podendo acarretar no desenvolvimento de um tumor.


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Existem vários subtipos de câncer de mama, sendo que alguns crescem de maneira mais rápida, enquanto outros ocorrem de forma mais lenta.


Apesar disso, lembramos que desde que diagnosticado e tratado de forma precoce, o câncer de mama geralmente apresenta um prognóstico muito favorável.


Entre os fatores de risco para o aparecimento do câncer de mama, podemos listar:


  • Idade avançada;
  • Excesso de peso;
  • Sedentarismo;
  • História familiar ou de mutação genética, como ser portadora dos genes BRCA1 e BRCA2;
  • Mulheres que não tiveram filhos ou tiveram o primeiro filho após os 35 anos;
  • Pacientes que não amamentaram;
  • Mulheres que fizeram uso de reposição hormonal, principalmente com estrogênio e progesterona associados;
  • Pacientes que menstruaram antes dos 12 anos;
  • Mulheres que entraram na menopausa após os 50 anos de idade.


Como fazer o diagnóstico do câncer de mama?


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Inicialmente, é preciso lembrar que, na maioria dos casos, este tipo de câncer não provoca sintomas em suas fases iniciais.


Assim, muitas vezes, um tumor é diagnosticado em consultas de rotina através de exames de rastreamento. 


O diagnóstico do câncer de mama se inicia a partir de uma avaliação clínica detalhada no consultório, incluindo um exame físico das mamas e das regiões próximas.


Em seguida, podemos solicitar exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética, para avaliar possíveis lesões.


Caso haja alguma suspeita, uma biópsia do tecido afetado será realizada para análise em laboratório, assim confirmamos ou descartamos o diagnóstico de câncer de mama.


Temos um artigo que explica mais sobre a biópsia nas mamas no nosso blog!


Em casos confirmados de malignidade, exames específicos de anatomia patológica, como a imunoistoquímica, podem trazer ainda mais detalhes sobre a lesão, como expressão de marcadores ou receptores hormonais.


Então, realizar exames complementares específicos, a depender de cada caso, é fundamental para o direcionamento do tratamento.


Como é feito o tratamento dessa condição?


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O tratamento do câncer de mama pode variar de acordo com o estágio da doença, a idade da paciente e a localização do tumor, entre outros fatores.


Dessa forma, podemos utilizar uma via de tratamento ou até mesmo uma combinação das seguintes abordagens:


Cirurgia


Frequentemente utilizada para remover o tumor.


Pode-se realizar uma mastectomia (remoção completa da mama) ou uma remoção parcial da mama, incluindo o tumor e áreas adjacentes.


Com o diagnóstico precoce a tendência atual é que na maior parte das vezes seja realizado este segundo tipo, com a retirada dos chamados setores ou quadrantes da mama.


Por outro lado, em casos localmente avançados pode ser necessária a retirada da mama e dos músculos peitorais, que ficam logo abaixo dela, a chamada mastectomia radical. Felizmente este tipo de procedimento está cada vez menos comum.


Junto com o tratamento da mama também há necessidade de abordar os linfonodos da axila, que podem estar comprometidos pela doença. Podem ser usadas as técnicas de linfonodo sentinela ou esvaziamento axilar.


De modo geral, quando a cirurgia irá causar uma deformidade estética considerável na mama afetada, já é programado para o momento do tratamento ou poucos meses depois as cirurgias reconstrutoras, que servem para deixar as mamas mais simétricas, melhorando a auto estima e reduzindo o estigma para as mulheres que enfrentam o câncer de mama.


Radioterapia


Utilizada para completar o tratamento no local do tumor e destruir as células cancerosas que restaram após a cirurgia.


Terapia hormonal


Utilizada para bloquear os hormônios que estimulam o crescimento das células cancerosas em lesões que têm receptor hormonal positivo.


Quimioterapia 


Utiliza medicamentos para destruir as células cancerosas e é geralmente aplicada em combinação com a cirurgia e/ou radioterapia.


Pode ser feita antes ou depois da cirurgia, geralmente em casos mais avançados, que precisam de um controle sistêmico do câncer.


Atualmente existem tratamentos cada vez mais específicos, voltados para o tipo específico de doença que a pessoa tem.


Terapia-alvo


É um tratamento mais recente que utiliza medicamentos específicos para bloquear as proteínas que ajudam as células cancerosas a crescer e se dividir.


O tipo de tratamento escolhido dependerá das especificidades de cada paciente. 


Um ponto fundamental a destacar é a postura e atitude da paciente frente ao diagnóstico. 


Sabemos que esta é uma notícia delicada.


No entanto, tentar manter uma postura otimista é muito importante para o sucesso do tratamento. 


Há vários trabalhos científicos que mostraram uma menor taxa de efeitos colaterais e melhor resposta ao tratamento quando os pacientes mantêm um estado de humor positivo.


Como prevenir o câncer de mama?


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A fim de prevenir o câncer de mama, podemos tomar algumas ações ao longo da vida, como, por exemplo:


Autoexame


Faça o autoexame das mamas regularmente para detectar alterações e procure a ginecologista imediatamente caso encontre alguma irregularidade.


Este não é considerado atualmente um exame de rastreamento, mas é uma forma da mulher conhecer a textura da sua mama e, ao identificar mudanças no padrão habitual, buscar ajuda o mais breve possível.


Você pode saber mais sobre como fazer o
autoexame de mama no nosso blog! 


Terapia hormonal


Esta é uma importante forma de tratar os sintomas da menopausa, que podem afetar negativamente a qualidade de vida de muitas mulheres.


Entretanto, para mulheres com alto risco de câncer de mama, evitar a terapia hormonal com associação de estrogênio e progesterona para tratamento da menopausa, deve ser algo a se pensar.


Há outros tratamentos que podem ter um impacto significativo sobre os sintomas sem aumentar ainda mais o risco para câncer de mama.


Estilo de vida saudável


Adote um estilo de vida saudável, não fume, mantenha uma alimentação equilibrada, pratique atividade física e evite o consumo exagerado de álcool.


A prática de atividade física regular é um fator de proteção com impacto significativo sobre o risco de câncer de mama e sobre o risco de recidiva da doença em mulheres que já foram tratadas.


Acredite, seus hábitos diários podem fazer toda a diferença!


Controle do peso


Mantenha o peso corporal dentro da faixa considerada saudável, evitando o sobrepeso e a obesidade.


A obesidade é uma doença que aumenta a possibilidade de ocorrência de alguns tumores ginecológicos, como o câncer de mama, endométrio e ovário.


Além disso, é importante ressaltar que o diagnóstico precoce é essencial, sendo que cerca de 95% dos casos diagnosticados precocemente têm possibilidade de cura.


Nesse sentido, o rastreamento é uma medida importante para detectar a doença em estágios iniciais e a mamografia é o principal exame utilizado.


Mulheres com risco habitual devem iniciar o rastreamento a partir dos 40 anos de idade. 


Já para mulheres com alto risco - ou seja, que possuem casos de câncer de mama na família -  indicamos iniciar o rastreamento 10 anos antes da idade da parente mais jovem que teve a doença.


Ademais, é fundamental consultar a ginecologista pelo menos uma vez por ano para realizar exames físicos, tirar dúvidas e receber o encaminhamento para demais procedimentos.


Dessa forma, é possível identificar precocemente alterações nas mamas e em outras regiões do corpo, o que aumenta as chances de um tratamento eficaz!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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