O diagnóstico de cisto ovariano pode gerar bastante preocupação e incerteza nas mulheres.
Embora seja uma ocorrência relativamente frequente, a gravidade e os sintomas dos cistos podem variar bastante de um caso para o outro.
Geralmente, esses cistos são inofensivos e tendem a desaparecer espontaneamente após alguns meses, não necessitando de nenhuma intervenção além de acompanhamento médico.
Entretanto, caso o cisto seja volumoso ou se rompa, ou tenha características suspeitas, o procedimento cirúrgico torna-se necessário.
Entenda melhor neste artigo!
O que é o cisto no ovário e quais são as causas dessa condição?

Os ovários são órgãos localizados na região inferior do abdômen e responsáveis pela produção e liberação dos óvulos, as células reprodutivas da mulher.
Os cistos ovarianos são estruturas preenchidas com líquido e envolvidos por uma membrana que se formam nestes órgãos.
Essa condição pode ter diversas causas e está muitas vezes relacionada a alterações hormonais no organismo feminino.
Nesse sentido, o tipo mais comum de cisto no ovário é o funcional, que está diretamente relacionado ao ciclo menstrual da mulher.
Além disso, outros motivos podem contribuir para o surgimento de cistos, como, por exemplo:
- Uso de medicamentos hormonais;
- Endometriose;
- Infecção pélvica;
- Histórico familiar de cistos no ovário.
Quais são os tipos mais comuns de cisto ovariano?

Existem diversos tipos de cistos ovarianos, os quais variam em suas características, tamanho e comportamento.
Dessa forma, alguns dos tipos mais comuns incluem:
Cistos funcionais
Ocorrem com maior frequência em mulheres em idade fértil e consistem,principalmente, em membranas preenchidas por líquido ou sangue.
Eles costumam ser benignos e podem surgir em um ou em ambos os ovários, tendo a tendência de desaparecer sem necessidade de tratamento.
Podem ser: cistos foliculares ou cistos de corpo lúteo.
Endometrioma
Mais um dos diversos tipos de cistos ovarianos, o endometrioma geralmente se desenvolve como resultado de lesões relacionadas à endometriose no ovário. É constituído por sangue envelhecido e tecido e pode atingir grandes tamanhos, não desaparecendo espontaneamente.
Cistos neoplásicos benignos ou malignos
Podem ser de natureza benigna ou maligna. Esses cistos são denominados neoplásicos porque não estão relacionados ao processo de ovulação.
A apresentação desses cistos em exames de ultrassonografia pode ser descrita como cistos de aparência complexa, variando em tamanho.
Além disso, podem ser benignos ou malignos, sendo que os mais comuns são os cistos neoplásicos benignos, por exemplo, os teratomas e cistoadenomas.
Nódulos
São lesões sólidas e se distinguem dos cistos nas imagens de ultrassonografia. Quando um nódulo é identificado na região do ovário, é de extrema importância realizar um acompanhamento para determinar se há ou não expansão do mesmo. Assim como nos cistos, os nódulos podem ser benignos ou malignos.
Se você quiser saber mais sobre os tipos de cistos no ovário, acesse esse artigo em nosso blog!
Como diagnosticar o cisto no ovário?
Muitas vezes, o cisto de ovário não causa sintomas e, assim, o identificamos somente nos exames de rotina.
No entanto, pode ocorrer dele gerar algumas queixas, que não são específicas, mas devem ser levadas em consideração, como por exemplo:
- Aumento do volume abdominal persistente;
- Desconforto na região pélvica não ligada à menstruação;
- Alterações no ciclo menstrual;
- Sangramento menstrual abundante;
- Sangramento fora do período menstrual;
- Sensação de distensão ou dor abdominal;
- Dor durante a relação íntima;
- Episódios de náusea e vômito.

Então, se houver suspeita de cisto ovariano, podemos solicitar alguns exames como ultrassom pélvico, transvaginal, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.
Esses exames são capazes de fornecer imagens detalhadas para uma identificação precisa sobre o cisto no ovário.
Assim, ao avaliar o tamanho, localização e características do cisto, a paciente será encaminhada para o tratamento mais adequado.
Além disso, poderemos solicitar exames de sangue chamados de marcadores tumorais, por exemplo, CA-125, CA-15.3, CA-19.9, CA-72.4 e alfa-fetoproteína.P
Estes são exames inespecíficos, mas que podem estar aumentados em algumas neoplasias. Dessa forma, podemos ter uma ajuda extra para ajudar na suspeita se o cisto é benigno ou maligno, e em caso de malignidade no seguimento pós tratamento.
Alguns achados ultrassonográficos, mais do que alterações nestes marcadores aumentam a chance do cisto se tratar de uma lesão neoplásica, tais como:
- Presença de lesões sólidas internas, na parede do cisto, as vegetações;
- Septos internos, especialmente quando espessos e vascularizados;
- Lesões muito vascularizadas, com vasos sanguíneos de grosso calibre e com baixa resistência ao fluxo de sangue;
- Lesões grandes e irregulares;
- Presença de líquido livre no abdome (ascite) ou lesões difusas no peritônio;
- Lesões sólidas.
Quando há uma ou mais destas características é recomendada avaliação médica o mais breve possível para decisão terapêutica.
Como realizamos o tratamento do cisto ovariano?

Após o diagnóstico, o tratamento dependerá de vários fatores, incluindo o tamanho do cisto, seu tipo, a presença de sintomas e a idade da paciente.
Em muitos casos, especialmente se o cisto for pequeno e assintomático, podemos optar por um acompanhamento regular para monitorar a evolução.
Entretanto, se o cisto for grande, causar sintomas intensos, tiver características suspeitas ou persistir por vários ciclos menstruais, possivelmente indicaremos a remoção cirúrgica.
Neste ponto ressaltamos que, quando há suspeita de malignidade, a remoção cirúrgica do ovário é a forma mais segura de conseguir o diagnóstico definitivo.
Isso porque, a chance de uma biópsia espalhar células malignas na cavidade abdominal é alta e, assim, esse procedimento não é indicado.
As duas principais cirurgias para retirada do cisto de ovário são a cistectomia (ooforoplastia) e ooforectomia.
Na cistectomia ou ooforoplastia, realizamos a retirada somente do cisto, preservando o restante do ovário. Já na ooforectomia, todo o ovário é retirado.
Em linhas gerais, a videolaparoscopia é a via cirúrgica que indicamos por ser um procedimento minimamente invasivo que envolve a realização de pequenas incisões no abdômen.
Nestas situações, a recuperação é mais rápida e, caso nenhuma complicação ocorra, a alta se dará em até 24 horas.
Além disso, o repouso ocorrerá por 15 a 30 dias quando, a depender de cada caso, a paciente já poderá retornar às atividades cotidianas, além da atividade sexual.
Já a laparotomia é uma cirurgia abdominal mais tradicional que requer uma incisão maior e, portanto, maiores cuidados pós cirúrgicos.
A escolha do melhor método dependerá de cada caso.
É importante ressaltar que apenas a especialista pode avaliar adequadamente o cisto no ovário e determinar o tratamento mais adequado, levando em consideração também as características individuais de cada paciente.
Por isso, caso você identifique qualquer um dos sintomas relacionados ao cisto no ovário, marque uma consulta com a ginecologista.
Assim, você terá a certeza de obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento personalizado!
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