A Fibromialgia provoca dor pélvica?

20 de dezembro de 2021
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Você sabia que a fibromialgia pode ser a causa da dor pélvica crônica? Neste texto falamos mais sobre o assunto.


A fibromialgia é uma doença caracterizada por dor crônica generalizada que causa uma diminuição significativa na qualidade de vida da paciente.


Este é um problema reumatológico cuja prevalência aumenta com a idade e que afeta, principalmente, mulheres entre os 30 e 60 anos.


Pacientes que possuem fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor. Assim, sentem dores pelo corpo todo e por longos períodos, como se o sistema nervoso amplificasse a intensidade dos estímulos dolorosos.


As causas da fibromialgia ainda não são totalmente conhecidas, mas existem alguns fatores que contribuem para a ocorrência desta doença:


  • Sexo feminino;
  • Predisposição genética;
  • Doenças autoimunes;
  • Experiências pessoais negativas. 


Quais os principais sintomas da fibromialgia?


A fibromialgia não causa nenhuma alteração física na paciente. Apesar disso, esta doença causa dor crônica em diversas partes do corpo simultaneamente, sendo este o principal sintoma.


Além disso, a fibromialgia é uma síndrome e possui diversos outros sintomas associados, por exemplo:


  • Sensibilidade ao toque;
  • Fadiga;
  • Distúrbios do sono;
  • Enxaqueca;
  • Ansiedade ou depressão;
  • Dor ao urinar;
  • Dor ao ter relações sexuais;
  • Alterações no hábito intestinal.


Como é o diagnóstico?


Ao receber uma paciente no consultório ginecológico que relate os sintomas da fibromialgia, devemos fazer uma análise completa de sua história, bem como o exame físico.


Assim, buscaremos compreender uma série de questões:  


  • Quando os sintomas começaram;
  • Quanto tempo se passou desde o início do quadro;
  • Fatores de melhora e piora da dor;
  • Recorrência da dor;
  • Características da dor (cólica, contínua, pontadas ou facadas, difusa ou localizada);
  • Migração ou não da dor;
  • Intensidade da dor;
  • Relação da dor com o ciclo menstrual;
  • Relação da dor com as relações sexuais;
  • Histórico de gestação e partos.



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Além disso, o exame físico deve ser bem detalhado à procura de achados sugestivos das possíveis causas para as dores e incômodos. 


Assim, após toda essa avaliação inicial e dependendo da suspeita, solicitamos a realização de exames, que são usados para afastar outras causas de dor. Isso porque a fibromialgia não causa alteração em nenhum exame, seja de laboratório ou imagem.


Por exemplo, podemos solicitar a realização da ultrassonografia comum e transvaginal, exame de urina, exames de sangue ou de fezes. 


Tudo isso faz-se necessário, pois, para chegarmos em um diagnóstico de fibromialgia, devemos excluir diversas outras causas para a dor da paciente.


Tratamento da fibromialgia


O tratamento da fibromialgia é individualizado, já que esta doença pode se manifestar de diversas formas e cada paciente possui um quadro clínico diferente.


Será necessária uma equipe multidisciplinar para oferecer uma tratativa completa. Essa equipe pode contar com profissionais, como por exemplo, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, educadores físicos, dentre outros.


Então, poderemos adotar uma série de medidas:


  • Uso de medicamentos, como antiinflamatórios, analgésicos, antidepressivos e ansiolíticos;
  • Massagem;
  • Acompanhamento psicológico;
  • Acupuntura;
  • Atividade física.


O intuito será sempre atuar no controle da dor, fortalecimento da musculatura, postura e controle da saúde mental. 


A importância da prática de atividades físicas


A prática de atividades físicas é essencial no tratamento da fibromialgia.


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Isso porque, elas auxiliam no aumento do condicionamento físico, aumento da força muscular e capacidade de mobilização das articulações.


Tudo isso é essencial para o controle da dor e do cansaço. Acredita-se, inclusive, que os exercícios físicos tiram o foco da dor, uma vez que os nervos se ocupam em transmitir as informações relacionadas àquela atividade praticada.


Além disso, a atividade física pode ajudar a controlar outros sintomas, como a ansiedade e depressão, pois aumenta a liberação de endorfinas e serotonina no cérebro. Essas substâncias são associadas ao relaxamento e ao prazer. 


Alguns estudos sugerem que a prática de atividade aeróbica moderada é a mais indicada para estes casos. Assim, exercícios como natação, caminhada, ciclismo ou dança podem ser bons aliados no tratamento.


Fibromialgia e dor pélvica crônica


Em linhas gerais, podemos dizer que a fibromialgia é uma das causas potenciais da dor pélvica crônica.


A dor pélvica crônica caracteriza-se por uma dor na região da pelve que dura mais de 6 meses, é intensa e interfere nas atividades do dia a dia da mulher.


Os impactos desta condição para as mulheres são muito significativos, já que ela pode afetar tanto as atividades diárias, o trabalho e também a vida sexual.


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O diagnóstico desta condição ainda hoje gera dúvidas e demanda bastante atenção. Daí a importância da ginecologista ter um olhar atento para esta questão.


Temos um artigo que fala mais sobre a dor pélvica crônica e você pode ler clicando aqui.


Cada vez mais, as mulheres buscam em suas ginecologistas profissionais que cuidem de sua saúde de uma forma mais ampla. Inclusive, grande parte das pacientes se consultam somente com a ginecologista para fazer seus check up.


Assim, é cada vez mais importante olhar de uma forma mais ampla para a saúde da mulher e fazer diagnósticos mais abrangentes.


E, quando necessário, indicamos as pacientes para outras especialidades específicas.


Fibromialgia e gestação


Uma dúvida comum é se a mulher com fibromialgia pode ter dificuldade para engravidar ou se a doença oferece riscos para o neném.


No geral, a fibromialgia não afeta a fertilidade da mulher e nem coloca o feto em risco. No entanto, existem alguns pontos a considerar.


Inicialmente, devemos pensar sobre os efeitos da fibromialgia na qualidade de vida da gestante. Ainda hoje, não existem muitos estudos sobre esta questão e, inclusive, alguns apresentam resultados contraditórios.


Algumas pesquisas descrevem que as mulheres com fibromialgia podem experimentar uma dor mais acentuada, fadiga e stress psicológico, principalmente durante os três primeiros meses da gestação.


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Porém, outros estudos revelam que algumas mulheres com fibromialgia tiveram uma melhora dos sintomas da doença durante a gestação. Possivelmente, isso se deu graças aos hormônios liberados no corpo durante este período, por exemplo, a relaxina, responsável por relaxar os músculos e articulações.


Outro ponto de atenção refere-se aos medicamentos que utilizamos para tratamento da fibromialgia. Isso porque, no geral, eles não são tão seguros durante a gravidez.


Por isso, será essencial avaliar o caso com cautela de modo a utilizar fármacos específicos que possam ajudar a controlar os sintomas da fibromialgia sem afetar o feto. 


Dessa maneira, é primordial que mulheres com fibromialgia que desejam engravidar passem por consultas com seus médicos antes de concretizar a gestação, de modo a adotar as melhores estratégias para o controle da doença sem afetar a segurança da futura mãe e do neném.


Além disso, durante a gestação o acompanhamento pré-natal deverá ser rigoroso para garantir que tudo corra bem durante esta fase e também no parto.


O mais importante será sempre contar com profissionais especializados para cuidar da sua saúde!


Então, não ignore sintomas que afetem sua qualidade de vida e não postergue a ida ao médico! 


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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