O vírus do papiloma humano (HPV) é transmitido através das relações sexuais, sendo o principal responsável pelas infecções do trato reprodutivo feminino e masculino.
É a principal causa do câncer do colo do útero, além de causar outros sintomas, como as verrugas genitais e não genitais em homens e mulheres.
Existem diversos tipos de HPV, sendo que alguns apresentam elevado potencial de causar o câncer (HPV-16 e o HPV-18) sendo considerados de “alto risco”.
Além disso, existem aqueles de “baixo risco” que causam as verrugas genitais (HPV-6 e o HPV-11) e não são cancerígenos.
Há ainda muitos outros tipos de HPV, mas os que citamos são os mais prevalentes. Ressaltamos que as mulheres podem adquirir mais de um tipo de vírus ao mesmo tempo ou ao longo da vida.
Qualquer pessoa sexualmente ativa apresenta o risco de infecção pelo HPV. A atenção deve ser ainda maior para os pacientes imunocomprometidos, que são mais propensos a ter infecção persistente e progressão mais rápida para o câncer.
Atualmente, a principal medida de prevenção primária da infecção é a vacina do HPV, que está no calendário de vacinação do SUS.
Ademais, o uso de preservativos nas relações sexuais é de suma importância para evitar o contato com o vírus.
Atualmente, a vacina do HPV está no calendário de vacinação do SUS para meninos e meninas de 9 a 14 anos de idade.
A vacina ofertada é a quadrivalente, ou seja, que oferece proteção contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV.
A vacinação ocorre em 2 etapas, sendo que a segunda dose deve ocorrer 6 meses após a primeira.
É importante ressaltar que o SUS cobre esta faixa etária, pois a vacina é mais eficaz em pacientes que ainda não tiveram contato sexual e não foram expostas ao HPV. Além disso, é nesta idade que o sistema imunológico apresenta melhor resposta.
Porém, isso não quer dizer que as vacinas não sejam eficazes em adultos, somente que ela tem melhores resultados na faixa etária proposta e que o mais adequado seria tomá-las antes de iniciar as relações sexuais.
Este ano de 2022, a vacinação pelo SUS foi estendida a homens e mulheres imunossuprimidos, de 9 a 45 anos, que vivem com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos.
Nesta população, o esquema preconizado inclui 3 doses da vacina.
Homens e mulheres adultos até 45 anos que não são dos grupos de risco e não são vacinados também podem receber a vacina em clínicas privadas de imunização.
Apesar de não haver dados que contra indiquem a vacina após essa idade, os estudos da vacina foram feitos em pessoas com até 45 anos, por isso, consta em bula esta limitação.
Quando o programa de vacinação contra o HPV iniciou, houve muitas especulações em relação a sua segurança e aos efeitos colaterais.
Os efeitos mais comuns são semelhantes a outras vacinas: dor no local e febre baixa, que costumam desaparecer em 1 ou 2 dias.
Todavia, não há registro de eventos adversos graves relacionados à vacinação em nenhuma faixa etária, nos mais de 10 anos em que a vacina tem sido administrada.
Inclusive, agências regulatórias em todo mundo avaliam que a vacina do HPV apresenta excelente perfil de segurança documentado em uma série de estudos científicos.
Além disso, os benefícios da vacinação são inquestionáveis, principalmente se lembrarmos que o HPV é o principal causador de câncer do colo do útero.
Além de proteger contra o câncer cervical, a vacina protege contra outros cânceres associados ao HPV, como o de vagina, vulva, pênis, ânus, boca e orofaringe.
De acordo com a Febrasgo, cerca de 99,6% das mulheres sexualmente ativas até 45 anos se beneficiam com a vacinação contra HPV. Mesmo que já tenham tido contato prévio com o HPV.
No entanto, nestes casos será preciso tomar a vacina em laboratórios particulares, pois elas não estão disponíveis no SUS para pessoas a partir dos 15 anos, exceto se imunossuprimidas.
Ainda hoje, não existe um remédio para eliminar o vírus do organismo. No entanto, acredita-se que nosso sistema imunológico seja capaz de combater e eliminar o vírus do corpo com o passar dos anos.
Contudo, isso não quer dizer que ficamos imunes a novas contaminações.
Um estudo abordado pela Febrasgo avaliou 10.049 mulheres na Costa Rica e observou que a incidência de infecção por HPV em mulheres soropositivas para determinado tipo foi similar à das mulheres soronegativas.
Ou seja, isso indica a ineficiência da imunidade natural adquirida na proteção contra nova infecção ou recidiva.
Além disso, sabemos que a resposta sorológica após a vacinação contra o HPV é muito mais forte do que aquela após a infecção natural.
Dessa forma, indicamos que mesmo as pacientes que já tiveram o HPV tomem a vacina, pois existem evidências que isso pode reduzir as recidivas, bem como novas contaminações.
Sim, ambas as vacinas são quadrivalente e possuem a mesma eficácia.
A única questão é que a vacina do sistema particular está disponível para pacientes a partir dos 15 anos pelos motivos que já citamos.
O Papanicolau é o exame mais utilizado no Brasil e no mundo para rastreamento das lesões precursoras do câncer do colo útero, em sua grande parte causadas pelo HPV.
Este é um exame simples e rápido no qual coletamos material do colo do útero a partir da descamação local com uma pequena escova e encaminhamos para análise.
Ressaltamos que mesmo as mulheres vacinadas deverão realizar o exame preventivo a partir dos 25 anos, já que a vacina não protege contra todos os subtipos oncogênicos do HPV.
Ou seja, a vacinação e o Papanicolau devem ser estratégias complementares, pois uma previne alguns tipos de contaminação e a outra faz o rastreio precoce caso o vírus já esteja em evolução no organismo.
Diante de tantas informações, fica evidente que a vacina do HPV é uma forma segura e eficaz de prevenir a infecção pelo vírus e consequente desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Então, caso você ainda tenha dúvidas em relação a este tema, procure uma Ginecologista para te auxiliar, mas não deixe de se vacinar ou levar seus filhos para tomarem a vacina contra o HPV!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
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