Teratoma de ovário: saiba o que é

21 de setembro de 2023
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O teratoma de ovário é uma condição que surge a partir das células germinativas deste órgão.

Esse tipo de tumor pode conter uma variedade surpreendente de tecidos e estruturas, incluindo cabelo, dentes e ossos.


Muitas vezes, ele é descoberto acidentalmente durante exames de rotina, e, embora benignos na maioria dos casos, esses tumores podem crescer e causar complicações graves.


Assim, é muito importante compreender os sintomas e as características desses teratomas para um diagnóstico e tratamento adequados.


O que é o teratoma de ovário e quais são os tipos existentes?


O teratoma de ovário é um tipo de tumor que se origina nas células germinativas do ovário, que são as células responsáveis pela formação de óvulos.


O termo ‘teratoma’ deriva do grego ‘teras’, que significa ‘monstro’, devido à capacidade desses tumores de conter uma variedade de tecidos e estruturas, incluindo cabelo, gordura, dentes, ossos e, em casos raros, até mesmo tecidos embrionários.


A idade em que o teratoma de ovário é mais comumente diagnosticado é durante o período reprodutivo da mulher, com o ponto mais alto de ocorrência geralmente ocorrendo por volta dos 30 anos de idade.


Assim, classificamos os teratomas de ovário em dois principais tipos: teratoma maduro e teratoma imaturo.


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Teratoma maduro (também conhecido como teratoma benigno ou cisto dermóide)


Este é o tipo mais comum de teratoma de ovário e é geralmente benigno.


Os teratomas maduros consistem em tecidos bem diferenciados, como gordura, cabelo, dentes, pele e ossos, e não costumam apresentar características malignas.


São frequentemente diagnosticados em mulheres jovens, muitas vezes durante exames de rotina ou, menos frequentemente, devido a sintomas como dor abdominal.


Teratoma imaturo


Os teratomas imaturos são mais raros e apresentam características malignas.


Eles contêm tecidos menos diferenciados e podem crescer rapidamente.


Os teratomas imaturos requerem tratamento mais agressivo, que geralmente envolve cirurgia extensa para remover o tumor, seguida de quimioterapia ou radioterapia.


Quais são as causas e sintomas dessa condição?


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As causas precisas do teratoma de ovário não são totalmente compreendidas.


Eles se originam de células germinativas embrionárias que não se desenvolvem corretamente.


Ademais, outros fatores associados ao desenvolvimento dos teratomas de ovário incluem influências hormonais, fatores ambientais (como exposição a produtos químicos ou radiação) e predisposição genética.


Já os sintomas do teratoma de ovário variam dependendo do tamanho, localização e tipo de tumor.


Muitas vezes, esses tumores são assintomáticos, no entanto, quando os sintomas estão presentes, eles podem incluir:


  • Dor abdominal;
  • Aumento do abdome;
  • Sintomas urinários;
  • Desconfortos gastrointestinais;
  • Dor lombar;
  • Desconforto pélvico;
  • Náusea e vômitos.


Como diagnosticar o teratoma ovariano?


Os teratomas ovarianos são identificados por meio de exames de imagem, sendo a ultrassonografia o método mais comum.


Este exame de imagem fornece informações sobre o tamanho, localização e características do tumor.


Porém, em situações em que a identificação do teratoma não é conclusiva, a ressonância magnética e a tomografia computadorizada oferecem imagens mais detalhadas e precisas.


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Então, isso pode ser particularmente útil quando se trata de lesões complexas, grandes ou localizadas em áreas de difícil visualização.


Além disso, a confirmação definitiva da natureza do tumor (benigno ou maligno) requer uma análise histopatológica do tecido após a remoção cirúrgica.


Como tratar o teratoma de ovário?


Na maioria dos casos, o teratoma de ovário apresenta uma evolução lenta e benigna, geralmente com um bom prognóstico a longo prazo.


Entretanto, para confirmar a natureza benigna, é necessária uma avaliação histológica do tumor após a cirurgia de remoção.


Nos casos de teratomas maduros, frequentemente é possível utilizar a laparoscopia, uma técnica minimamente invasiva que envolve pequenas incisões na região abdominal para a introdução de um laparoscópio.


Essa abordagem cirúrgica tem a vantagem de uma recuperação mais rápida e menor desconforto pós-operatório. O objetivo é remover o cisto e preservar o ovário, com mínimo impacto na fertilidade da mulher.


Porém, nos teratomas imaturos ou quando o tumor é de grande porte, pode ser necessária a laparotomia.



A laparotomia é uma técnica cirúrgica invasiva que envolve uma incisão maior no abdome para acessar e remover o tumor e, se necessário, realizar procedimentos adicionais.


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É importante ressaltar que, após a remoção bem-sucedida do teratoma, o acompanhamento médico a longo prazo é imprescindível para monitorar a recorrência, dado que é possível surgir lesão semelhante no outro ovário.


Ademais, se diagnosticarmos o teratoma como maligno, a quimioterapia poderá fazer parte do tratamento.


O que pode ocorrer se não tratarmos o teratoma de ovário?


A ocorrência de complicações aumenta com o tamanho da lesão. Embora alguns teratomas fiquem estáveis ao longo de muitos anos, outros apresentam crescimento e infelizmente não conseguimos prever como cada um irá se comportar.


O acompanhamento com exames de imagem é fundamental quando se opta por não retirar esse tipo de lesão. 


Entre as complicações que podem surgir devido à presença de um teratoma no ovário, incluem-se a ruptura do tumor, o que pode levar à a um quadro de dor abdominal aguda com necessidade de cirurgia de emergência.


Teratomas podem infectar, e embora seja uma complicação menos frequente, pode levar a um quadro inflamatório e infeccioso grave, com formação de aderências e compressão dos órgãos próximos.


Além disso, uma complicação significativa que pode ocorrer é a torção de um teratoma, devido à diferença de densidade entre a lesão e o tecido ovariano adjacente.


Dessa forma, quando ocorre a torção, a paciente geralmente experimenta uma dor abdominal intensa, decorrente da redução ou perda do fluxo de sangue para o órgão, o que requer intervenção médica emergencial para evitar a perda do ovário acometido.


Em casos de teratomas malignos, há o risco de disseminação pelo organismo, as metástases.


Assim, enfatizamos a necessidade de mulheres de diversas faixas etárias, com ênfase naquelas em idade reprodutiva, realizarem consultas anuais com um ginecologista.



E, caso você apresente algum sintoma relacionado ao teratoma, agende uma consulta imediatamente com a ginecologista.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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