Sem menstruação após curetagem: pode ser Síndrome de Asherman

9 de novembro de 2023
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A Síndrome de Asherman caracteriza-se pela formação de aderências no interior do útero.

Essas aderências, conhecidas como sinéquias uterinas, podem originar-se por diversas razões.


Uma delas é a realização excessiva de curetagens, um procedimento médico que envolve a raspagem das paredes uterinas para remover o tecido endometrial da cavidade uterina.


Nesse sentido, a ausência do fluxo menstrual pode indicar a presença dessas aderências, as quais interferem no ciclo menstrual.


É importante destacar que a Síndrome de Asherman é uma condição relativamente rara, mas pode ter grandes impactos na saúde reprodutiva da mulher.


Assim, se houver suspeita dessa síndrome, é essencial buscar por uma avaliação detalhada da ginecologista.


O que é a síndrome de Asherman e quais são as causas dessa condição?


A Síndrome de Asherman é uma condição médica em que aderências fibrosas se formam dentro da cavidade uterina.


Essas aderências geralmente são resultado de cicatrizes no endométrio, o revestimento interno do útero.


Essa condição pode levar a diversos problemas ginecológicos, como a redução da quantidade de tecido endometrial funcional e, consequentemente, a irregularidades menstruais, infertilidade e complicações durante a gravidez.


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As causas mais comuns da Síndrome de Asherman incluem:


  • Curetagem uterina, geralmente após um aborto espontâneo, um aborto provocado ou após o parto;
  • Cirurgias uterinas;
  • Infecções no útero, como a endometrite (inflamação do endométrio);
  • Traumatismo uterino;
  • Tratamento com radiação na região uterina.


Quais os sintomas dessa condição?


As aderências resultantes da Síndrome de Asherman podem manifestar-se localmente ou de forma difusa.


Dependendo da extensão dessas aderências, elas são capazes de provocar os seguintes sintomas:




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Como diagnosticar a Síndrome de Asherman?


Inicialmente, realizamos uma detalhada anamnese, coletando informações sobre histórico cirúrgico, abortos, infecções uterinas e sintomas apresentados.


Também realizamos o exame físico para identificar possíveis indicadores do problema. 



A ultrassonografia transvaginal costuma ser empregada para avaliar a morfologia uterina.



Porém, a histeroscopia diagnóstica é considerada o método mais eficaz, permitindo a visualização direta da cavidade uterina e a realização de procedimentos para remover as aderências.


Em alguns casos, a ressonância magnética pode ser usada para obter imagens mais detalhadas do útero.


O diagnóstico preciso muitas vezes requer a combinação desses métodos, sendo a histeroscopia essencial para confirmação e avaliação direta das aderências.


Como fazer o tratamento da Síndrome de Asherman?


O tratamento da Síndrome de Asherman geralmente foca na remoção das aderências para restaurar a normalidade na região uterina.

A principal abordagem terapêutica é a histeroscopia cirúrgica.


Nesse procedimento, inserimos um instrumento chamado histeroscópio no útero para visualizar diretamente as aderências e realizar a remoção cirúrgica.


Durante a histeroscopia, podemos cortar ou dissolver as aderências, e, em alguns casos, pode ser necessário o uso de dispositivos temporários, como cateteres intra uterinos, para prevenir a recorrência durante o processo de cicatrização.


Barreiras antiaderentes, como géis ou membranas, podem ser aplicadas para evitar que as superfícies tratadas voltem a aderir.


Além disso, a terapia hormonal com estrogênio pode ajudar a estimular o crescimento do revestimento uterino e promover a cicatrização adequada.


A resposta ao tratamento é monitorada de perto após o procedimento, especialmente em casos mais complexos ou recorrentes, onde intervenções adicionais podem ser necessárias.


Então, ressaltamos que a escolha específica do tratamento depende da extensão e gravidade das aderências, sendo crucial uma avaliação precisa para determinar a abordagem mais adequada.


É possível engravidar após realizar o tratamento?


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Como vimos, as aderências uterinas, características da síndrome, podem afetar a fertilidade da mulher, interferindo na implantação do embrião ou reduzindo a capacidade do útero de sustentar uma gravidez.


Nesse sentido, após o tratamento para a Síndrome de Asherman, a possibilidade de engravidar está diretamente relacionada ao grau de correção necessário.


Em casos em que as aderências são localizadas e o problema é focal, a gravidez espontânea costuma ser possível.


Contudo, em situações que demandam uma intervenção mais extensa e caso a paciente mantenha condições ovarianas normais, pode ser necessário considerar a opção de útero de substituição.


Nesse cenário, é preciso recorrer à técnica de fertilização in vitro, utilizando o óvulo da paciente e o material genético do parceiro para formar o embrião em laboratório.



Assim, reforçamos que se você suspeitar dessa condição, procure a ginecologista para estabelecer um plano de tratamento adequado e evite complicações futuras!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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