Como será a Primeira Consulta no Ginecologista?

admin • jan. 18, 2021
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O início da puberdade é um momento que costuma causar uma série de mudanças no organismo das meninas e, com elas, surge a dúvida sobre a primeira consulta no ginecologista. 

Alterações no corpo, no humor e início da sexualidade são alguns dos marcos dessa fase que podem gerar uma série de incertezas não só nas jovens, mas também em seus pais.

Conforme a menina vai crescendo, um questionamento normal que surge é quando será a hora da primeira consulta no ginecologista.

Além disso, diversas outras dúvidas passam a existir, por exemplo, como é esta primeira consulta, se a menina será examinada e se precisará fazer algum exame.

Diante de tantos questionamentos, este artigo irá explicar tudo sobre a primeira consulta no ginecologista.

Qual idade a menina deve ter a primeira consulta no ginecologista 

De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o melhor momento para levar a menina ao ginecologista é no início da adolescência.

Ou seja, será importante procurar este profissional a partir da primeira menstruação, normalmente entre os 10 e 12 anos.

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Todavia, caso ela apresente alguns sintomas, como corrimento intenso, mamas doloridas ou até dores na região pélvica, os pais deverão antecipar a ida a este especialista.

Eventualmente, seja por desconhecimento ou vergonha, algumas meninas procuram a ginecologista somente quando pretendem ter ou já tiveram uma relação sexual.

Isso não é o ideal, pois a ida ao médico serve exatamente para que a jovem aprenda mais sobre seu corpo e receba as devidas orientações sobre a perda da virgindade, quando for o caso.

Inclusive, é importante que os pais tenham consciência da importância de apoiarem e levarem suas filhas ao médico para garantir sua segurança e desenvolvimento saudável.

Como será e qual a importância da primeira consulta no ginecologista

Normalmente, a primeira consulta com a ginecologista é uma conversa para que a médica entenda um pouco mais sobre a paciente, por exemplo:

  • Se teve problemas de saúde na infância;
  • Quais seus principais hábitos;
  • Se há histórico de câncer na família, como o câncer de mama;
  • Como foram os primeiros ciclos menstruais.

Neste primeiro encontro, a menina receberá uma série de orientações, como:

  • O funcionamento e acompanhamento do ciclo menstrual;
  • Quando ocorre seu período fértil;
  • As mudanças físicas e psicológicas que vem pela frente;
  • A higiene correta da região íntima;
  • O uso de absorventes;
  • A escolha das roupas íntimas mais apropriadas, de algodão e mais leves.

Além disso, a médica poderá iniciar a orientar a menina sobre a importância da prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e da gravidez indesejada.

Neste momento, a adolescente também poderá esclarecer uma série de dúvidas que tenha, não precisando sentir-se nervosa ou envergonhada com suas perguntas.

É interessante destacar que a Ginecologista é a médica da mulher. A consulta é um ambiente livre de julgamentos, e estaremos lá para ouvir e orientar, de acordo com os interesses e as dúvidas de cada mulher.

Um outro ponto importante é que é por volta dos 9 aos 13 anos é a faixa etária mais indicada para a jovem tomar a vacina contra o HPV, um vírus sexualmente transmissível responsável pelo câncer de colo do útero se não tratado devidamente. Você poderá ler mais sobre o HPV, clicando aqui.

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Assim, esta consulta inicial será importante também para os pais esclarecerem algumas questões e receberem as devidas orientações de como devem proceder. Às vezes é difícil para os cuidadores conversar sobre menstruações ou desenvolvimento físico e sexualidade. A Ginecologista pode ajudar a orientar neste sentido.

É preciso ser examinada ou fazer algum exame na primeira consulta?

Normalmente, na primeira consulta a médica não examinará a paciente, a não ser que ela esteja muito confortável ou chegue com alguma queixa que demande uma avaliação.

Se for possível examiná-la, a médica buscará observar a área genital externa e as mamas para verificar como está o desenvolvimento puberal da menina e se ela está saudável. Além de medidas de peso, altura, envergadura e caracterização da pilificação. 

Não é preciso se preocupar, pois esta avaliação não causa nenhuma dor e muito menos gera o rompimento do hímen.

Para as adolescentes que já iniciaram a vida sexual, pode-se também examinar a genitália interna (vagina e colo do útero).

Esse momento do exame físico, quando realizado, pode e deve ser feito na presença do responsável, e de modo geral é um momento em que aproveitamos para demonstrar para a menina a sua própria anatomia. 

É importante que as jovens aprendam sobre seus órgãos genitais e que saibam como eles são, a fim de poder identificar se alguma alteração surgir.

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Além disso, a ginecologista poderá solicitar alguns exames, caso julgue necessário, a depender das queixas e achados do exame físico, se houver algum.

De modo geral, em meninas e adolescentes saudáveis e que não tiveram relações sexuais, não há necessidade de realização de nenhum exame “de rotina”. 

O Papanicolau, um exame preventivo no qual se coleta uma amostra das células do colo do útero e encaminhamos para analisar se existem alterações, é o exame de rastreamento do câncer de colo uterino. Deve ser realizado em mulheres a partir dos 25 anos, que já tiveram relações sexuais.

A depender de quando foi a primeira relação sexual, do número de parcerias sexuais diferentes e de eventuais alterações ao exame físico, pode-se começar esse rastreamento antes dos 25 anos.

Então, meninas, é importante que vocês fiquem tranquilas e entendam que a primeira consulta na ginecologista não será um bicho de sete cabeças.

Muito pelo contrário, é uma etapa muito importante na vida de vocês e uma oportunidade para esclarecerem as dúvidas e se conhecerem melhor.

Entender o seu corpo e suas transformações será um ato muito saudável que, sem dúvidas, irá te ajudar ao longo de toda a sua vida.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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