Essas malformações ocorrem durante o desenvolvimento do embrião e podem ter causas hereditárias ou genéticas.
Podemos ter casos de útero septado incompleto, quando a divisão é parcial, ou útero septado completo, quando a divisão é total.
É difícil de determinar a incidência desta anomalia, uma vez que a maioria das mulheres com este problema são assintomáticas.
Todavia, de acordo com dados da Febrasgo, a incidência das malformações uterinas na população geral varia entre 3 a 5%, semelhante à encontrada na população com infertilidade.
Já se considerarmos pacientes com abortamentos recorrentes, esta incidência aumenta para 12 a 15%, podendo alcançar 25% nas mulheres com abortamentos tardios e partos prematuros.
Existem muitos sistemas de classificação propostos para as anomalias Müllerianas, sendo aquela da American Fertility Society (AFS) a mais utilizada até o ano de 2021.
No entanto, apesar da existência de sistemas de classificação, as anomalias Müllerianas ainda não são amplamente conhecidas.
Consequentemente, elas podem permanecer sem diagnóstico por longos períodos ou até receber intervenções cirúrgicas inadequadas.
Atualmente, a American Society for Reproductive Medicine (ASRM) organizou uma força tarefa com intuito de fazer uma nova classificação para as anomalias Müllerianas baseando-se naquela da AFS previamente utilizada e dando origem a uma nova lista no ano de 2021.
A classificação atual nos traz 9 categorias de anomalias Müllerianas:
Em linhas gerais, os defeitos congênitos uterinos mais comuns são:
Para cada uma das 9 categorias, o sistema de classificação traz informações importantes, como:
Normalmente, o útero septado é assintomático. Por isso, tanto esta condição como todas as demais anomalias congênitas do útero costumam ser diagnosticadas durante as avaliações ginecológicas de rotina ou em investigações de infertilidade ou complicações obstétricas.
Assim, o exame ginecológico em consultório costuma ser o primeiro passo no diagnóstico, seguido da realização de exames de imagem, como a ultrassonografia pélvica ou transvaginal e a histerossalpingografia.
Além disso, para casos mais específicos podemos solicitar também a realização de uma ultrassonografia tridimensional ou ressonância magnética.
Esta anomalia uterina, frequentemente, é assintomática. Quando ocorrem sintomas, na grande maioria das vezes, é a dor.
No entanto, caso não seja diagnosticada no início da vida reprodutiva, a paciente poderá passar por complicações obstétricas ou de fertilidade no futuro.
O útero septado dificulta a concepção, pois o septo pode atrapalhar a implantação do embrião. Além disso, caso a implantação ocorra, a presença do septo pode trazer diversas dificuldades para o desenvolvimento do feto, como a interferência no suprimento de nutrientes e oxigênio, o que pode gerar abortos recorrentes.
Ademais, devido à redução do tamanho da cavidade uterina, o feto tem menos espaço para seu crescimento, o que também pode prejudicar a gestação.
Então, na maioria dos casos, considera-se uma gestação de alto risco, principalmente para abortamento ou parto prematuro.
Dessa maneira, o pré-natal de uma paciente com malformação uterina será considerado de alto risco e demandará atenção especial.
Temos um artigo que fala mais sobre o pré-natal de alto risco e você poderá ler sobre o assunto clicando aqui.
O principal tratamento para as anomalias uterinas congênitas é a cirurgia, que tem o intuito de restaurar a formação uterina normal e, assim, preservar a fertilidade.
Atualmente, a realização da histeroscopia para ressecção do septo uterino é o procedimento mais efetivo e seguro. E deve ser realizado, idealmente, antes das tentativas de gestação.
A histeroscopia cirúrgica é um procedimento no qual utilizamos o histeroscópio, um equipamento que possui uma câmera e nos permite inserir os instrumentos cirúrgicos necessários na cavidade uterina.
Realizamos esta cirurgia sob anestesia geral ou ou raquidiana no centro cirúrgico e a paciente costuma ter alta no mesmo dia, na maioria das vezes.
Como vimos, o útero septado é uma condição que, apesar de muitas vezes ser assintomática, pode causar problemas para a fertilidade da mulher.
O acompanhamento ginecológico é a principal forma de diagnosticar as malformações uterinas congênitas e, assim, evitar maiores problemas futuros.
Então, busque uma ginecologista de confiança e não deixe de fazer um acompanhamento periódico do seu quadro de saúde!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
"Faço o meu trabalho com a visão de poder estimular minhas pacientes a fazer escolhas de saúde conscientes e que caibam no seu estilo de vida."
Rua Domingos de Morais, 2781
14º Andar - Vila Mariana - São Paulo
CEP: 04035-001
3 minutos do metrô Santa Cruz
7 minutos do Hospital São Paulo
6 minutos da Unifesp
Dra. Juliana Teixeira Ribeiro • CRM-SP 152931 • RQE 70719 | Este site obedece as orientações do Conselho Federal de Medicina e do Código de Ética Médica, que proíbe a apresentação de fotos de pacientes, resultados ou procedimentos. As informações nele contidas podem variar conforme cada caso e representam apenas uma ideia genérica do atual estágio das técnicas apresentadas, não substituindo, em hipótese alguma, uma consulta médica tradicional e muito menos representando promessas de resultados.
Desenvolvido por Human Marketing Digital