Infecção urinária: por que ela pode ocorrer?

admin • jul. 26, 2021
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A infecção urinária é um tipo de infecção bastante comum entre as mulheres e causa uma série de desconfortos, podendo ser bastante perigosa se não tratada.

Ela é causada por bactérias que vivem entre a vagina e o ânus, principalmente a Escherichia coli, quando elas conseguem migrar para a uretra ou para a bexiga.

As mulheres têm por volta de 50 vezes mais chance de ter infecção urinária que os homens e cerca de 30% das mulheres vão sofrer com este problema ao longo da vida.

Quando as bactérias atingem somente a bexiga e a uretra, temos casos mais amenos da infecção, também conhecidos como cistite.

No entanto, caso as bactérias migrem para os rins ou ureteres, teremos uma infecção mais grave, conhecida como pielonefrite, que pode levar à morte se não tratada.

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Por isso, é muito importante que a mulher busque atendimento médico logo nos primeiros sintomas de modo a evitar complicações.

Então, hoje vamos falar um pouco mais sobre este assunto para esclarecer algumas questões. 

Quais as causas da infecção urinária?

A infecção urinária é uma doença que pode apresentar uma série de causas distintas.

Em geral, a ocorrência da doença é mais comum na idade reprodutiva e nas mulheres que estão na menopausa graças à queda do estrogênio e de alterações na flora bacteriana da vagina.

Algumas das principais causas são:

Anatomia da mulher – a uretra da mulher fica muito próxima à região onde as bactérias habitam, o que facilita que elas cheguem na bexiga;

Relações sexuais – as relações sexuais podem ajudar a disseminar as bactérias na região íntima da mulher, favorecendo as infecções;

Genética – há a possibilidade da mulher ter uma tendência genética a ter infecções urinárias;

Hábito de segurar o xixi – não urinar quando se tem vontade pode favorecer a disseminação das bactérias na bexiga;

Existências de infecções vaginais – caso a mulher tenha alguma infecção na vagina, há maior possibilidade dela se espalhar e atingir também o trato urinário;

Alimentação rica em carboidratos e açúcares – a alimentação afeta todo nosso organismo e pode criar um ambiente favorável para a disseminação de bactérias;

Usar calcinhas sintéticas – calcinhas que deixam a região mais quente e úmida favorecem a proliferação de bactérias na região.

Quais são os sintomas?

Os sintomas da infecção urinária causam bastante desconforto para a mulher e devem ser levados a sério. Nos casos de cistite, podemos citar as principais queixas:

  • Ardência ao urinar;
  • Urgência para fazer xixi;
  • Vontade constante de ir ao banheiro;
  • Urina com sangue;
  • Dor pélvica.

Já nos casos de pielonefrite estes sintomas podem não estar presentes, e a paciente poderá sentir calafrios, febre, apatia e fortes dores na região lombar.

Devemos ressaltar a importância de procurar atendimento assim que sentir os primeiros sintomas.

Isso porque, ignorá-los irá postergar o início do tratamento, podendo levar a infecção a atingir os rins ou mesmo se disseminar.

Ademais, mulheres grávidas devem estar ainda mais atentas, pois a infecção urinária pode não se apresentar de forma típica, e ainda por cima causar uma série de complicações, como o trabalho de parto precoce.

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O que é a infecção urinária de repetição?

Em alguns casos, pode ocorrer da mulher ter diversos episódios de infecção urinária em um curto espaço de tempo.

Assim, caso mesmo após o tratamento a paciente tenha mais que três episódios no ano, estaremos diante do caso de infecção de repetição.

Em linhas gerais, isso ocorre quando a mulher possui maior predisposição que a leva a ter a infecção com mais frequência.

Nesse caso, além do tratamento convencional, será preciso avaliar os fatores de risco da paciente e, assim, atuar para controlá-los.

Como se dá o diagnóstico e o tratamento?

Quando recebemos uma mulher saudável com as queixas da infecção, fazemos o diagnóstico clínico e está indicado o tratamento para as bactérias mais comuns. 

Em mulheres com comprometimento imunológico, infecções de repetição ou gestantes, é indicado fazer um exame de urina para tentar identificar o tipo de bactéria associada e promover o tratamento específico.

Além disso, pode ser interessante fazer um exame de imagem para mapear a existência de eventuais cálculos renais ou mesmo algumas malformações do trato urinário, que podem estar associados às infecções, especialmente naqueles casos de repetição.

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Uma vez identificada a infecção, faremos tratamento com antibióticos. Assim, caso a paciente tenha uma cistite, o tratamento será com antibiótico via oral.

Já em casos de pielonefrites, poderá ser preciso fazer a internação para aplicar o antibiótico endovenoso.

É essencial que a mulher não se automedique ao sentir os sintomas de uma infecção urinária e procure atendimento médico o mais rápido possível.

Quais hábitos podem ajudar a prevenir a infecção urinária?

Como vimos, muitas das causas da infecção urinária estão associadas a hábitos ou condições que podem ser controladas ou alteradas.

A prevenção é sempre o melhor caminho e algumas medidas para tal são:

  • Beba bastante água, com uma meta mínima de 1,5 a 2,0 litros por dia;
  • Não deixe de ir ao banheiro sempre que tiver vontade;
  • Não faça duchas vaginais;
  • Sempre urine após as relações sexuais;
  • Não esqueça que, na hora da higiene após ir ao banheiro, o certo é limpar sempre de frente para trás;
  • Cuide da alimentação, reduzindo a quantidade de doces e carboidratos.

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Além disso, é possível adicionar alguns probióticos ou alimentos específicos, como cranberry e vitamina C, na alimentação, além de utilizar o estrogênio tópico, naqueles casos em que a mulher já está na menopausa.

No entanto, é essencial consultar uma médica especialista que irá avaliar seu caso e indicar as melhores medidas.

Então, caso você sofra com infecções urinárias, não deixe de olhar para isso com atenção. Algumas medidas poderão ser muito úteis e te auxiliarão a reduzir este desconforto.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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