O herpes genital é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada por vírus que gera muitos incômodos para a paciente.
Existem alguns tipos de vírus do herpes e cada um se manifesta de uma forma no organismo:
Herpes Simples Tipo 1 – é o tipo de vírus que acomete, principalmente, a região perioral. Ou seja, este herpes tende a acometer a boca e seus arredores.
Pode ser contraído de diversas maneiras, por exemplo, pelo beijo, gotículas de saliva ou contato com objetos contaminados.
Herpes Simples Tipo 2 – este é o vírus que prevalece na região genital e sua transmissão ocorre pelo contato sexual.
Herpes Zoster – é o mesmo vírus que causa a catapora e pode voltar a se manifestar na vida adulta afetando a pele como um todo, principalmente, na região do tórax e barriga.
Devemos destacar que os vírus do tipo 1 e 2 podem provocar lesões em qualquer parte do corpo, mas há predomínio do tipo 1 nas lesões periorais e do tipo 2 nas lesões genitais.
Este é um vírus de propagação muito rápida e acredita-se que, no Brasil, mais de 90% da população adulta já tenha entrado em contato com o herpes tipo 1 ou tipo 2.
Além disso, todos os vírus do herpes ficam latentes após a primeira infecção. Ou seja, eles ficam escondidos no corpo e podem ou não voltar a se manifestar quando ocorre uma queda na imunidade.
O herpes é uma infecção que causa bastante incômodo para a paciente, pois, além de gerar alterações visuais, costuma ser dolorosa.
Quando em contato com o organismo, o vírus percorre a mucosa se alojando em terminações nervosas e, principalmente, nos gânglios.
Ao se manifestar, ele provoca o surgimento de vesículas (pequenas bolhas) agrupadas na pele ou mucosa. Com o tempo, essas bolhas se rompem e formam feridas com crostas que depois cicatrizam. Normalmente, uma crise de herpes dura de 7 a 10 dias.
Inclusive, quando as vesículas se rompem, o líquido interno possui elevada carga de vírus e grande potencial de contaminação.
No caso do herpes oral , normalmente, a infecção inicia com um formigamento ou coceira nos lábios que evoluem para as bolhas, deixando o local dolorido.
Eventualmente, as bolhas podem ocorrer também na mucosa da boca e, em todos os casos, após eclodirem elas se tornam feridas que cicatrizam com o tempo.
No caso do herpes genital , as lesões são muito similares e podem aparecer na vulva, dentro da vagina, no colo do útero ou ao redor do ânus.
Normalmente, a primeira infecção costuma apresentar sintomas mais intensos, por exemplo:
Este quadro inicial de herpes genital pode durar de duas a três semanas.
Já os quadros das recorrências são menos intensos e costumam ser antecedidos por sintomas como coceira, sensação de queimação, dores musculares e “fisgadas” nas regiões afetadas. Além disso, a recorrência costuma ocorrer na mesma localização da lesão inicial.
Quando o herpes se manifesta nas mucosas, não costumamos observar as vesículas, já que elas se rompem facilmente.
No geral, os surtos tendem a ocorrer com menos intensidade e frequência com o passar do tempo.
O diagnóstico do herpes frequentemente é clínico, baseado na observação das lesões típicas da doença.
No entanto, podemos fazer uma coleta do material das vesículas e encaminhar para análise laboratorial de modo a identificar se de fato estamos diante do herpes e qual tipo de vírus presente, embora não isso mude o tratamento.
Diante de uma suspeita clínica de herpes, não precisamos aguardar os resultados para iniciar o tratamento, uma vez que não são facilmente disponíveis e os resultados podem demorar mais tempo para sair que a duração das lesões, facilitando a transmissão da doença.
As gestantes portadoras de herpes genital apresentam risco de transmissão do vírus para o feto, principalmente durante o parto quando há lesões ativas ou quando a infecção ocorre no final da gestação.
Caso a mulher tenha o vírus no organismo, mas ele não se torne ativo em nenhum momento da gestação, o risco de contaminação do feto é muito baixo.
Além disso, mesmo que a mulher desenvolva a infecção durante a gestação, o risco de contaminação do feto dentro do útero é pequeno.
O maior risco de fato está no momento da passagem do feto pelo canal do parto. Assim, caso a gestante desenvolva a infecção no final da gestação, mesmo que ela receba tratamento, será essencial que seja realizada uma cesariana, principalmente se houverem lesões ativas.
A infecção do neonato pelos vírus do herpes tipo 1 e tipo 2, apesar de não ser tão comum, tem elevada morbimortalidade.
Caso a infecção fique confinada à pele, olhos e mucosas, o bebe terá o desenvolvimento das vesículas nesses locais, mas não haverá danos aos órgãos internos e sistema nervoso.
Normalmente, nestes casos o tratamento com medicamentos costuma ser eficaz, mas a criança poderá ter recidivas.
Entretanto, pode ocorrer do vírus afetar o sistema nervoso do feto e, nestes casos, ele poderá ter convulsões, retardo do desenvolvimento, epilepsia, déficit cognitivo e cegueira.
Poderá ocorrer também do vírus acometer órgãos como os pulmões e o fígado.
Infelizmente, há risco de morte dos fetos contaminados pelo vírus do herpes e muitos, mesmo com tratamento, acabam ficando com sequelas.
Dessa forma, é essencial procurar o médico obstetra logo nos primeiros sintomas do herpes durante a gestação para iniciar o tratamento o quanto antes, bem como adotar a via de parto mais adequada.
O herpes é uma doença que não tem cura, ou seja, não conseguimos eliminar o vírus do corpo.
O tratamento serve para reduzir a quantidade e o tempo de duração dos quadros sintomáticos e diminuir os incômodos da paciente.
Normalmente, indicamos o uso de antivirais em forma de comprimidos ou pomadas, a depender de cada caso. Assim, ao sentir os sintomas, o quanto antes o tratamento iniciar maiores as chances de controlar o quadro infeccioso.
Além disso, deve-se ter cuidado com as bolhas e evitar estourá-las para que não se tornem feridas maiores, aumentando o risco de infecções por bactérias. A limpeza do local também é essencial para evitar as infecções.
Algumas recomendações durante a manifestação do herpes são:
É válido lembrar que, no caso do herpes genital, o uso de preservativos evita a contaminação, o que é sempre a melhor opção! Entretanto na vigência de lesões ativas o melhor é ficar abstinente.
Por isso, ao sentir os primeiros sinais da doença, procure uma médica de confiança para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.
O post Será que estou com herpes genital? apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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