Será que estou com herpes genital?

admin • 12 de julho de 2021
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O herpes genital é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada por vírus que gera muitos incômodos para a paciente.

Existem alguns tipos de vírus do herpes e cada um se manifesta de uma forma no organismo:

Herpes Simples Tipo 1 – é o tipo de vírus que acomete, principalmente, a região perioral. Ou seja, este herpes tende a acometer a boca e seus arredores.

Pode ser contraído de diversas maneiras, por exemplo, pelo beijo, gotículas de saliva ou contato com objetos contaminados.

Herpes Simples Tipo 2 – este é o vírus que prevalece na região genital e sua transmissão ocorre pelo contato sexual.  

Herpes Zoster – é o mesmo vírus que causa a catapora e pode voltar a se manifestar na vida adulta afetando a pele como um todo, principalmente, na região do tórax e barriga.

Devemos destacar que os vírus do tipo 1 e 2 podem provocar lesões em qualquer parte do corpo, mas há predomínio do tipo 1 nas lesões periorais e do tipo 2 nas lesões genitais.

Este é um vírus de propagação muito rápida e acredita-se que, no Brasil, mais de 90% da população adulta já tenha entrado em contato com o herpes tipo 1 ou tipo 2.

Além disso, todos os vírus do herpes ficam latentes após a primeira infecção. Ou seja, eles ficam escondidos no corpo e podem ou não voltar a se manifestar quando ocorre uma queda na imunidade.

Sintomas do herpes genital e oral

O herpes é uma infecção que causa bastante incômodo para a paciente, pois, além de gerar alterações visuais, costuma ser dolorosa.

Quando em contato com o organismo, o vírus percorre a mucosa se alojando em terminações nervosas e, principalmente, nos gânglios.

Ao se manifestar, ele provoca o surgimento de vesículas (pequenas bolhas) agrupadas na pele ou mucosa. Com o tempo, essas bolhas se rompem e formam feridas com crostas que depois cicatrizam. Normalmente, uma crise de herpes dura de 7 a 10 dias.

Inclusive, quando as vesículas se rompem, o líquido interno possui elevada carga de vírus e grande potencial de contaminação.

No caso do herpes oral , normalmente, a infecção inicia com um formigamento ou coceira nos lábios que evoluem para as bolhas, deixando o local dolorido.

Eventualmente, as bolhas podem ocorrer também na mucosa da boca e, em todos os casos, após eclodirem elas se tornam feridas que cicatrizam com o tempo.

Dra-juliana-ribeiro-ginecologista-tratamento

No caso do herpes genital , as lesões são muito similares e podem aparecer na vulva, dentro da vagina, no colo do útero ou ao redor do ânus.

Normalmente, a primeira infecção costuma apresentar sintomas mais intensos, por exemplo:

  • Aumento dos gânglios na virilha;
  • Corrimentos, principalmente quando acomete o colo uterino;
  • Dor ao urinar;
  • Febre;
  • Mal-estar;
  • Dor muscular.

Este quadro inicial de herpes genital pode durar de duas a três semanas.

Já os quadros das recorrências são menos intensos e costumam ser antecedidos por sintomas como coceira, sensação de queimação, dores musculares e “fisgadas” nas regiões afetadas. Além disso, a recorrência costuma ocorrer na mesma localização da lesão inicial.

Quando o herpes se manifesta nas mucosas, não costumamos observar as vesículas, já que elas se rompem facilmente.

No geral, os surtos tendem a ocorrer com menos intensidade e frequência com o passar do tempo.

Como confirmar se é herpes ou não?

O diagnóstico do herpes frequentemente é clínico, baseado na observação das lesões típicas da doença.

No entanto, podemos fazer uma coleta do material das vesículas e encaminhar para análise laboratorial de modo a identificar se de fato estamos diante do herpes e qual tipo de vírus presente, embora não isso mude o tratamento.

Diante de uma suspeita clínica de herpes, não precisamos aguardar os resultados para iniciar o tratamento, uma vez que não são facilmente disponíveis e os resultados podem demorar mais tempo para sair que a duração das lesões, facilitando a transmissão da doença.

Dra-juliana-ribeiro-ginecologista-diagnostico-ist

Herpes genital e gestação: quais os riscos para o bebe?

As gestantes portadoras de herpes genital apresentam risco de transmissão do vírus para o feto, principalmente durante o parto quando há lesões ativas ou quando a infecção ocorre no final da gestação.

Caso a mulher tenha o vírus no organismo, mas ele não se torne ativo em nenhum momento da gestação, o risco de contaminação do feto é muito baixo.

Além disso, mesmo que a mulher desenvolva a infecção durante a gestação, o risco de contaminação do feto dentro do útero é pequeno.

Dra-juliana-ribeiro-ginecologista-obstetra

O maior risco de fato está no momento da passagem do feto pelo canal do parto. Assim, caso a gestante desenvolva a infecção no final da gestação, mesmo que ela receba tratamento, será essencial que seja realizada uma cesariana, principalmente se houverem lesões ativas.

A infecção do neonato pelos vírus do herpes tipo 1 e tipo 2, apesar de não ser tão comum, tem elevada morbimortalidade.

Caso a infecção fique confinada à pele, olhos e mucosas, o bebe terá o desenvolvimento das vesículas nesses locais, mas não haverá danos aos órgãos internos e sistema nervoso.

Normalmente, nestes casos o tratamento com medicamentos costuma ser eficaz, mas a criança poderá ter recidivas.

Entretanto, pode ocorrer do vírus afetar o sistema nervoso do feto e, nestes casos, ele poderá ter convulsões, retardo do desenvolvimento, epilepsia, déficit cognitivo e cegueira.

Poderá ocorrer também do vírus acometer órgãos como os pulmões e o fígado.

Infelizmente, há risco de morte dos fetos contaminados pelo vírus do herpes e muitos, mesmo com tratamento, acabam ficando com sequelas.

Dessa forma, é essencial procurar o médico obstetra logo nos primeiros sintomas do herpes durante a gestação para iniciar o tratamento o quanto antes, bem como adotar a via de parto mais adequada.

Como é o tratamento do herpes?

O herpes é uma doença que não tem cura, ou seja, não conseguimos eliminar o vírus do corpo.

O tratamento serve para reduzir a quantidade e o tempo de duração dos quadros sintomáticos e diminuir os incômodos da paciente.

Normalmente, indicamos o uso de antivirais em forma de comprimidos ou pomadas, a depender de cada caso. Assim, ao sentir os sintomas, o quanto antes o tratamento iniciar maiores as chances de controlar o quadro infeccioso.

Além disso, deve-se ter cuidado com as bolhas e evitar estourá-las para que não se tornem feridas maiores, aumentando o risco de infecções por bactérias. A limpeza do local também é essencial para evitar as infecções.

Algumas recomendações durante a manifestação do herpes são:

  • Manter a área afetada sempre limpa;
  • Não furar as bolhas;
  • Fazer compressas para aliviar os incômodos;
  • Iniciar o tratamento o quanto antes;
  • Evitar ter relações sexuais ou beijar outras pessoas enquanto as feridas estiverem ativas;
  • Não compartilhar talheres ou copos ou outros objetos de uso individual.

Dra-juliana-ribeiro-ginecologista-herpes

É válido lembrar que, no caso do herpes genital, o uso de preservativos evita a contaminação, o que é sempre a melhor opção! Entretanto na vigência de lesões ativas o melhor é ficar abstinente.

Por isso, ao sentir os primeiros sinais da doença, procure uma médica de confiança para fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento o quanto antes.

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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