Fazem parte do grupo de hepatites virais, ou seja, ocasionadas pela presença de um vírus que atinge o fígado, causando inflamação de suas células.
As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C, sendo que a hepatite B e C são mais graves e, frequentemente, se tornam crônicas. Dessa forma, daremos foco nestes dois tipos da doença ao longo deste texto.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, essas infecções causam cerca de 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo, seja por infecção aguda, câncer hepático ou cirrose.
Para se ter uma ideia, podemos comparar a taxa de mortalidade da hepatite C àquelas do HIV e tuberculose.
Ressaltamos que, atualmente, existem testes rápidos para a detecção da hepatite B ou C disponíveis no SUS para toda a população.
No entanto, uma pesquisa com cerca de 2 mil pessoas feita pelo Datafolha a pedido do Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig) constatou que 60% dos entrevistados nunca realizou o teste.
Além disso, é preciso saber que a hepatite B quando crônica não tem cura, mas a vacina contra essa infecção é oferecida gratuitamente no SUS.
Já a hepatite C não tem uma vacina, mas existem medicamentos que permitem sua cura.
A seguir, vamos entender um pouco mais sobre as formas de contágio, sintomas e tratamentos para as hepatites B e C.
A hepatite viral B ocorre pelo vírus que pertence à família Hepadnaviridae, o vírus da hepatite B (HBV).
Inicialmente, ele causa uma infecção aguda que, na maior parte dos casos, se resolve espontaneamente em até seis meses após os primeiros sintomas.
No entanto, em alguns casos, a infecção permanece após esse período, tornando-se crônica.
Normalmente, as crianças têm maior chance de desenvolver a forma crônica. É por isso que é fundamental que gestantes realizem o teste para a doença no pré-natal e, caso necessário, sejam adotadas as medidas de prevenção para que a mãe não contamine o neném.
Já nos adultos, cerca de 20% a 30% dos que desenvolvem a infecção crônica terão cirrose e/ou câncer de fígado.
As principais formas de contágio da doença são:
Normalmente, a evolução da hepatite B é silenciosa. Quando apresenta sintomas, eles se manifestam nos estágios mais avançados da doença e são similares a outras doenças do fígado, por exemplo:
Além disso, os famosos sintomas de pele e olhos amarelados ocorrem em menos de um terço dos pacientes com a doença.
Fazemos o diagnóstico da doença pelo exame de sangue, no qual observamos a presença do HBsAg reagente.
Além disso, para definir a infecção crônica devemos observar o HBsAg reagente por pelo menos seis meses.
Como dissemos, existem testes rápidos na rede pública de saúde e recomenda-se que todas as pessoas não vacinadas adequadamente e com idade superior a 20 anos façam a testagem.
Pessoas que foram vacinadas ou que tiveram hepatite B e ficaram curadas têm o anti HBs positivo nos exames de sangue.
Apesar da hepatite B não ter cura, o tratamento pode retardar a progressão da cirrose, reduzir a ocorrência de câncer e melhorar a sobrevida do paciente.
Para tal, utilizamos medicamentos antivirais específicos e o paciente deve evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
A vacinação, definitivamente, é a principal forma de prevenir a hepatite B, sendo extremamente eficaz e segura.
Esta vacina está prevista no calendário de vacinação infantil e, além disso, qualquer pessoa pode se vacinar nas unidades básicas de saúde. Lembrando que são necessárias 3 doses do imunizante.
Inclusive, a vacina é liberada para gestantes e lactantes que nunca se vacinaram e nem tiveram contato com o vírus.
Existem outros cuidados que ajudam na prevenção da infecção, por exemplo:
Além disso, testar as mulheres grávidas ou que pretendem engravidar é essencial para prevenir que a mãe transmita o vírus para o neném.
É importante dizer também que mães com hepatite B podem amamentar normalmente, e o bebê deve receber a vacina e imunoglobulina ainda na maternidade.
O vírus da hepatite C (HCV) pertence ao gênero Hepacivirus, família Flaviviridae.
Cerca de 60% a 85% dos casos de contaminação pelo HCV se tornam crônicos e aproximadamente 20% evoluem para cirrose ao longo do tempo.
Além disso, em casos de cirrose, o risco para o surgimento de carcinoma hepatocelular (CHC) é de 1% a 5%.
As principais formas de contágio da hepatite C são parecidas com da hepatite B:
Além disso, a hepatite C não é transmitida pelo leite materno ou contato casual, como abraçar, beijar e compartilhar alimentos ou bebidas com uma pessoa infectada.
Cerca de 80% dos pacientes com hepatite C não apresentam sintomas.
Quando eles estão presentes, são aqueles similares aos que outras doenças do fígado causam, como cansaço, enjoo, vômitos e dor abdominal.
Geralmente, o paciente diagnostica a hepatite C em sua fase crônica, após realizar o teste rápido.
Além disso, solicitamos exames de sangue nos quais observamos a presença dos anticorpos anti-HCV. Então, se este exame for positivo, será preciso realizar um exame de carga viral (HCV-RNA) para confirmar a infecção ativa pelo vírus.
Felizmente, esta é uma doença que tem cura. Realizamos o tratamento da hepatite C com medicamentos que chamamos de antivirais de ação direta (DAA).
Normalmente, o tratamento é feito por 8 a 12 semanas e apresenta taxa de cura superior a 95%.
Ressaltamos que os medicamentos para o tratamento da hepatite B e C estão disponíveis no SUS.
Como dissemos, não existe vacina contra a hepatite C. Então, existem algumas medidas importantes de prevenção, por exemplo:
Além disso, assim como na hepatite B, testar as mulheres grávidas ou que pretendem engravidar é importante para prevenir a transmissão do vírus da mãe para o neném.
Toda doença infecciosa merece atenção especial durante a gestação.
De acordo com a Febrasgo, mulheres que possuem os vírus das hepatites possuem maiores chances de transmiti-los ao feto durante a gravidez, caso não façam um acompanhamento médico adequado durante o pré-natal.
Para se ter uma ideia, o risco desta transmissão pode chegar a 90% nos casos da hepatite B se não houver acompanhamento e tratamento adequado, sendo este o tipo de hepatite que apresenta maiores riscos.
Já para hepatite C, esta taxa reduz para 3,8% a 7,8%, a depender da carga viral da mãe.
Dessa maneira, recomenda-se que aquelas mulheres que pretendem engravidar façam os testes de forma preventiva.
Caso a paciente já esteja gestante, devemos realizar o teste já no 1º trimestre e também no 3º trimestre de gestação, principalmente para a hepatite B.
Além disso, recomenda-se que os recém-nascidos de mães com hepatite B recebam a 1ª dose da vacina e a imunoglobulina contra a doença já nas primeiras 12 horas de vida.
Então, a amamentação é liberada, mas devemos atentar para fissuras nos mamilos com sangramentos. Nesses casos, será preciso suspender a amamentação e ordenhar o leite até solucionar as feridas.
Como vimos, a hepatite é uma doença silenciosa, mas que traz sérios riscos para a vida da paciente.
A prevenção é sempre o melhor caminho a seguir, principalmente em relação à hepatite B, que não tem cura.
Então, fique atenta ao calendário de vacinação dos seus filhos e verifique se você recebeu as 3 doses da vacina.
Além disso, por que não realizar um teste rápido? Quanto antes as hepatites forem diagnosticadas, menores serão os riscos de se tornarem problemas mais graves!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
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