Estou com um tumor no ovário: e agora?

7 de dezembro de 2023
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A descoberta de um tumor no ovário pode ser um momento bastante delicado e desafiador na vida de uma mulher.

Os ovários são responsáveis pela produção de hormônios sexuais (estrógeno e progesterona), testosterona e óvulos.


No entanto, pode ocorrer deste órgão complexo sofrer com a proliferação descontrolada de diferentes tipos de células, dando origem aos tumores.


Nesse sentido, é essencial buscar informações claras para entender os diferentes aspectos relacionados a tumores ovarianos e contar com o acompanhamento próximo da ginecologista.


Acompanhe neste artigo!


O que é o tumor no ovário e quais os tipos existentes?


Um tumor no ovário é um crescimento anormal de células que se formam nos ovários, órgãos do sistema reprodutor feminino.


Esses tumores podem ser classificados como benignos (não cancerígenos) ou malignos (cancerígenos).


Existem três categorias principais de tumores ovarianos:


  • Tumores Epiteliais: originam-se das células que revestem a superfície externa do ovário. A maioria dos tumores ovarianos pertence a essa categoria.
  • Tumores de Células Germinativas: desenvolvem-se a partir das células responsáveis pela produção dos óvulos.
  • Tumores Estromais: têm origem nas células que constituem o próprio ovário e são responsáveis pela produção dos hormônios femininos, como estrogênio e progesterona.


Como dito acima, alguns desses tumores são benignos, permanecendo confinados ao ovário e não se espalhando para outras áreas do corpo.


No entanto, os tumores ovarianos malignos ou de baixo potencial de malignidade (limítrofes) têm a capacidade de se disseminar para outras partes do organismo.


Existem mais de dez tipos diferentes de câncer de ovário, que se  originam a partir da multiplicação desordenada de diferentes tipos de células desse órgão.


Você pode ler mais sobre o câncer de ovário no nosso Blog! 


Como identificar essa condição?


O tumor no ovário é uma condição que, frequentemente, não apresenta sintomas evidentes em seus estágios iniciais, o que torna o diagnóstico bastante desafiador.


Então, na maioria dos casos, as mulheres não manifestam sinais até que a doença atinja estágios mais avançados.


Já quando os sintomas se tornam perceptíveis, eles geralmente incluem:


  • Dor pélvica ou abdominal;
  • Inchaço abdominal;
  • Alterações no hábito intestinal;
  • Problemas urinários;
  • Fadiga;
  • Perda de peso inexplicada;
  • Menstruação irregular;
  • Náusea e vômitos.


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Ressaltamos que, quando descobrimos o tumor na fase inicial, a taxa de sobrevida fica em torno de 90% das pacientes.


Em casos mais avançados, esta taxa cai para 50% ou menos, mas ainda assim o tratamento é possível.


Quais são os fatores de risco para o aparecimento de um tumor no ovário?


Existem vários fatores de risco associados ao desenvolvimento de tumores no ovário, como por exemplo:


  • Idade: o risco aumenta com a idade, sendo mais comum em mulheres após a menopausa;
  • Histórico familiar: ter parentes de primeiro grau com câncer de ovário aumenta o risco;
  • Mutação genética: portadores de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 têm um risco aumentado;
  • História pessoal de câncer: mulheres que tiveram câncer de mama, cólon ou útero estão mais suscetíveis;
  • Nuliparidade: mulheres que nunca tiveram filhos podem ter um risco maior;
  • Obesidade: mulheres com índice de massa corporal elevado têm um risco aumentado;
  • Fatores hormonais: exposição prolongada a altos níveis de hormônios, como a menstruação precoce ou a menopausa tardia, pode aumentar o risco.


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É fundamental lembrar que a presença de um ou mais desses fatores de risco não determina o desenvolvimento da doença.


Além disso, mulheres sem fatores de risco também podem desenvolver tumor no ovário.


Como diagnosticamos essa condição?


A detecção do tumor no ovário inicia-se com uma análise médica minuciosa, que engloba a revisão detalhada do histórico médico da paciente e a realização de um exame físico.


Adicionalmente, para confirmar o diagnóstico, são empregados exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética.


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A mensuração das proteínas no sangue, conhecidas como marcadores tumorais, como o CA-125, é frequentemente utilizada para este propósito, embora sua precisão não seja absoluta.


Mesmo assim, esse marcador tumoral é valioso no monitoramento pós-tratamento, podendo indicar a possibilidade de recorrência da doença.


Em situações de incerteza, a videolaparoscopia exploratória e a remoção de toda a lesão para biópsia podem ser consideradas.


Isso ocorre porque a biópsia convencional, que envolve a retirada de uma pequena parte do ovário de maneira não invasiva, apresenta riscos de disseminação de células cancerígenas no abdome da paciente.


Para casos avançados, exames como raio X do tórax, tomografia computadorizada e avaliação da função renal e hepática podem ser requisitados para investigar possíveis metástases.


Como tratar o tumor no ovário?


Caso seja confirmada a malignidade do tumor no ovário, o tratamento dependerá do estágio da doença, bem como das condições de saúde específicas da paciente.


Nos casos de tumores em estágio inicial, é necessário realizar o estadiamento para determinar precisamente a extensão do câncer.


Em estágios avançados da doença, a taxa de sobrevivência pode ser aumentada com a remoção agressiva de todos os tumores visíveis.


É importante notar que, exceção feita às mulheres portadoras de câncer de baixo grau em estágio inicial, a maioria das pacientes deve ser submetida à quimioterapia após a cirurgia.


A quimioterapia é fundamental para atingir células cancerígenas que podem ter se espalhado, mesmo que não sejam visíveis durante a cirurgia.


Além disso, o acompanhamento médico regular é essencial para monitorar a resposta ao tratamento e ajustar as estratégias conforme necessário.


Cuide de sua saúde!


Reforçamos que não há medidas específicas conhecidas para prevenir completamente o câncer de ovário.


Porém, adotar um estilo de vida saudável, manter um peso adequado, evitar o tabagismo, e manter seus exames ginecológicos em dia pode contribuir para reduzir o risco dessa e de outras condições.


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Devemos lembrar que o câncer de ovário é silencioso no seu início, mas é exatamente nessa fase que ele é mais fácil de tratar.


Então, estar atenta às mudanças no seu corpo e marcar consultas regulares com a ginecologista para realizar os exames de rotina é fundamental para detectar eventuais problemas em sua fase inicial.



Assim, em caso de dúvida ou suspeita de alterações na sua saúde, agende uma consulta com a especialista imediatamente!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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