A vulva é a parte externa dos órgãos genitais femininos, incluindo a abertura da vagina, os lábios maiores, os lábios menores e o clitóris. E essa região também pode apresentar alterações resultantes de doenças da vulva.
Nesses casos, a visita ao ginecologista é importante para investigar a origem da alteração. Mesmo em casos de mulheres que não possuem vida sexualmente ativa.
Entender a origem da doença para o melhor tratamento é fundamental, confira quais doenças são mais frequentes na vulva.
As úlceras são lesões em que há uma descontinuidade na pele da vulva, são semelhantes a feridas e podem aparecer por diversos motivos, entre eles:
Em casos mais raros, a úlcera também pode ser provocada por causa de uma doença autoimune.
As úlceras podem ser únicas ou múltiplas, dolorosas ou não, com secreção mal cheirosa ou sem odor, bem delimitadas ou com bordas irregulares e podem estar associadas ou não com outros sintomas.
É importante observar se além da úlcera genital existe algum outro sintoma, como coceira, dor, gânglios palpáveis na região inguinal, surgimento de corrimento ou qualquer outra alteração geral, tipo febre, dor no corpo, ou mesmo a presença de outras úlceras em outras regiões do corpo. Também é muito importante tentar perceber se há alguma relação entre o surgimento da lesão com algum evento, por exemplo: contato sexual desprotegido, troca de produtos de limpeza, repetição do ocorrido em relação ao ciclo menstrual .
O tempo de evolução entre o surgimento da lesão e a sua permanência também é importante para tentar definir a sua origem. Algumas úlceras surgem e desaparecem rapidamente outras crescem lentamente e persistem por várias semanas caso não sejam tratadas.
Dentre as infecções sexualmente transmissíveis que podem apresentar úlceras, temos:
Dentre as causas não infecciosas de úlceras vulvares podemos citar: hidradenite supurativa, doença de Behçet, aftose bipolar, doença de Crohn, úlcera de Lipschutz.
Em alguns casos o achado clínico será suficiente para dar o diagnóstico, em outros casos pode ser necessária a retirada da lesão e estudo anátomo patológico (biópsia).
Outra alteração que é bastante comum são as manchas na vulva , que são alterações de coloração na pele da região vulvar, sejam elas hipocrômicas (descoloração) ou hipercrômicas (lesão mais escura).
O vitiligo por exemplo, é uma doença degenerativa que ocasiona alterações na pigmentação da pele. Podendo ocasionar alteração na coloração da vulva, ocasionando manchas esbranquiçadas na região.
O lentigo, é uma alteração que ocasiona manchas escuras em diferentes partes do corpo e de diferentes tamanhos. Podendo aparecer na infância, fase adulta ou terceira idade.
Outras doenças também podem ocasionar manchas na vulva, por isso, ao perceber qualquer alteração é preciso procurar ajuda médica.
A presença de nevos ( popularmente conhecidos como sinais ) é pouco comum na região vulvar, dado que geralmente não é exposta ao sol. Alguns nevos podem ser mais escuros, espessos ou ter características suspeitas. Nestes casos deve ser indicada avaliação dermatológica, a fim de monitorizar e acompanhar estas lesões.
Na consulta com seu ginecologista é importante detalhar quando percebeu a mancha e todas as alterações percebidas desde então.
O líquen é uma doença inflamatória crônica e que pode atingir a vulva em suas diferentes variedades.
Pode ser apresentar como manchas, espessamentos ou afinamentos da pele, úlceras, pápulas, mas o principal sintoma associado é a coceira e/ou ardência da vulva.
Quando não é corretamente diagnosticada e tratada, a doença pode ocasionar alterações sérias, como a perda da anatomia normal da vulva, com consequências físicas e emocionais, além de grande impacto na qualidade de vida. A alteração mais grave pode levar a estreitamento do introito genital e do canal vaginal, dificultando a vida sexual e ocasionando dores e infecções urinárias mais frequentes.
As principais formas clínicas são: escleroso, simples crônico e plano .
Apesar de poder afetar mulheres de qualquer idade, é mais comum que o líquen ocorra em meninas antes da puberdade e mulheres após a menopausa.
O correto diagnóstico é fundamental para que o tratamento seja eficiente e evite tais complicações.
Dentre as medidas de tratamento cita-se o uso de corticoides tópicos, imunomoduladores de uso local e anti-histamínicos.
Outra alteração dermatológica bastante comum é a verruga , que é uma lesão elevada acima do nível da pele, com superfície rugosa, geralmente sem sintomas associados e é considerada um tipo de doença sexualmente transmissível. Pode ser única ou várias, com tamanho variável .
As verrugas vulvares são causadas pelo vírus HPV, o mesmo que está associado às lesões precursoras do câncer de colo uterino, embora de subtipos diferente.
As mulheres são mais propensas a desenvolver verrugas genitais que os homens, uma vez que apresentam maior área genital exposta durante o contato sexual.
A vacinação contra HPV é a melhor forma de se prevenir do surgimento de verrugas genitais.
O tratamento de lesões já instaladas depende da sua localização, tamanho e quantidade. Pode-se usar de métodos que destrutivos (crioablação, cauterização elétrica ou química), remoção cirúrgica ou cremes que estimulam o sistema imunológico a combater o vírus e a regressão da lesão.
Pápulas são também lesões elevadas acima do nível da pele normal, sem sintomas associados e usualmente a superfície é lisa. Podem estar associadas a alergias, reação inflamatória à depilação, alterações dermatológicas ou mesmo infecções como o molusco contagioso.
Além das alterações citadas pode haver descamação, placas, alterações de pilificação, presença de parasitas (os “chatos”), além de manifestações vulvares de doenças dermatológicas presentes em outras áreas do corpo (exemplo: psoríase, dermatite atópica, etc).
Às vezes é difícil ter noção de como é a nossa região vulvar; o uso de um espelho pode facilitar o processo de reconhecimento da região e a observar melhor qualquer área suspeita. Se você nunca olhou, como vai saber se tem algo diferente?
O post Doenças da Vulva apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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