A tireoide é fundamental para nosso organismo e neste texto abordaremos a relação entre a doença da tireoide e a menstruação.

Os hormônios T3 e T4 apresentam papel fundamental no ciclo menstrual, já que influenciam a concentração de estrógeno e progesterona circulantes.

Então, quando estão em desbalanço no nosso corpo, podem tornar os ciclos menstruais irregulares, além de influenciarem os fluxos menstruais em maiores ou menores quantidades.

Como o hipotireoidismo afeta o ciclo menstrual?

O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide apresenta uma queda na produção dos hormônios T3 e/ou T4. É a disfunção da tireoide mais comum e ocorre, principalmente, graças a alguma alteração na própria glândula.

Assim, podemos citar como principais causas do hipotireoidismo:

• Tireoidite de Hashimoto;
• Remoção de parte ou toda tireoide;
• Após tratamento da glândula com iodo;
• Infecções na tireoide;
• Deficiência de iodo no corpo;
• Uso de certos medicamentos;
• Doenças na glândula hipófise.

Uma vez que temos uma menor disponibilidade do T3 e T4 no corpo, podemos sofrer algumas alterações no ciclo menstrual, sendo as principais:

• Menstruação precoce - antes dos 10 anos;
• Ciclos menstruais mais curtos, ou seja, um ciclo que era de 28 dias pode passar a ser de 24 dias, por exemplo;
• Aumento do fluxo menstrual, além de possível aumento da quantidade de dias de menstruação;
• Cólicas menstruais mais intensas.



Além disso, a paciente poderá ter maior dificuldade para engravidar, já que terá uma diminuição da fase lútea, fundamental para manter a gravidez.

A paciente poderá também ter outros impactos em sua saúde, por exemplo:

• Intestino preso;
• Inchaço (retenção de líquidos);
• Ganho de peso;
• Pele seca;
• Dores musculares;
• Queda de cabelo;
• Aumento do colesterol;
• Aumento da pressão arterial;
• Fadiga;
• Diminuição da memória;
• Depressão.

Tratamento do hipotireoidismo

O tratamento desta condição será feito com o endocrinologista e contemplará o uso de um medicamento que apresenta a composição igual ao T4 produzido pela tireoide.

Além disso, em casos mais raros e específicos, poderá ser necessário também adicionar uma medicação que seja similar ao T3. 

Como o hipertireoidismo afeta o ciclo menstrual?

O hipertireoidismo é uma condição na qual a tireoide produz um excesso de hormônios T3 e/ou T4.

Pode ocorrer por alguns problemas autoimunes, como a doença de Graves, que aumenta o volume da tireoide levando-a a produzir excessivamente os hormônios.

Além disso, a presença de nódulos na tireoide também pode ocasionar o problema.

O hipertireoidismo pode causar uma série de alterações no ciclo menstrual, por exemplo:

• Atraso da primeira menstruação;
• Ciclos menstruais mais longos, com possíveis atrasos;
• Ausência da menstruação, inclusive, por mais de um mês seguido;
• Diminuição do fluxo menstrual.



Ademais, o hipertireoidismo pode aumentar as taxas de aborto espontâneo e a infertilidade.

Outras condições de saúde que esta alteração pode causar são:

• Aumento da tireoide;
• Aumento da frequência cardíaca (taquicardia);
• Irregularidade do ritmo do coração (arritmia);
• Ansiedade;
• Insônia;
• Nervosismo;
• Aumento da sudorese;
• Unhas fracas;
• Queda de cabelo;
• Fraqueza muscular;
• Perda de peso;
• Diarreia.

Tratamento do hipertireoidismo

O tratamento do hipertireoidismo vai depender de uma série de fatores, por exemplo, a causa da doença, a idade do paciente e intensidade dos sintomas.

Então, será possível adotar diversas estratégias, como o uso de medicamentos que bloqueiam a produção dos hormônios pela tireoide, medicamentos que inibem o efeito do excesso de hormônios no organismo, a radioiodoterapia ou até mesmo a cirurgia.

Assim como no caso do hipotireoidismo, será o endocrinologista o médico mais indicado para tratar esta condição.

Quando devo procurar ajuda médica?



Alterações no ciclo menstrual podem ser normais e ocorrer por muitos fatores. Muitas vezes, a mulher não encara aquilo como um problema sério e não procura ajuda médica.  

No entanto, é preciso estar atenta! Existem alguns sinais que merecem atenção:

• Menstruação que dura mais de 8 dias;
• Presença de muitos coágulos na menstruação;
• Sangramento mais abundante que o habitual;
• Inícios repentinos de sangramento, sem que seja o dia de menstruar;
• Aumento das cólicas menstruais, chegando a atrapalhar as atividades cotidianas;
• Ficar mais de 90 dias sem menstruar (com exceção de você faz uso contínuo do anticoncepcional ou tenha DIU hormonal).

Temos um artigo que fala mais sobre a menstruação irregular no nosso Blog!

Dentre as várias causas possíveis para alterações no padrão da menstruação, não podemos esquecer das disfunções da tireóide.

Nestes casos, será fundamental procurar a Ginecologista, que fará um diagnóstico preciso da causa do seu quadro clínico e definirá qual a melhor alternativa a adotar!