Biopsia da mama: o que preciso saber sobre o exame?

19 de setembro de 2022
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Antes de mais nada, vamos definir biópsia da mama?


Biópsia nada mais é do que a retirada de um fragmento de tecido de um ser vivo, para análise. Existem diferentes formas de se coletar este material e aqui vamos falar especificamente das lesões de mama.


A biópsia da mama é um exame diagnóstico para avaliar lesões suspeitas da mama. Este é o exame que confirma ou afasta a presença de células cancerígenas na região. 


Para realizá-la, retira-se com uma agulha uma amostra de tecido, geralmente de um nódulo ou microcalcificações no interior da mama, que será avaliada por um médico patologista.


Indicamos a realização do exame quando há alguma lesão suspeita de câncer de mama após obtermos os resultados de exames de imagem, geralmente uma mamografia ou ultrassom ou ressonância magnética.


Então, além de avaliar se um nódulo é benigno ou maligno, a biópsia também permite verificar as características da lesão.


Lembrando que o principal sintoma do câncer de mama é o surgimento de nódulos, geralmente indolores, duros e irregulares que, nem sempre, serão perceptíveis pela paciente.


Por isso, as mulheres a partir dos 40 anos de idade, devem realizar a mamografia anualmente para obter um diagnóstico precoce, elevando as chances de sucesso do tratamento, caso necessário. 


Quando indicamos a biópsia da mama?


De acordo com a Febrasgo, apesar da biópsia da mama ser um exame seguro, ele não deixa de ter riscos, por ser um procedimento invasivo.


Por isso, sua indicação deve ocorrer com critérios. Em linhas gerais, o exame é necessário quando o resultado do exame de imagem apresenta uma classificação BI-RADS 4 ou 5 ou há alguma lesão suspeita identificada ao exame clínico.


Você poderá entender mais sobre os resultados da mamografia em um artigo no nosso blog que aborda o assunto. 


Como é o exame?


A biópsia da mama ocorre em ambiente ambulatorial próprio, pois demanda cuidados e o acompanhamento com equipamento de imagem, como o ultrassom.


Inicialmente, aplica-se uma anestesia local na paciente e, em seguida, a agulha para coleta do material é inserida. Todo procedimento costuma levar cerca de 30 minutos e a paciente não sente dor, somente o incômodo da picada.


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Fonte: site Tua Saúde


Existem diversas formas de realizar o exame, dependendo das características da lesão, como seu tamanho, localização e quantidade de nódulos. Podemos citar as principais:


Punção por agulha fina ou PAAF (punção aspirativa com agulha fina)


Nesse procedimento, após anestesia local, o médico insere uma agulha mais fina acoplada em uma seringa no interior do nódulo, o que normalmente é guiado pelo ultrassom.


Então, a coleta do material ocorre com movimentos de vai e vem da seringa até que se obtenha quantidade suficiente de material, que será colocado em lâminas para análise.


Com este tipo de amostra realiza-se a citologia, uma avaliação um pouco menos precisa que a biópsia propriamente dita, mas que ainda tem suas funções.


Biópsia por agulha grossa ou core biopsy


Este método é muito similar ao PAAF, mas a agulha aqui utilizada possui um calibre maior e é acoplada a uma pistola especial.


Além disso, este procedimento pode ser guiado pelo ultrassom, mamografia ou ressonância magnética.


A diferença é que aqui, as amostras coletadas são maiores, o que aumenta a chances de uma análise mais precisa.


Normalmente, este é o tipo de biópsia que mais indicamos. E com o material coletado fazemos o estudo anátomo patológico, que é o exame que de fato identifica o tipo de lesão.


Biópsia por mamotomia


Este procedimento é menos comum e solicitamos quando precisamos de uma amostra de tecido maior. Geralmente indicado quando há lesões suspeitas na mamografia, mas que não são nódulos ou não são palpáveis.


Neste caso, o médico faz um pequeno corte na pele e introduz uma agulha mais calibrosa para sugar uma quantidade maior de tecido, dando maior segurança ao resultado do exame.  


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Além disso, independentemente da técnica, será possível também coletar uma amostra dos linfonodos da axila para avaliar linfonodos de aspecto não usual à ultrassom.  


Biópsia cirúrgica


Quando optamos por fazer a retirada de um fragmento maior da lesão (biópsia incisional) ou pela retirada de toda a lesão (biópsia excisional) em centro cirúrgico.


Geralmente indicada quando temos resultados discordantes entre os exames realizados durante a avaliação da lesão.


Como será a recuperação do exame?


A biópsia é um exame minimamente invasivo, mas pode ocasionar alguns incômodos, como dor ou hematomas. Já o risco de complicações, como infecção e sangramento, é muito baixo.


Normalmente, a paciente pode retomar suas atividades cotidianas no mesmo dia, evitando apenas as atividades físicas intensas, mesmo quando optado pela biópsia cirúrgica.


Contudo, é preciso estar atenta e procurar o médico imediatamente se tiver sintomas, como inchaço da mama, sangramento no local do exame e vermelhidão ou calor na região.


Quais resultados a biópsia da mama traz?


Este é um exame que traz muita ansiedade para as pacientes, que tentam interpretar os resultados assim que os recebem.


No entanto, é fundamental contar com o auxílio da sua Ginecologista ou Mastologista para esta atividade. Isso porque, os termos descritos no laudo nem sempre são simples e compreensíveis.


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O resultado pode demorar até 2 semanas para sair e, no geral, traz a informação se os achados são benignos (ausência de células cancerígenas) ou malignos (presença de células cancerígenas ou tumorais).


Além disso, caso sejam encontradas células malignas, o exame também informará qual o tipo de tumor e a taxa ou grau de crescimento, bem como se há invasão angiolinfática das células tumorais, ou seja, maior chance de disseminação para outras partes do corpo.


Exames específicos de anatomia patológica, como a imunoistoquímica, podem trazer ainda mais detalhes sobre a lesão, como expressão de marcadores ou receptores hormonais.


Essas informações são fundamentais para o direcionamento do tratamento, mas podemos ainda necessitar de outros exames complementares nestes casos.  


O mais importante será contar com auxílio de sua médica durante todo o diagnóstico, que poderá te explicar corretamente seu quadro clínico, bem como definir os próximos passos, caso assim seja necessário.


Lembrando que o câncer de mama é uma doença com elevada chance de cura, se diagnosticado precocemente.


Então, não deixe de fazer seus exames periódicos e agendar a biópsia da mama o quanto antes, caso a médica tenha solicitado.


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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