Síndrome do ovário policístico (SOP): saiba as consequências

7 de setembro de 2023
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A Síndrome do Ovário Policístico (SOP) é uma condição médica que afeta um número significativo de mulheres, principalmente entre os 20 e 40 anos.


Caracterizada por uma combinação de sintomas e alterações hormonais, a SOP pode impactar bastante na saúde, no bem-estar e na fertilidade das mulheres que apresentam esse problema.


Assim, é comum que as pacientes diagnosticadas com essa condição apresentem dificuldade para engravidar, bem como aumento nos níveis de androgênios e na quantidade de pelos em certas partes do corpo.


Neste artigo, vamos falar um pouco mais sobre a síndrome e suas consequências, além das opções de tratamento disponíveis atualmente.


O que é a síndrome do ovário policístico e quais são as causas?


A Síndrome do Ovário Policístico é uma condição endócrina complexa que afeta os ovários e os hormônios que são produzidos por eles.


Algumas evidências apontam para uma predisposição genética em relação ao desenvolvimento da condição.


Além disso, a resistência à insulina e o diabetes mellitus tipo II são frequentemente observados em mulheres com SOP.


Isso pode contribuir para um aumento na produção da insulina pelo pâncreas, levando a níveis mais elevados de andrógenos, os hormônios sexuais masculinos, no corpo.


Ademais, o estilo de vida e as escolhas alimentares da mulher também precisam ser considerados, já que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um maior risco de desenvolver resistência à insulina, que, por sua vez, está ligada à SOP.


Assim, alimentação rica em carboidratos simples, alimentos com açúcares adicionados e gorduras não saturadas, além da falta de uma rotina de exercícios físicos, costumam se relacionar com a piora dos sintomas da SOP.


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Quais os sintomas da Síndrome do Ovário Policístico?


É importante saber que, apesar do nome, nem todas as mulheres com SOP apresentam cistos nos ovários.


Na verdade, a SOP é caracterizada por uma série de alterações que levam a uma variedade de sintomas e complicações.


Dessa forma, a síndrome pode manifestar-se através de diferentes sintomas, que podem variar em intensidade e combinação de uma mulher para outra.


Alguns dos sintomas mais comuns associados à SOP incluem:


  • Irregularidades menstruais;
  • Hirsutismo (crescimento excessivo de pelos em áreas dependentes de hormônios para o seu surgimento);
  • Acne e pele oleosa;
  • Ganho de peso;
  • Queda de cabelo;
  • Fertilidade comprometida;
  • Alterações de humor;
  • Manchas escuras na pele;
  • Sintomas pré-menstruais mais intensos ou cólicas acentuadas.


Quais são as consequências da SOP?


A Síndrome do Ovário Policístico pode desencadear uma série de consequências que afetam a saúde e a qualidade de vida da paciente.


Assim, alguns dos principais efeitos associados à SOP incluem:


Irregularidade Menstrual e Infertilidade


Ciclos menstruais irregulares são uma marca registrada da SOP.

A falta de ovulação consistente pode resultar em dificuldades para engravidar, levando à infertilidade em algumas mulheres.


Hiperandrogenismo e Problemas Dermatológicos


O aumento dos níveis de hormônios masculinos pode causar crescimento excessivo de pelos, acne e pele oleosa, afetando a aparência física e a autoestima.


Distúrbios Metabólicos


A resistência à insulina, muitas vezes associada à SOP, pode levar ao desenvolvimento do diabetes tipo 2 e aumentar o risco de problemas metabólicos, como obesidade e síndrome metabólica.


Se você quiser entender melhor a relação entre a Síndrome do Ovário Policístico e a Síndrome Metabólica, acesse este artigo em nosso site!


Complicações Cardiovasculares


Mulheres com SOP têm um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, como: hipertensão arterial, doenças cardíacas e acidente vascular cerebral.


Obesidade e Dificuldades de Peso


A SOP pode levar ao ganho de peso e dificuldades em perdê-lo, tornando o controle do peso mais difícil.


O acúmulo de gordura na região abdominal, comumente referida como obesidade visceral, é um conhecido fator de risco para doenças cardiovasculares, portanto o risco é principalmente clínico, além da questão estética.


Além disso a obesidade em mulheres está relacionada a um aumento do risco de câncer de mama e de endométrio, incontinência urinária (quando há perda de urina sem desejo de urinar), apnéia obstrutiva do sono e várias outras complicações mecânicas, de humor e metabólicas.


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Alterações Emocionais e Saúde Mental


A presença de sintomas físicos, problemas de fertilidade e alterações hormonais podem contribuir para a ansiedade, depressão e outras questões ligadas à saúde mental.


Riscos Reprodutivos na Gravidez


Mulheres com SOP têm maior probabilidade de enfrentar problemas para engravidar e infertilidade, além de aumentar o risco de algumas complicações durante a gravidez, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.


Como fazer o diagnóstico da SOP?


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O diagnóstico da SOP geralmente é baseado em uma combinação de fatores, incluindo a constatação de sintomas específicos, exames físicos e resultados de exames laboratoriais.


Geralmente, para confirmarmos a Síndrome do Ovário Policístico será preciso solicitar determinadas análises sanguíneas, além de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal.


Porém, é importante ressaltar que a presença de ovários policísticos nos exames de imagem não é um critério necessário e nem suficiente para fazer o diagnóstico dessa condição.


Inclusive, em adolescentes e mulheres jovens nem é recomendado que seja realizado, devido às características inerentes a esta população específica de mulheres.


Assim, é necessário que a paciente manifeste uma combinação de dois ou três sintomas interligados e que outras causas para os sintomas relatados sejam descartadas.


Quais os tratamentos disponíveis para essa condição?


O tratamento da SOP é direcionado tanto para aliviar os sintomas quanto para reduzir os riscos associados.


É fundamental considerar os sintomas específicos que a mulher está enfrentando, assim como suas intenções em relação à gravidez para determinarmos a estratégia mais apropriada.


Existem várias alternativas disponíveis no que diz respeito ao tratamento, incluindo:


  • Mudanças no estilo de vida: a perda de peso, quando necessária, pode ajudar a melhorar a sensibilidade à insulina e a regularidade dos ciclos menstruais; a adoção de hábitos de vida saudáveis, mesmo em mulheres com SOP e peso normal, é a primeira linha no tratamento e deve ser recomendada a todas as pacientes;


  • Medicamentos: alguns medicamentos podem auxiliar no tratamento da doença, por exemplo:


  • Contraceptivos orais:  podem ajudar a regular os ciclos menstruais e diminuir os níveis de andrógenos;


  • Antiandrogênicos: são medicamentos que interferem na ação da testosterona, auxiliando no controle do hirsutismo, acne e/ou alopécia androgenética (queda de cabelo relacionada ao aumento dos androgênios circulantes);


  • Antidiabetogênicos orais: alguns medicamentos para diabetes podem ser úteis, caso a SOP esteja associada à resistência insulínica.


  • Indução da ovulação: mulheres que desejam engravidar podem se beneficiar de medicamentos que estimulam a ovulação;


  • Cirurgia: em casos mais graves e resistentes ao tratamento, a cirurgia de drilling ovariano pode ser uma opção, mas tem sido cada vez menos recomendada.


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Além disso, também é comum recomendarmos a consulta com um dermatologista, especialmente para abordar as questões de pele que podem surgir como resultado dessa condição e afetar a autoestima da paciente.



Assim, caso você apresente qualquer sintoma relacionado à Síndrome do Ovário Policístico, agende uma consulta com a ginecologista imediatamente e recupere a sua qualidade de vida e bem-estar!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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