O sexo é uma das principais formas de intimidade entre os casais. É uma expressão de sentimento e vivências a dois, um momento de respeito e entrega. Mais que uma necessidade biológica, é uma forma de comunhão para o casal.
Apesar de ainda ser um tabu entre muitos, o sexo durante a gestação é permitido e deve ser incentivado na maioria das gravidezes.
Fazer sexo durante a gravidez é normal e não costuma acarretar problemas para o bebê! Sendo uma prática que só deve ser evitada se a gravidez oferecer algum risco, como nascimento prematuro ou abortamento.
É bem sabido que a sexualidade feminina está sob influência de uma gama de coisas. A libido se comporta de modo semelhante. Independente do tesão e desejo sexual que todas as mulheres podem ter, preocupações com problemas do dia a dia, percepção da própria imagem corporal ou até mesmo dúvidas sobre a influência do sexo na gestação ou desenvolvimento do bebê podem influenciar negativamente a libido. Por outro lado, uma boa auto estima, aceitação e desejo pela gestação e um bom relacionamento com o parceiro(a), exercem efeito contrário.
É comum que as pacientes relatem um aumento da libido durante a segunda metade da gestação, após a passagem do choque inicial da descoberta da gravidez e melhora de sintomas como náuseas e vômitos que costumam acontecer durante o primeiro trimestre.
A depender do modo como a mulher encare as grandes transformações que o seu corpo está passando, a libido pode se manter alta até o final da gestação ou pode ir diminuindo à medida em que há o crescimento da barriga, surgimento de estrias ou celulites, ou retorno de sintomas como azia ou cólicas.
Essas diferenças são normais e precisam ser respeitadas. Por isso, a conversa sobre sexo entre o casal é fundamental. Conversar abertamente sobre dúvidas e inseguranças irá ajudar o casal a lidar com essas mudanças físicas e hormonais.
A frase de ordem aqui deve ser – respeite os seus desejos e os seus limites. Evitar comparações com outros casais ou com situações prévias ajuda a diminuir a ansiedade e evita frustrações.
A preocupação sobre o que o bebê sente durante o ato sexual é um dos grandes receios dos casais. Esta é uma área na qual há poucos estudos, então o que se sabe provém de um conhecimento empírico sobre a fisiologia da gestação e sexualidade.
Durante o sexo o corpo da mulher libera hormônios e substâncias químicas que estão relacionados ao bem-estar e prazer. E justamente esses hormônios podem atravessar a placenta e chegar até o bebê, provocando a sensação de relaxamento e bem-estar.
O bem estar materno, não só do ponto de vista da ausência de doenças, mas de uma maneira geral, é fundamental para o bom desenvolvimento da gravidez. Assim sendo, pode-se considerar uma vida sexual saudável um ponto importante dentro desse contexto.
Até aproximadamente a metade da gravidez é pouco provável que o tamanho da barriga seja um empecilho a qualquer posição sexual.
A partir da segunda metade pode ser que a mulher fique desconfortável quando deitada de costas sem inclinação ou deitada sobre o abdome (de bruços). O posicionamento de travesseiros ou almofadas sob a cabeça ou sob o quadril promovem inclinações do tronco que podem ajudar o intercurso sexual desviando do útero gravídico.
Posições nas quais a mulher consegue controlar a profundidade de penetração vaginal podem ser vantajosas à medida que a gravidez avança. Posicionamento da mulher em quatro apoios ou de lado, com o parceiro por trás, evitam o contato direto com o ventre materno.
Importante lembrar que sexo não é somente penetração vaginal. A gravidez pode ser um desafio, mas também é uma excelente oportunidade para o casal expressar sua sexualidade e também sua intimidade de diferentes formas e explorar outras áreas erógenas além dos órgãos genitais.
E se você não atingir o orgasmo, não fique frustrada. O importante é passar um tempo de qualidade com a pessoa que você ama, e aproveitar o caminho. Algumas tentativas podem não garantir o clímax, mas podem levar a boas gargalhadas. Riam de si mesmos e se divirtam.
Outro grande tabu que faz com que muitos homens percam o interesse sexual é justamente o receio de que o pênis chegue até o bebê e possa provocar algum problema.
Se esse é o medo do casal, podem ficar tranquilos! O bebê está protegido pelas membranas ovulares, dentro do útero. O colo do útero é uma estrutura normalmente longa e firme o suficiente para se manter íntegro e fechado, mesmo com a pressão exercida pelo pênis durante o coito. Assim sendo, não há como o pênis chegar até o bebê durante o sexo.
A sexualidade na gravidez pode ser vivida intensamente se a situação permitir! O sexo faz bem para a mulher grávida e não oferece riscos quando a gravidez é saudável.
Teoricamente, o intercurso sexual pode estimular o desencadeamento de trabalho de parto devido liberação endógena de ocitocina (o mesmo hormônio que estimula contrações uterinas), ação de substâncias presentes no sêmen no colo uterino ou por estímulo direto da região inferior do útero. Entretanto, os estudos não mostram que esse efeito seja percebido em gravidezes de baixo risco.
Penetração vaginal ou atividade sexual vigorosa deve ser evitada em casos de:
E sempre que houver alguma dúvida sobre o que pode ou não ser feito durante a gestação, sua obstetra é a pessoa que deve ser consultada.
Não é porque você está grávida que deverá descuidar da prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. O uso de camisinha não tem contraindicações e deve ser mantido durante toda a gravidez! Contrair uma doença sexualmente transmissível na gestação oferece riscos para a mãe e para o bebê.
A sífilis por exemplo, pode ocasionar abortamento e em casos onde a gravidez prossegue mesmo com a doença, o bebê pode nascer com graves sequelas, como cegueira e surdez.
Esse alerta é importante principalmente para casais sorodiscordantes para HIV ou outras doenças que podem ser transmitidas ao feto através da placenta, como HTLV, hepatites B e C, casais que mantêm relacionamentos com múltiplos parceiros simultâneos ou nos quais pelo menos um dos parceiros mantém relações sexuais com profissionais do sexo.
Na eventualidade de violência sexual durante a gestação, a gestante dispõe de atendimento específico à vítima de violência, assim como mulheres não grávidas, e medidas preventivas devem ser tomadas para evitar potencial transmissão de infecções sexuais para si e para o bebê.
O post Sexualidade na Gestação apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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