Você está em busca de informações sobre o HPV na gestação?
O HPV, ou Papilomavírus Humano, é uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns e, durante a gestação, pode levantar preocupações adicionais para as futuras mães.
Alterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse período podem favorecer o desenvolvimento de lesões causadas pelo vírus, além de potencialmente impactar a saúde do colo do útero.
Assim, embora a presença do HPV na gravidez não seja, em geral, motivo de alarme, é importante compreender os possíveis riscos e cuidados necessários.
Acompanhe neste artigo!
O que é o HPV?
O HPV, ou Papilomavírus Humano, é uma infecção viral comum transmitida, principalmente, pelo contato sexual desprotegido.
O HPV possui mais de 100 subtipos, divididos em grupos de baixo e alto risco.
Os subtipos de baixo risco estão frequentemente associados a verrugas genitais e de pele e, raramente, evoluem para câncer.
Já os subtipos de alto risco podem causar lesões pré-cancerosas, especialmente em áreas como o colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta, com potencial para evoluir para câncer ao longo do tempo.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre as causas e o tratamento do câncer no colo do útero, acesse e saiba mais!

Como ocorre a infecção pelo HPV?
No geral, a infecção pelo HPV ocorre por meio do contato direto com a pele ou mucosas de uma pessoa infectada.
Dessa forma, a infecção é transmitida, em grande parte, durante relações sexuais desprotegidas, sejam elas vaginais, anais ou orais.
Ademais, por ser altamente contagioso, o HPV pode estar presente em áreas que não são completamente cobertas pelo preservativo.
Isso explica por que o uso de preservativo reduz o risco de infecção, mas não elimina completamente a possibilidade de contágio.
Fatores como o enfraquecimento do sistema imunológico, a idade e a frequência de exposição ao vírus podem facilitar a infecção.
Nesse sentido, pessoas com imunidade baixa estão mais propensas a desenvolver infecções persistentes de HPV, pois o organismo tem mais dificuldade em combater o vírus.
Aqui, vale destacar que, durante a gravidez, o sistema imunológico das mulheres passa por uma série de adaptações para permitir o desenvolvimento saudável do bebê, o que pode acabar diminuindo a imunidade natural da gestante.
Com essa imunidade mais baixa, o corpo se torna mais vulnerável ao vírus do HPV que, normalmente, poderia ser combatido com mais facilidade.
Além disso, se a gestante já tiver algum vírus "adormecido" no organismo, ele pode se reativar e se manifestar justamente durante essa fase de queda imunológica.
Por isso, é muito importante que gestantes mantenham o acompanhamento médico regular, adotem medidas preventivas e cuidem da saúde com ainda mais atenção para evitar infecções e preservar o bem-estar durante toda a gestação.
Quais são os sintomas do HPV na gestação?
Os sintomas de HPV na gestação podem variar dependendo do tipo de vírus e da resposta imunológica da gestante.
Assim, é possível que a gestante experimente os seguintes sintomas:
Verrugas genitais: surgem como pequenas lesões, com ou sem coceira, que podem aparecer na vulva, vagina, colo do útero ou ânus. Durante a gestação, essas verrugas podem aumentar de tamanho devido às alterações hormonais;
Desconforto ou coceira: as verrugas genitais podem causar desconforto, irritação ou coceira nas áreas afetadas; na ausência de verrugas não há esse tipo de sintomas;
Lesões na região cervical: o HPV de alto risco pode causar alterações celulares no colo do útero, detectáveis apenas através de exames, como o papanicolau.
Qual o risco do HPV em gestante?
O HPV na mãe pode trazer alguns riscos para o bebê, embora eles sejam raros.
Durante o parto, existe uma pequena chance de transmissão do vírus, especialmente se a mãe tiver lesões ativas.
Assim, devemos estar atentas com as seguintes situações do HPV na gestação:
Proliferação mais rápida do vírus
Como vimos, a gestação altera o sistema imunológico da mulher, o que pode fazer com que lesões causadas pelo HPV, como verrugas genitais, cresçam mais rapidamente.
Isso ocorre porque a imunidade da gestante está naturalmente reduzida para evitar a rejeição do feto.
Impacto no parto

Lesões de HPV grandes podem, em casos raros, interferir no parto vaginal, especialmente se bloquearem o canal do parto.
Nesses casos, pode ser indicada o parto cesariana para evitar complicações.
Mas isso só ocorre quando as lesões de fato obstruem o canal de parto, ou seja, lesões múltiplas e de grande tamanho.
Risco de transmissão ao bebê
Embora raro, o HPV pode ser transmitido da mãe para o bebê durante o parto normal, causando uma condição chamada papilomatose respiratória juvenil.
Nesse caso, o bebê pode desenvolver verrugas nas vias respiratórias, especialmente na laringe, o que pode comprometer a respiração.
A transmissão também pode se dar durante a gestação, com menor chance.
Risco de câncer no colo do útero
Embora a progressão para câncer seja incomum durante a gravidez, o acompanhamento pré-natal inclui o rastreamento de células anormais no colo do útero, pois algumas mulheres podem apresentar alterações causadas pelo HPV.
Se detectadas, essas alterações geralmente são monitoradas e tratadas após o parto.
Durante a gestação podem ser realizados os exames de papanicolau, colposcopia e vulvoscopia.
Mesmo a biópsia do colo uterino ou da vulva podem ser realizados, se houver suspeita de lesão maligna.
A mulher pode tomar a vacina do HPV durante a gestação?
Durante a gestação, não se recomenda a vacina contra o HPV.
Embora a vacina seja segura para a maioria das pessoas, ela não é indicada para gestantes, pois não há evidências suficientes sobre sua segurança nesse período.
A maioria dos estudos foi conduzida em mulheres não grávidas, e, por precaução, as autoridades de saúde, como a Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam que a vacinação seja realizada antes da gravidez.
Dessa forma, caso uma mulher inicie o esquema de vacinação contra o HPV e descubra que está grávida, a orientação é que ela adie as doses restantes até o término da gestação.
Como realizamos o diagnóstico e o tratamento do HPV na gestação?
O processo de diagnóstico, geralmente, começa com o exame Papanicolau, realizado durante o pré-natal, que identifica alterações nas células do colo do útero associadas ao HPV.
Caso esse exame apresente alguma alteração, podemos recomendar uma colposcopia, que permite uma visualização ampliada do colo do útero e a identificação de lesões.
Em algumas situações, uma biópsia pode ser realizada para avaliar com precisão o tipo de lesão.
Em geral, recomendamos a biópsia nessa fase apenas em casos onde há uma suspeita significativa de alterações que precisam de um diagnóstico preciso, como lesões potencialmente pré-cancerosas ou cancerosas.
Quando necessário, esse procedimento é realizado de forma cuidadosa para minimizar riscos ao bebê e à mãe.
Já o tratamento do HPV na gestação depende de fatores como o tipo e o tamanho das lesões.
Geralmente, o nosso foco é aliviar qualquer sintoma e monitorar a infecção para evitar procedimentos invasivos durante a gravidez.
Na maioria dos casos, optamos por observar a evolução das lesões ao longo da gestação, pois o HPV tende a regredir naturalmente após o parto.
Entretanto, se houver verrugas genitais que causem desconforto ou aumentem, podemos indicar a remoção por cauterização química ou elétrica, que são seguros para a gestante.
Por fim, tratamos lesões cervicais de alto risco e alterações celulares consideráveis após o parto, permitindo a realização de procedimentos mais invasivos, quando necessário.
Como prevenir o HPV durante a gestação?
Para prevenir o HPV durante a gestação, recomendamos que a gestante adote as seguintes medidas:
Vacinação antes da gestação

A vacina contra o HPV é mais eficaz quando administrada antes do início da vida sexual e, idealmente, antes da gravidez.
Ela é segura e eficaz na prevenção dos principais subtipos do vírus que causam câncer.
No nosso blog, temos um artigo completo sobre a vacina do HPV, acesse e entenda como o imunizante funciona!
Uso de preservativo
O uso de preservativos, seja masculino ou a camisinha feminina, durante as relações sexuais ajuda a reduzir o risco de transmissão do HPV.
Embora não ofereçam proteção completa, eles diminuem bastante o risco.
Manutenção do sistema imunológico
Manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas e dormir bem ajudam a fortalecer o sistema imunológico, o que pode contribuir para a proteção contra infecções.
Evitar múltiplos parceiros sexuais
Limitar o número de parceiros sexuais durante a gestação pode reduzir o risco de exposição ao HPV e a outras infecções sexualmente transmissíveis.
Evitar contato com verrugas genitais visíveis
Se o parceiro apresentar verrugas ou lesões genitais, é aconselhável evitar o contato direto com essas áreas para diminuir o risco de contágio.
Lembramos também que o acompanhamento pré-natal com a obstetra é essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê durante toda a gestação.

Exames regulares ajudam a identificar e monitorar alterações no colo do útero, possibilitando o tratamento adequado, caso necessário.
Então, não deixe de marcar sua consulta com a especialista e seguir as orientações médicas, pois o pré-natal é um passo essencial para uma gestação saudável e protegida!
Compartilhe este conteúdo