Corrimento branco grumoso: como proceder?

16 de janeiro de 2025
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O corrimento branco grumoso é um sintoma que pode causar desconforto e preocupação em muitas mulheres.


Caracterizado por sua consistência espessa, semelhante à coalhada, ele é frequentemente associado à candidíase vaginal.


Embora geralmente não represente um problema grave, é importante entender as possíveis causas e identificar outros sinais associados a essa condição.


Então, acompanhe esse artigo para saber quais medidas tomar para alívio dos sintomas e, principalmente, quando é necessário buscar orientação médica para garantir um tratamento adequado.



Em quais situações é normal apresentar corrimento?


Apresentar corrimento é normal em diversas fases da vida da mulher.


Por exemplo, durante o período fértil, é comum que o corrimento se torne mais abundante e com consistência semelhante à clara de ovo, facilitando a mobilidade dos espermatozoides.


Já na fase lútea, após a ovulação, o aumento dos níveis de progesterona pode tornar o corrimento mais espesso e branco.


Além das flutuações hormonais, outras situações podem influenciar a quantidade e a aparência do corrimento.


A excitação sexual, por exemplo, aumenta a lubrificação vaginal, resultando em secreção mais abundante.


Por fim, durante a gravidez, é comum observar um aumento no corrimento branco devido às alterações hormonais e ao aumento do fluxo sanguíneo na região pélvica.


Essas secreções ajudam a proteger o canal vaginal contra infecções.


Corrimento branco grumoso: o que pode ser?


Apesar do corrimento ser comum em grande parte dos casos, algumas características podem indicar que algo não vai bem. 


Por exemplo, o corrimento branco grumoso está associado à candidíase vaginal, uma infecção causada por fungos do gênero Candida, principalmente o Candida albicans.


Essa condição ocorre quando há um desequilíbrio na microbiota vaginal, permitindo o crescimento excessivo do fungo, que é normalmente encontrado em pequenas quantidades no organismo.


É importante citar que a candidíase pode ser desencadeada por diversos fatores.


Isso inclui o uso de antibióticos, que alteram o equilíbrio natural da flora vaginal, altos níveis de estresse, diabetes descontrolado, gravidez ou o uso de roupas apertadas que retêm calor e umidade na região genital.


Embora a candidíase não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, ela pode ser agravada por práticas sexuais, especialmente se a região genital já estiver irritada.


Se você apresenta candidíase de repetição, acesse esse artigo em nosso blog e saiba o que fazer!



Além do corrimento, quais outros sintomas costumam estar associados?


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Além do corrimento, a paciente pode experimentar os seguintes sintomas:


  • Coceira intensa na região vaginal e vulvar;
  • Vermelhidão e inchaço da vulva;
  • Ardência ou desconforto ao urinar;
  • Dor no sexo;
  • Sensação de irritação ou queimação na região genital;


Esteja atenta, pois o corrimento causado pela candidíase não costuma ter cheiro desagradável. 


Então, se você estiver com corrimento com forte odor, podemos estar diante de outras condições.


Como realizamos o diagnóstico da candidíase?


Durante a consulta, investigamos os sintomas relatados pela paciente, como coceira, ardência, odor e dor, além de possíveis fatores de risco, como o uso recente de antibióticos, diabetes ou hábitos que possam predispor à infecção.


Em seguida, durante o exame ginecológico, observamos a aparência do corrimento, verificando se ele apresenta a característica consistência grumosa, além de sinais de inflamação na vulva e na vagina.


Para confirmar o diagnóstico, podemos coletar uma amostra do corrimento para análise ao microscópio, que ajuda a identificar a presença de fungos, como o Candida albicans.


Um exame com hidróxido de potássio também pode ser realizado, pois ele dissolve células e evidencia os elementos fúngicos.


Em casos mais complexos ou de infecções recorrentes, podemos solicitar uma cultura microbiológica para identificar a espécie exata do fungo e determinar a melhor abordagem terapêutica, especialmente se houver suspeita de resistência aos medicamentos.



Além disso, avaliamos se existem outras condições presentes, como vaginose bacteriana ou tricomoníase.


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Quais são as principais opções de tratamento para o corrimento branco grumoso?


O tratamento para o corrimento branco grumoso inclui o uso de antifúngicos tópicos, como cremes ou óvulos vaginais, que são aplicados diretamente na região afetada.


Esses medicamentos são eficazes e costumamos indicar para casos leves a moderados.



Em situações mais graves ou recorrentes, podemos prescrever antifúngicos orais, geralmente em dose única ou em esquemas prolongados, dependendo da necessidade.


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Além do tratamento medicamentoso, é fundamental que a paciente adote hábitos de higiene íntima adequados, evitando duchas vaginais e priorizando roupas íntimas de algodão que permitam a ventilação da área.


Embora a candidíase não seja considerada uma infecção sexualmente transmissível, pode ser necessário também tratar o parceiro para evitar recorrências.


Por fim, se a infecção estiver associada a condições como diabetes descontrolada, é essencial tratar o problema subjacente.


Nesse sentido, as pacientes relatam benefícios ao ajustar a dieta, reduzindo o consumo de açúcares refinados, que podem favorecer o crescimento de fungos.


Como a paciente pode prevenir a candidíase?


Para prevenir o corrimento branco grumoso, a paciente precisa adotar as seguintes medidas:


Higiene íntima adequada


Lave a região genital apenas com água ou com sabonetes íntimos suaves.


Evite duchas vaginais, pois elas podem remover a proteção natural da flora vaginal, e descartar produtos perfumados, que podem causar irritações.


Roupas respiráveis


Prefira roupas íntimas de algodão, que permitem a ventilação e ajudam a manter a região seca.


Evite lingeries feitas de tecidos sintéticos e roupas apertadas.


Essas opções retêm calor e umidade, criando um ambiente propício para o crescimento de fungos.


Sempre que possível, quando estiver em casa ou para dormir, não use roupas íntimas. 


Manutenção da microbiota vaginal


Use antibióticos apenas quando necessário e com orientação médica, já que eles podem alterar o equilíbrio da flora vaginal, aumentando o risco de proliferação de fungos.


No nosso blog, temos um artigo sobre quando utilizar probióticos para flora vaginal, acesse e saiba mais!


Alimentação equilibrada



Adote uma dieta rica em alimentos que fortalecem o sistema imunológico e favorecem a saúde intestinal, como frutas, vegetais, iogurtes com probióticos e alimentos integrais.


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Evite umidade


Troque roupas molhadas imediatamente após nadar, tomar banho ou se exercitar, já que a umidade prolongada na região genital favorece o crescimento de fungos.


Evite o uso prolongado de absorventes e protetores 


Esses produtos podem aumentar a umidade e a temperatura na região íntima, criando condições ideais para infecções.


Protetores de uso “diário” devem ser usados apenas no período próximo à menstruação, quando há chance de sujar a calcinha, e não todos os dias.


Reduza o estresse


Níveis elevados de estresse podem enfraquecer o sistema imunológico, deixando o corpo mais suscetível a infecções.


Dessa forma, é fundamental praticar atividades relaxantes, como meditação ou exercícios físicos regulares.


Além desses cuidados, lembramos que é importante realizar consultas de rotina para monitorar a saúde íntima, esclarecer dúvidas e tratar precocemente qualquer alteração ou infecção.


A ginecologista está sempre disponível para fornecer orientações personalizadas.



Portanto, caso você perceba qualquer sintoma irregular, agende uma consulta imediatamente e preserve a sua saúde e bem-estar!

Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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