Câncer de vulva: saiba mais

dez. 15, 2022
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O câncer de vulva, na maioria dos casos, é um câncer que cresce lentamente e apresenta bom prognóstico, principalmente se receber tratamento na sua fase inicial.

Lembrando que a vulva é a parte externa do sistema reprodutor feminino, composta pelos grandes lábios (lábios externos), pequenos lábios (lábios internos), clitóris, entrada para o canal vaginal, além das glândulas de Bartholin e de Skene (responsáveis pela lubrificação da região).

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Geralmente, este câncer ocorre após a menopausa e representa 5% dos cânceres ginecológicos, ou seja, é uma doença mais rara.


Inicialmente, se manifesta a partir de lesões pré-cancerosas, o que possibilita um diagnóstico e tratamento precoce que podem impedir até mesmo que o câncer se instale.


No entanto, se não for tratado, pode se espalhar para a vagina, a uretra, o ânus, os linfonodos na região da pelve e abdômen e até mesmo entrar na corrente sanguínea, gerando metástases à distância.


Tipos de câncer de vulva


Os principais tipos de câncer de vulva são:


  • Carcinoma epidermóide - também conhecido como células escamosas, se assemelha ao surgimento de verrugas e representa cerca de 90% dos casos de câncer na vulva;
  • Melanoma - se desenvolve nas células produtoras de pigmento da pele e cresce mais rapidamente. Representa cerca de 5% dos casos.
  • Adenocarcinoma - acomete as glândulas de Bartholin e é mais raro;
  • Sarcomas – inicia-se nas células ósseas, musculares ou do tecido conjuntivo. Apesar de ser raro, pode ocorrer em qualquer idade, diferente dos outros tipos de câncer de vulva.


Então, o diagnóstico adequado será fundamental para definir qual o tipo de câncer a paciente possui e iniciar o tratamento mais apropriado.


Quais são os fatores de risco?


Existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de vulva, por exemplo:


  • Idade avançada, principalmente superior a 70 anos;
  • Infecção por HPV;
  • Neoplasia intraepitelial vulvar, que é uma lesão pré-cancerosa, geralmente causada pelo HPV;
  • Fumo;
  • Neoplasia intraepitelial vaginal ou do colo uterino;
  • Câncer de colo de útero ou de vagina;
  • Líquen escleroso;
  • Deficiência imune (geralmente associado a doenças ou medicamentos imunossupressores)
  • Melanoma em outras partes do corpo.


Sintomas do câncer de vulva


Os sintomas do câncer de vulva podem variar conforme seu tipo e o organismo de cada paciente. No geral, este câncer pode não causar tantos incômodos, mas a coceira costuma ser um sintoma prevalente.


Além disso, a paciente poderá apresentar:


  • Vermelhidão ou alteração na cor da pele da vulva, o que pode ser um sinal de lesão pré-cancerosa;
  • Feridas planas que não curam e que podem se tornar escamosas;
  • Lesões verrucosas;
  • Alteração da cor da pele de uma região específica na vulva;
  • Nódulo vermelho, rosa ou branco, de superfície áspera ou rugosa;
  • Dor ao urinar;
  • Ardência, dor ou coceira;
  • Sangramento fora do período menstrual.


Assim, ao ter esses sintomas é fundamental procurar uma Ginecologista o quanto antes para fazer um diagnóstico apropriado.


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Como será o diagnóstico?


Inicialmente, compreender a história clínica da paciente e realizar um exame físico minucioso são fundamentais para contextualizar o quadro e detectar lesões suspeitas.


Então, para confirmar o diagnóstico devemos realizar uma biópsia, exame no qual pequenos fragmentos da área suspeita são removidos e encaminhados para análise de um patologista.


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Além disso, poderemos solicitar exames de imagem, como raios X e tomografia para avaliar se o tumor atingiu outros órgãos.


Em caso de diagnóstico positivo para o câncer, será necessário realizar um estadiamento, ou seja, a classificação de sua extensão que terá diversos estágios:


I - o câncer está limitado à vulva ou períneo;

II - o câncer se disseminou para algum tecido adjacente (uretra, vagina e ânus), mas não chegou aos linfonodos;

III - o câncer se disseminou até os linfonodos adjacentes, podendo ou não ter se espalhado para os tecidos adjacentes.

IV – o tumor se espalhou para outras regiões, por exemplo, a bexiga, parte superior da vagina ou uretra, reto, linfonodos mais distantes ou outros órgãos fora da pelve.


Vale ressaltar que o diagnóstico será essencial para diagnosticar também as células anormais na superfície da vulva, que caracterizam as lesões pré-cancerosas.


Tratamento para o câncer de vulva


Diversos são os tratamentos para o câncer de vulva, sendo que a escolha da melhor opção dependerá de diversos fatores, por exemplo, a extensão da doença e o quadro de saúde da paciente.


Então, num melhor cenário, com diagnóstico precoce, podemos tratar as lesões pré-cancerosas antes que o câncer apareça. Se não tratadas, dependendo do tipo de lesão, a chance de progressão para câncer varia de 30-50% .


Podemos realizar tratamentos excisionais (retirada da lesão), ablativos (destruição da lesão) - e aqui incluímos a laserterapia, ou ainda uso de medicações tópicas imunomoduladoras.


Já no caso de câncer no estágio inicial, a remoção cirúrgica do tumor e dos gânglios linfáticos da virilha será a melhor opção (vulvectomia simples).


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Para tumores mais avançados, será necessário adotar quimioterapia e radioterapia, antes ou depois da cirurgia.


Além disso, apesar de ser mais raro, pode ser preciso retirar partes maiores da vulva, ou até fazer sua remoção completa (vulvectomia radical), bem como de outros órgãos da região pélvica.


Em situações mais extremas, a cirurgia reconstrutiva pode ajudar a melhorar a aparência e a função da vulva.


Como em todos os casos de câncer, a prevenção é o melhor caminho! Para tal, consultar a Ginecologista periodicamente e fazer os exames de rotina é fundamental.


Considerando que a maior parte destas lesões está relacionada à infecção pelo vírus HPV, a vacinação é o passo número 1 para se prevenir!


Além disso, procurar a Ginecologista em caso de incômodos na região que não são comuns também poderá fazer toda a diferença.


Cuide da sua saúde com carinho. Quanto antes diagnosticarmos um câncer, melhor!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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