Por isso, sua suplementação é recomendada para todas as mulheres que planejam gravidez ou que possam engravidar.
No entanto, muitas são as dúvidas sobre este assunto. Por exemplo, qual o momento certo de começar a suplementar o ácido fólico e qual a sua diferença em relação ao metilfolato?
Então, falaremos mais sobre o assunto neste texto e, inicialmente, precisamos compreender as diferentes formas que o folato se apresenta.
O folato, também conhecido como vitamina B9, é um nutriente natural que pode ser encontrado em folhas verdes escuras (por exemplo, espinafre, brócolis e couve), legumes, gema de ovo, fígado, leite e frutas cítricas.
No entanto, esta substância é altamente suscetível à oxidação, congelamento, aquecimento e cocção prolongada e, por isso, podemos ter perdas de até 95% do nutriente durante esses processos.
O ácido fólico é a forma sintética do folato, ou seja, uma substância produzida em laboratório mais estável que o folato proveniente de fontes naturais.
Este nutriente é tão importante para nosso organismo que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução RDC nº 344, estabeleceu a fortificação de farinhas de trigo e de milho e seus subprodutos com o ácido fólico.
Tanto o folato quanto o ácido fólico passam por processos enzimáticos no nosso organismo, necessários à metabolização para sua forma ativa, o L-metilfolato, sendo essa a substância realmente aproveitada no nosso corpo.
No entanto, existem algumas pessoas que apresentam um polimorfismo genético nos genes que regulam o metabolismo do folato.
Isso provoca uma lentificação neste processo de transformação do folato ou do ácido fólico para o L-metilfolato e, assim, elas acabam por poder acumular homocisteína, uma substância que está associada a complicações trombóticas e cardiovasculares.
Então, além do ácido fólico, também é possível encontrar o L-metilfolato para comprar na farmácia.
O folato é uma substância fundamental para a formação da medula espinhal e do cérebro do bebê, que ocorre logo no primeiro mês da gestação, muitas vezes quando a mulher ainda não sabe que está grávida.
Além disso, é importante na síntese de ácidos nucleicos (RNA e DNA), multiplicação celular, metabolismo de aminoácidos e formação de proteínas estruturais e hemoglobina.
Assim, além dessa substância ser essencial para a formação do sistema nervoso central do feto, ainda contribui para evitar anemia, parto prematuro e depressão pós-parto da mãe.
No entanto, durante a gestação, as alterações hormonais podem reduzir a absorção do folato obtido de forma natural pela alimentação, sendo mais difícil atingir a ingestão diária recomendada com a dieta habitual.
Ademais, quanto mais intenso for o metabolismo e a taxa de crescimento, maior será o consumo desta substância pelo organismo.
A ocorrência de defeitos abertos do tubo neural (DTNs) - como acrania/anencefalia (ausência de formação ou fechamento do crânio ou parte do cérebro) e espinha bífida (quando a coluna não se fecha completamente, deixando a medula exposta) - no feto é um tema bastante relevante. Isso porque, grande parte das crianças acometidas apresentam elevada morbidade e mortalidade.
Como dissemos, o fechamento do tubo neural acontece muito precocemente, até o 28º dia após a concepção.
Então, a suplementação com folato no período de pelo menos 30 dias antes da mulher engravidar (idealmente 3 meses) e até o final do primeiro trimestre da gestação é importante para evitar anomalias estruturais fetais.
Assim, essa é uma recomendação padrão, inclusive defendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com estudo publicado pela Febrasgo, a dose avaliada em estudos clínicos e reiterada em literatura é de 400 mcg diários para casos de baixo risco e dez vezes mais (4 mg) para as mulheres com alto risco de DTN.
Além disso, não temos relatos de efeitos adversos do folato em doses abaixo de 1mg por dia.
As principais situações listadas como de alto risco são:
Como dissemos, tanto o folato proveniente dos alimentos como o ácido fólico precisam ser metabolizados no nosso organismo para a sua forma ativa, o L-metilfolato.
No entanto, estima-se que 30 a 50% da população possua uma mutação genética na enzima metiltetrahidrofolato redutase (MTHFR), que lentifica esta transformação. Diferentes polimorfismos, que podem estar em homozigose ou heterozigose, interferem neste processo em graus variados.
Acontece que grande parte das mulheres desconhecem se possuem essa condição e, então, podem acabar aproveitando pouco do ácido fólico suplementado.
Apesar disso, todos os estudos de prevenção de defeitos de fechamento de tubo neural foram realizados com uso de ácido fólico e não de metilfolato, o que nos deixa seguros para manter o uso do ácido fólico na dose correta (400mcg/dia) em pessoas que não tenham histórico conhecido de mutação.
Acredita-se que o consumo diretamente do L-metilfolato tenha uma taxa de absorção cerca de 26% maior em comparação com a do ácido fólico. Além disso, existe menor chance da interação com medicamentos que afetam a metabolização do ácido fólico.
Então, a Febrasgo indica que o L-metilfolato pode ser utilizado com boa eficácia para a prevenção de defeitos do tubo neural (DTNs) em mulheres sabidamente portadoras da alteração genética.
Esta é uma questão que devemos avaliar com cautela, com base no quadro de saúde de cada paciente.
Por isso, será fundamental passar por uma consulta com a Ginecologista e Obstetra para conversar sobre a necessidade e a importância da suplementação e qual a melhor forma do nutriente utilizar.
Acredite, cuidar da sua saúde e prevenir possíveis problemas é sempre o melhor caminho a seguir!
Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.
Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.
"Faço o meu trabalho com a visão de poder estimular minhas pacientes a fazer escolhas de saúde conscientes e que caibam no seu estilo de vida."
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