Uma cirurgia ginecológica pode ser realizada de várias maneiras. Se você precisar de cirurgia, seu ginecologista irá discutir o método mais adequado com você.
Quase todas as cirurgias ginecológicas podem ser realizadas pelas mesmas vias – abdominal (aberta), laparoscópica ou vaginal. Para saber mais sobre as vias cirúrgicas, clique aqui .
De modo geral o tratamento cirúrgico é reservado para casos em que não há melhora depois de um tratamento clínico ou o tratamento clínico não está disponível.
Abaixo, eu explicarei um pouco mais sobre algumas das cirurgias ginecológicas mais comumente realizadas.
Um mioma é um crescimento nodular de músculo liso uterino e de aspecto benigno. Estes ocorrem em qualquer idade, mas geralmente durante o período fértil. Eles são em sua maioria assintomáticos, mas também uma causa frequente de sangramento uterino anormal, e podem estar associados a aumento importante de volume uterino, dor pélvica, e, eventualmente, a alterações de fertilidade.
Uma miomectomia é uma operação na qual um cirurgião remove esses miomas, preservando o útero. É o tratamento de escolha para pacientes com miomas e deseja ter filhos.
A Ooforoplastia é realizada quando há um cisto ou nódulo no ovário e é feita a retirada apenas da lesão, preservando o ovário. Pode ser realizada em casos de teratoma ou endometriose do ovário, por exemplo.
Já a Ooforectomia é a remoção total de um ou dos dois ovários, geralmente realizada em casos oncológicos (câncer).
Nessa cirurgia ginecológica, as tubas uterinas são amarradas, cortadas, coaguladas ou alguma combinação dessas técnicas, levando à esterilização feminina. É um método contraceptivo considerado definitivo, dado a dificuldade de reversibilidade. Extremamente eficaz, tem uma taxa de falha de até 5 a cada 1000 mulheres por ano, ligada à recanalização espontânea das tubas.
Essa técnica impede que o óvulo seja capaz de ir do ovário para a tuba uterina, de modo que não possa entrar em contato com o espermatozoide a ser fertilizado.
No Brasil, para realizar este procedimento a mulher precisa ter no mínimo 25 anos e/ou pelo menos dois filhos vivos e a laqueadura durante o parto só é permitida em casos de risco de vida materno na eventualidade de uma nova gestação – doença materna grave ou duas ou mais cesáreas anteriores.
Laqueadura tubária não tem impacto sobre o equilíbrio hormonal da mulher ou sobre a sexualidade feminina. Em alguns casos pode haver alteração no padrão de sangramento menstrual.
Em alguns casos a gestação não se implanta no local correto (dentro do corpo do útero), e pode vir a se implantar na tuba uterina (mais frequente), próxima ao ovário, região do colo uterino, ou mesmo próxima a algum órgão abdominal, fora do útero, configurando o que chamamos de gestação ectópica.
É uma situação potencialmente grave, pois estas localizações anômalas não estão preparadas para o desenvolvimento da gestação, com risco de dor pélvica e ruptura dessas estruturas à medida que a gravidez progride, levando a um quadro de hemorragia (sangramento intenso) abdominal, e colocando a vida da mulher em risco.
Na maioria das vezes essa implantação anormal acontece na tuba uterina, sendo necessário tratamento cirúrgico. Pode ser realizado um procedimento de salpingoplastia (retirada da gestação e preservação tubária), principalmente em pacientes que já não têm a tuba uterina contralateral e não tem prole constituída, ou a salpingectomia (retirada de toda a trompa acometida pela gestação ectópica).
É uma cirurgia importante, pois envolve uma situação de risco de vida e pode impactar na fertilidade futura da paciente.
Defeitos adquiridos no sistema de sustentação dos órgãos pélvicos podem fazer com que estes órgãos apresentem uma “descida” em relação à sua posição original, através das paredes vaginais, configurando o que chamamos de prolapso genital. Pode ser em maior ou menor grau e envolver os seguintes órgãos:
Alguns sintomas do prolapso genital são: sensação de algo dentro da vagina, frequentemente descrita como sensação de “bola na vagina”, dificuldade para urinar ou evacuar, dificuldade / vergonha durante o ato sexual, sensação de frouxidão da vagina durante a penetração vaginal e, em casos mais graves, completa exteriorização dos órgãos genitais internos.
Prolapsos de maior grau, que impactam na qualidade de vida da paciente e/ou na sua vida sexual e não se resolvem com tratamento clínico – geralmente fisioterapia pélvica – requerem cirurgia para resolução dos defeitos.
São cirurgias realizadas na maioria das vezes por via vaginal e envolve a reconstrução desse sistema de sustentação pélvica. Podem ser utilizadas telas sintéticas para ajudar no reposicionamento das estruturas afetadas. E o tipo de cirurgia depende de quais são as áreas afetadas.
Perineoplastia, também conhecida como perineorrafia, é uma cirurgia ginecológica plástica que inclui a correção de deformidades, imperfeições, danos e defeitos na região perineal – musculatura e corpo tendinoso que se localiza entre a entrada da vagina e o ânus.
Dar à luz, especialmente durante um parto difícil, é a causa mais comum de dano perineal. E a perineorrafia é comumente realizada logo após o parto vaginal.
Quando a mulher apresenta perda urinária involuntária aos esforços – incontinência urinária – e esse sintoma não melhora com os tratamento clínicos, pode ser indicado um tratamento cirúrgico, dado que esta é uma alteração que impacta negativamente na qualidade de vida, relacionamentos interpessoais e na vida sexual.
O tratamento visa restabelecer a função do colo vesical e /ou da uretra, fazendo com que a bexiga seja capaz de armazenar e esvaziar urina, apenas sob o comando da paciente. Pode ser feita uma cirurgia fixando os próprios tecidos de sustentação pélvica da paciente, mas o padrão ouro de tratamento atual envolve a colocação de faixas sintéticas na região periuretral (sling).
Aqui abordamos resumidamente sobre algumas cirurgias ginecológicas comumente realizadas. Histerectomia (cirurgia para retirada do útero) foi discutida num artigo à parte e pode ser lido aqui .
O melhor tratamento para os diferentes problemas ginecológicos depende de várias características da paciente e da doença. Cirurgia é um tratamento possível, mas reservado para a minoria das situações.
Dessa forma, apenas a sua ginecologista, ao realizar uma avaliação detalhada, será capaz de orientar o melhor tratamento para o seu caso. Sua situação pessoal e seus desejos também são importantes na escolha do tratamento, seja ele cirúrgico ou não.
O post Cirurgia ginecológica – endometriose, miomas e cistos de ovário apareceu primeiro em Dra Juliana Teixeira Ribeiro.
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