Clamídia: saiba como tratar e evite complicações

Dra Juliana Teixeira Ribeiro • 6 de junho de 2024
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A clamídia é uma das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mais comuns e, embora frequentemente assintomática, pode levar a sérias complicações de saúde se não for tratada adequadamente.


Causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, essa IST pode afetar tanto homens quanto mulheres.


Porém, as mulheres são mais suscetíveis a problemas a longo prazo, como doença inflamatória pélvica e problemas de fertilidade.


Assim, manter-se informada e buscar tratamento precoce são chaves para uma saúde sexual saudável e livre de complicações.


O que é a clamídia?


Clamídia é uma bactéria intracelular obrigatória, da espécie Chlamydia trachomatis, da família Chlamydiaceae, que pode causar uma infecção sexualmente transmissível.


Muitas pessoas infectadas por essa bactéria não apresentam sintomas, o que facilita a sua transmissão, pois a pessoa não busca tratamento.


De acordo com informações do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), a maioria dos casos de clamídia ocorre em pessoas que estão na faixa etária de 15 a 24 anos.


Nas mulheres, existe o risco de que a bactéria passe pelo colo do útero e alcance as trompas de Falópio, causando a doença inflamatória pélvica (DIP).


Esse processo infeccioso pode levar à obstrução parcial ou total das trompas, o que impede o encontro do óvulo com o espermatozoide (gerando infertilidade ou subfertilidade), ou pode resultar em uma gestação ectópica, caso o óvulo fertilizado não consiga chegar ao útero.


Ademais, a mulher infectada durante a gestação tem maior risco de parto prematuro e aborto.


Quais são as principais causas dessa condição?


A principal causa da clamídia é a transmissão da bactéria Chlamydia trachomatis durante atividades sexuais, isso inclui:


  • Sexo vaginal, anal ou oral sem proteção: a clamídia pode ser transmitida quando os fluidos corporais ou as mucosas de uma pessoa infectada entram em contato com as mucosas de outra pessoa, como na vagina, no ânus, no pênis ou na boca;
  • Contato direto com as mucosas: mesmo sem a ejaculação, o contato íntimo das áreas genitais pode resultar em transmissão;
  • Transmissão vertical (de mãe para filho durante a gestação e o parto): se uma mulher grávida estiver infectada, ela pode transmitir a clamídia ao seu bebê durante o parto, o que pode causar problemas de saúde ao recém-nascido, como pneumonia ou conjuntivite neonatal.


Quais são os sintomas dessa infecção nas mulheres?


Os sintomas da clamídia em mulheres podem ser sutis ou até mesmo ausentes em muitos casos.


Entretanto, quando sintomática, a clamídia pode manifestar-se de várias maneiras. Os sinais mais comuns incluem:


  • Corrimento vaginal: este pode ser claro ou amarelado e é um dos primeiros sinais observáveis da infecção;
  • Dor ao urinar: a infecção pode causar uma sensação de ardor durante a micção;



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  • Dor no sexo: pode haver desconforto ou dor durante o ato sexual;
  • Sangramento entre períodos menstruais ou após relações sexuais: este é um sinal de que o colo do útero pode estar inflamado;
  • Dor abdominal ou no baixo ventre: especialmente se a infecção se espalhou para as trompas de Falópio ou pelve.


Ressaltamos que estes sintomas podem ser leves e facilmente confundidos com outras condições ginecológicas.


Por isso, é importante a realização de exames regulares e consultas médicas se houver suspeita de exposição a infecções sexualmente transmissíveis.


Como diagnosticar e tratar a clamídia?


Para diagnosticar a clamídia, utilizamos geralmente testes laboratoriais que detectam a bactéria Chlamydia trachomatis.


O Teste de ácido nucleico (NAAT) é o mais sensível e preciso, podendo ser realizado em amostras de urina ou em cotonetes coletados do colo do útero em mulheres.


Existem também testes rápidos ou de antígeno que oferecem resultados mais imediatos, porém com menor precisão.


O tratamento da clamídia tipicamente envolve o uso de antibióticos via oral por 5 a 10 dias. 


Em caso de sintomas incômodos, poderemos também receitar medicamentos para amenizá-los. 


É essencial que todos os parceiros sexuais da pessoa infectada também recebam tratamento para evitar a reinfecção.


Além disso, durante o tratamento, deve-se evitar relações sexuais até que a terapia esteja completa e a infecção curada.


Isso, geralmente, é verificado através de um teste de cura algumas semanas após o término do tratamento.


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Como prevenir essa condição?


Prevenir a clamídia envolve várias estratégias centradas na prática de sexo seguro e na redução de comportamentos de risco.


Confira algumas medidas importantes:


Uso de preservativos


Utilizar corretamente preservativos durante todas as formas de atividade sexual (vaginal, anal e oral) é uma das maneiras mais eficazes de reduzir a transmissão da clamídia.


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Testagem regular


Fazer testes de detecção de ISTs regularmente é importante, especialmente se você tem múltiplos parceiros sexuais ou iniciou um novo relacionamento.


Isso não apenas ajuda na detecção precoce e tratamento da clamídia, mas também de outras infecções.


Comunicação com os parceiros


Conversar abertamente com suas parcerias sobre saúde sexual, histórico de ISTs e testagem ajuda a manter ambos informados e conscientes do risco.


Redução de parcerias sexuais


Limitar o número de parcerias sexuais diminui o risco de contrair ISTs, incluindo a clamídia.


Tratamento imediato


Se você ou sua parceria forem diagnosticados com clamídia, ambos devem receber tratamento imediato para evitar a reinfecção e a transmissão para outros.


Além disso, reforçamos que é fundamental realizar visitas regulares à ginecologista.


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Durante esses encontros, podemos realizar exames preventivos, indicar os métodos contraceptivos mais apropriados para você e, mais importante, realizar o teste para clamídia e outras condições.


Portanto, em caso de dúvida ou ao detectar qualquer sintoma irregular, agende uma consulta!


Dra Juliana Ribeiro - Ginecologista em São Paulo

Dra. Juliana Ribeiro

Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Feminina


Ginecologista e Obstetra de formação, eu acredito que informação é a maior forma de poder que podemos ter. Como médica, tenho a missão de trazer a vocês o maior número de informações possíveis, a fim de poder ajudá-las a participar ativamente do cuidado da sua saúde.


Acredito que a prevenção é a melhor escolha sempre e que o engajamento da paciente no tratamento é a melhor forma de ele dar certo.

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